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A uma janela de Roma
Francisco invoca intercessão de Maria para a Semana Santa
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A Igreja vive a Semana Santa, com o Papa a pedir a intercessão da Virgem Maria para as festas pascais. No Domingo de Ramos, Francisco falou da alegria e da Cruz, sem esquecer os jovens. Castel Gandolfo recebeu o encontro do Papa Francisco com o Papa Emérito, Bento XVI, e os embaixadores reuniram-se também com o novo Sucessor de Pedro.

 

1. O Papa Francisco invocou a proteção e intercessão de Nossa Senhora para a Semana Santa. Foi no final da celebração eucarística do Domingo de Ramos. “Amados irmãos e irmãs, no final desta celebração, invoquemos a intercessão da Virgem Maria para que nos acompanhe na Semana Santa. Ela, que seguiu com fé o seu Filho até ao Calvário, nos ajude a caminhar atrás d’Ele, levando com serenidade e amor a sua Cruz a fim de chegarmos à alegria da Páscoa”, desejou o Papa, em português.

Recorde-se que Francisco vai celebrar a Missa da Ceia do Senhor numa prisão juvenil, o Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo, em Roma. Esta é a primeira vez na história moderna que um Papa dá início às celebrações pascais fora do Vaticano. Tradicionalmente, as celebrações decorrem na Basílica de São Pedro ou em São João de Latrão.

 

2. Francisco celebrou a Missa de Domingo de Ramos, na Praça de São Pedro, em Roma, destacando na homilia a alegria e a Cruz, e falando aos jovens. O Papa pediu aos cristãos para nunca serem tristes, porque um cristão nunca deve ser triste, nunca se deve deixar levar pelo desânimo. “A nossa alegria não nasce do facto de nós possuirmos muitas coisas, mas por termos encontrado a pessoa de Jesus, que está no meio de nós, e que mesmo com tantos problemas, com dificuldades e obstáculos que parecem insuperáveis, nós sabemos que Jesus nos acompanha sempre e que sobretudo nos carrega aos seus ombros”, disse o Papa.

Outra palavra-chave foi a Cruz. “Na Cruz, todos os males são lavados. Mesmo olhando à nossa volta com tantas feridas, violências, guerras, conflitos económicos que atingem os mais fracos, o dinheiro, o poder, a corrupção, Cristo lava tudo, até o nosso próprio pecado”, assegura o Papa.

Francisco dirigiu-se também aos jovens, num momento interrompido com aplausos. “Vós tendes uma parte importante na festa da fé, vos trazeis a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com coração jovem, sempre. Um coração jovem mesmo aos 70 e 80 anos. Com Cristo, o coração nunca envelhece”.

 

3. Foi um encontro inédito, familiar e que durou quase uma hora. O Papa Francisco encontrou-se com o Papa Emérito, Bento XVI, em Castel Gandolfo, no sábado, dia 23. “Somos irmãos”, disse Francisco quando Bento XVI insistiu que o novo Papa ocupasse o lugar de honra. Francisco recusou e ficaram lado a lado no mesmo banco, a rezar. Segundo revelou o porta-voz do Vaticano, o encontro foi de grande familiaridade e durou cerca de 45 minutos. Quando o helicóptero aterrou com o Papa Francisco a bordo, Bento XVI caminhou ao encontro do pontífice e abraçaram-se fortemente. Ambos usaram o mesmo carro para se dirigirem ao palácio: os dois Papas sentados no banco de trás e monsenhor Geinswein, o secretário de ambos, sentado à frente. Ambos vestiam batina branca, mas Bento XVI sem a faixa à cintura, nem a romeira, ao contrário do Papa atual.

Depois do percurso de carro desde o heliporto até ao palácio, o Papa Emérito e o Papa “seguiram imediatamente para a capela” do edifício “para um momento de oração”, segundo o padre Federico Lombardi. Francisco ofereceu depois a Bento XVI “um bonito ícone” dedicado a Nossa Senhora da Humildade, um presente que pretendeu invocar “a grande humildade” do Papa Emérito. “O Papa Francisco também teve ocasião de renovar a sua gratidão e a gratidão de toda a Igreja pelo trabalho que Bento XVI desenvolveu durante o seu Pontificado”, apontou. A audiência, “totalmente privada e confidencial”, terminou com o almoço e depois Bento XVI acompanhou Francisco de volta ao heliporto, de onde o Papa argentino encetou a sua viagem de regresso ao Vaticano.

O padre Federico Lombardi realçou que, apesar de esta ter sido a primeira reunião entre os dois, o “diálogo” entre Papa e Papa Emérito começou ainda antes do Conclave eleitoral.

 

4. Francisco encontrou-se com o corpo diplomático, na manhã do passado dia 22. Num discurso onde voltou a falar das razões por detrás da escolha do seu nome, o Papa realçou as boas relações que a Igreja mantém com tantos países. “A vossa presença, numerosa, é também um sinal de que as relações que os vossos países mantêm com a Santa Sé são profícuas, são verdadeiramente uma ocasião de bem para a humanidade. Na verdade, é isto mesmo o que a Santa Sé tem a peito: o bem de todo o homem que vive nesta terra. E é precisamente com este entendimento que o Bispo de Roma começa o seu ministério, sabendo que pode contar com a amizade e benevolência dos países que representais, e na certeza de que compartilhais tal propósito”.

Francisco evocou a noção de “ditadura do relativismo”, que elencou como sendo uma das raízes da pobreza que tanto deseja combater, que é também uma pobreza espiritual. “Há ainda outra pobreza: é a pobreza espiritual dos nossos dias, que afeta gravemente também os países considerados mais ricos. É aquilo que o meu Predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama a ‘ditadura do relativismo’, que deixa cada um como medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens”. Num discurso relativamente curto, Francisco apontou ainda a necessidade de fortalecer o diálogo com o Islão e com os não crentes.

Seguiu-se a sessão de cumprimentos com todos os embaixadores, incluindo o português António de Almeida Ribeiro.

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