Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Há 200 anos
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Completaram-se, no passado dia 23 de Abril, 200 anos que nasceu em Milão (Itália) o beato Frederico Ozanam. Filho de uma família católica, passaria a sua infância em Lyon (França), para onde os seus pais se tinham, entretanto, mudado.

Algum tempo depois (1831), Ozanam ingressou na Sorbonne, a célebre universidade de Paris. Para além da sua inteligência brilhante, sobressaíram aos olhos de estudantes, professores e do resto da sociedade parisiense a sua profunda humanidade, a sua verticalidade moral e a sua vida de fé. Ozanam terminou brevemente dois doutoramentos: um em direito (1836) e outro em letras (1839). Entretanto, em maio de 1833 tinha fundado com seis amigos a primeira Conferência de S. Vicente de Paulo.

Em 1841, casou-se com Amélie Soulacroix, de quem teve uma filha, Marie. O matrimónio, no entanto, não o fez abandonar as atividades de intelectual e literato, bem com a sua ação caritativa: visitava os bairros pobres da cidade e espalhava pela Europa as Conferências vicentinas. Veio a falecer em Marselha, a 8 de Setembro de 1853. O Papa João Paulo II beatificou-o na Catedral de Paris, no dia 22 de Agosto de 1997.

Numa das suas cartas a Ferdinand Valay, Ozanam afirmava: “Na época borrascosa em que nos encontramos, é bonito assistir à formação de um grupo compacto de homens decididos a usar todos os seus direitos como cidadãos, toda a sua influência, todos os seus estudos profissionais, para honrar o catolicismo em tempos de paz, e defendê-lo em tempos de guerra”.

A figura de Ozanam sobressai, obviamente, pelas inúmeras Conferências de S. Vicente de Paulo que existem hoje pelo mundo inteiro e que em muitas comunidades cristãs constituem a “vanguarda” da caridade, conhecendo e visitando diretamente os mais necessitados, e procurando curar-lhe as feridas. Contudo, a par dessa sua intuição – ou, para sermos mais exatos, desse dom do Espírito Santo a que Ozanam foi particularmente sensível, e que floresceu na Igreja e no mundo como manifestação do amor de Deus – não deixa de ser importante o modo como o fundador das Conferências Vicentinas se colocava perante a velha sociedade parisiense. Esta julgava trazer consigo qualquer coisa de novo mas, vendo bem, o seu modo de viver mais não era que o fruto de um mundo cansado de existir e que, tendo perdido a referência ao Evangelho, tinha também perdido a capacidade de sobreviver. Foram necessários homens decididos a usar todos os seus direitos de cidadãos, a sua influência e capacidades profissionais para que, desse mundo velho, florescesse novamente a Boa Nova de Jesus ressuscitado.

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