Lisboa |
Unidade Pastoral de Nova Oeiras e São Julião da Barra realiza Visita Pascal
Levar Cristo Ressuscitado a casa
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Pelo quinto ano consecutivo, a paróquia de São Julião da Barra vai ter no Domingo de Páscoa a Visita Pascal. Este ano acompanhada da paróquia de Nova Oeiras, a iniciativa quer levar Cristo Ressuscitado a casa dos cristãos.

 

“Reforçar a vivência da Páscoa e a certeza da ressurreição! É este o grande objetivo da Visita Pascal que, através do compasso, leva Cristo Ressuscitado a casa das pessoas!”. Para o padre Nuno Westwood, pároco de São Julião da Barra e Nova Oeiras, a Páscoa é uma festa e deve ser vivida como tal. “Festejar com alegria na comunidade e fora da comunidade! É importante haver um anúncio exterior da festa e da alegria pascal!”, aponta este sacerdote ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Assumindo que “não era tradição nesta zona de Oeiras haver a visita do compasso pascal”, o padre Nuno salienta que iniciou a Visita Pascal assim que entrou na paróquia: “Assim que cheguei a São Julião da Barra, em setembro de 2008, trouxe logo esta ‘loucura’ da Visita Pascal para a paróquia”. E a explicação é, aparentemente, simples. “Eu fiz a minha formação em Braga, onde estive doze anos, e lá eu via como se celebrava, exteriormente também, a alegria da Páscoa! Não era uma coisa à parte, mas uma consequência; ou seja, após a celebração comunitária interior da Vigília Pascal, há uma manifestação exterior dessa mesma fé. Via-se, portanto, um ambiente de alegria, de arranjo, de embelezamento das próprias ruas, tão grande ou mesmo maior que durante o Natal!”. Foi este ambiente de alegria cristã que o padre Nuno procurou trazer para São Julião da Barra. “Fui habituado a manifestar a alegria da Páscoa! Para mim era natural ver as ruas iluminadas como no Natal. Era fácil e comum ver as casas das pessoas enfeitadas com sinais de Páscoa”.

 

Um Domingo igual a outro?

O padre Nuno Westwood pertence à comunidade dos Apóstolos de Santa Maria, fundada por Frei Hermano da Câmara, e recorda-se de se ter sentido chocado com as primeiras celebrações pascais em Lisboa. “Quando cheguei a Lisboa, em 2001, não havia nada disso… de tal forma isso chocou-me que nas duas Páscoas seguintes tive de ir celebrar para Braga! Cá, o Domingo de Páscoa parecia um Domingo igualzinho a outro qualquer. Não havia sinais, o que me inquietou e continua a inquietar. Para mim é impossível viver a Páscoa de uma forma como um Domingo igual a outro…”, garante.

Segundo conta, foi com naturalidade que tomou a decisão de iniciar a Visita Pascal em São Julião da Barra. “Em 2009, quando iniciámos a Visita Pascal, a reação e adesão das pessoas foi muito boa. Claro que houve gente que disse logo que o compasso não era tradição nesta zona, mas a verdade é que hoje em dia são muitos os paroquianos que recebem Cristo Ressuscitado nas suas casas. Se o Natal ‘mexe’ connosco, a Páscoa tem de ‘mexer’ muito mais!”, refere.

 

Criar evangelização

Em setembro passado, o padre Nuno Westwood foi nomeado, pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, pároco de Nova Oeiras, dando origem à Unidade Pastoral de Nova Oeiras e São Julião da Barra: “Com as duas paróquias, criei uma Unidade Pastoral, que é diferente de Unidade Paroquial, porque cada paróquia mantém a sua autonomia, mas procuramos promover ao máximo a comunhão entre elas, sobretudo em atividades em que seja possível manter algo em comum”. A Visita Pascal vai, por isso, decorrer nestas duas paróquias. “É óbvio que eu não gosto de importar modelos que só porque são bonitos noutro lado têm de funcionar em todas as paróquias… temos de conhecer a realidade e criar evangelização e vivência da fé a partir da realidade que temos!”, lembra.

 

Três Cruzes

Em 2009, a paróquia de São Julião da Barra iniciou a Visita Pascal com duas Cruzes: uma levada pelo pároco e a outra por um leigo, “o senhor Mariano, que tem sido incansável nestes anos todos de Visita Pascal”.

Este ano, por ter também a paróquia Nova Oeiras, foi acrescentada uma terceira Cruz, que será levada a casa das pessoas pelo padre Nuno. “Nova Oeiras para já vai ter um compasso pascal. Mas se crescer o número de cristãos que queira receber Cristo Ressuscitado nas suas casas, aumentamos o número de Cruzes!”, garante.

Uma das Cruzes de São Julião da Barra será levada, este ano, pelos escuteiros. “Atualmente, temos uma média de quarenta famílias por paróquia. A paróquia de Oeiras é mais antiga, mas as comunidades de São Julião da Barra e Nova Oeiras são recentes e há muita gente que nesta época do ano vai à sua terra. Por isso, também compreendo que o número de cristãos seja menor. Mas fazemos a festa com dois, como fazemos com dois mil!”, assegura.

 

Anúncio pascal

A Visita Pascal é feita como manda a tradição. “Costumamos seguir os mesmos moldes, com a mesma estrutura. Mediante o número de inscrições, definimos o itinerário, vamos pelas ruas a cantar, com os sinos, e quando chegamos às casas das pessoas é o momento de celebração maior: há o anúncio pascal, faz-se uma pequena oração em família, eventualmente a bênção da casa e depois há um convívio com a família que nos recebe. No norte, por exemplo, ‘enchem’ a casa de comidas e bebidas e cá também o fazem um pouco! Há inclusive famílias que depois entregam um envelope com dinheiro – que é chamado o folar – para ajudar a Igreja e que é uma partilha dos seus bens materiais”.

 

Caminho de reacendimento

Para o padre Nuno, a caminhada quaresmal deste ano teve a particularidade de ter sido feita com as duas paróquias. Neste período litúrgico de preparação para a Páscoa, as confissões assumiram um papel de relevo. “Tivemos grandes celebrações comunitárias de Reconciliação. Foi muito significativo, porque envolveu muitos padres e centenas de pessoas. Literalmente, centenas de pessoas! Mais de 500 pessoas nas duas paróquias estiveram a reconciliar-se!”, salienta, satisfeito, o pároco. Como em muitas paróquias da diocese, as sextas-feiras da Quaresma foram assinaladas pela Via-Sacra. Este ano, o padre Nuno Westwood procurou também dar espaço à formação, tendo organizado dois temas sobre o Ano da Fé. “A Quaresma é o tempo da preparação. Não é o tempo maior, mais importante – isso vem a seguir! –, mas é um período significativo que nos obriga a parar para preparar. E isso obriga a rever conteúdos, repensar atitudes e a olhar para a nossa vida de frente! Todo o nosso caminho quaresmal, das Cinzas à Páscoa, e desde a Páscoa ao Pentecostes, não é se não um caminho de reacendimento das cinzas em fogo! Temos de tirar tudo o que está a mais e voltar de novo ao centro, que é Cristo e a proposta do Evangelho”, garante.

 

Mobilizar os cristãos e interpelar a comunidade

Na tarde deste Domingo de Páscoa, as paróquias de São Julião da Barra, pelo quinto ano consecutivo, e Nova Oeiras, em estreia, vão ter a Visita Pascal. Um testemunho de fé pelas ruas que, segundo o pároco, quer inquietar as pessoas! “A Visita Pascal tem como objetivo trazer para o espaço público a celebração festiva da nossa fé na ressurreição. Neste Ano da Fé, em que somos convidados a dar testemunho público da nossa fé, acredito que mobilizar os cristãos e tirá-los um pouco do seu comodismo, e virmos para a rua fazer um pouco de ‘barulho’ – barulho no sentido em que há um grupo que vai com os sinos, os escuteiros vão a cantar e a manifestar alegria – interpela as pessoas! Queremos sobretudo dar uma dimensão de festa e de alegria à Páscoa”.

 

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São Julião da Barra assinala cedência de terreno

“Hoje é um dia histórico na paróquia de São Julião da Barra. Depois mais de 30 anos, o terreno onde está a nossa igreja vai ser cedido esta manhã, pela Câmara de Oeiras à nossa paróquia, por um período de 50 anos”. Foi desta forma que, no passado dia 21 de março, o pároco, padre Nuno Westwood, anunciou a cedência à paróquia do terreno onde está a igreja e onde irá ser construído o novo Centro Comunitário Senhora da Barra. “Falta apenas a aprovação da Câmara, porque já temos a do Patriarcado e da Segurança Social. Será um centro comunitário com centro de dia e apoio domiciliário, onde iremos ter também um centro de estudos. No piso superior, ficará a parte pastoral, com salas de catequese e de reuniões dos grupos paroquiais, e em baixo a área espiritual, nomeadamente com as capelas funerárias”, descreve o padre Nuno ao Jornal VOZ DA VERDADE.

 

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‘Grão a grão pagamos o salão’

A paróquia de Nova Oeiras lançou a campanha ‘Grão a grão pagamos o salão’, como forma de recolher fundos para pôr fim à dívida de 80 mil euros para pagamento do salão do centro pastoral. “Conseguimos arranjar uma família de benfeitores da paróquia que nos emprestou este dinheiro para evitarmos o pagamento de juros ao banco. A comunidade quer pagar a dívida este ano e portanto lançámos esta campanha!”, revela ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Nuno Westwood, sublinhando que “quem quiser contribuir pode deixar a sua oferta num envelope próprio ou fazê-lo através de transferência bancária para o NIB 004600120060010334293”. “Pedimos que todos ajudem na divulgação desta campanha”, apelou.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos do arquivo do padre Nuno Westwood
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