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A uma janela de Roma
Papa Francisco vai visitar favela brasileira
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Foi apresentado o programa da primeira viagem internacional do Papa. Na semana em que se encontrou 800 religiosas, Francisco saudou os novos recrutas da Guarda Suíça, expressou a sua solidariedade a todos os que sofrem e considerou que as mães devem partilhar os problemas com os filhos.

 

1. O Vaticano anunciou que Francisco visita o Rio de Janeiro e o Santuário de Aparecida, no Brasil, de 22 a 29 de julho. A primeira viagem ao estrangeiro do Papa argentino, eleito a 13 de marco, decorre no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, na qual participam milhares de jovens de todo o mundo.

Francisco vai visitar a favela da Varguinha, no complexo de Manguinhos – uma região conhecida como ‘a Faixa de Gaza’ por causa dos constantes conflitos entre traficantes. O local tem uma delegação da polícia, mas, apesar de ainda não ser considerado tranquilo, o Papa faz questão de o visitar, na manhã do dia 25 de julho. Nesta favela existe uma capela, onde todos os Domingos se celebra Missa. Do programa divulgado nesta terça-feira, destaque para a visita a um hospital de recuperação de toxicodependentes e também para um breve encontro com jovens reclusos. O ponto alto vai ser a Jornada Mundial da Juventude, concentrada, sobretudo nos últimos dias da última semana de julho, mas Francisco aproveita também esta viagem para outros encontros, nomeadamente com a classe dirigente do Brasil, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Este programa de seis dias inclui também, a 24 de julho, uma peregrinação com Missa solene no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida.

A JMJ 2013, convocada pelo agora Papa Emérito Bento XVI, acontece entre 23 e 28 de julho.

 

2. Delegações de religiosas de todo o mundo foram recebidas pelo Papa na manhã desta quarta-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano. “O que seria da Igreja sem vocês? Faltaria o carinho, a maternidade, a ternura, a intuição das mães. Queridas irmãs, fiquem certas de que eu as acompanho de perto, rezo por vocês, mas por favor, rezem também por mim!”, pediu. Às cerca de 800 irmãs, delegadas de 1900 Congregações, que se reuniram nos últimos dias na Assembleia Plenária da União Internacional das Superioras Gerais, em Roma, o Papa falou também de pobreza. “A pobreza teórica não nos interessa, a pobreza se aprende tocando a carne de Cristo pobre”.

Após este encontro, e durante a habitual audiência-geral de quarta-feira, Francisco prosseguiu a sua catequese sobre o Credo: “O Espírito Santo traz aos nossos corações a própria vida de Deus, uma vida de verdadeiros filhos, num relacionamento feito de confidência, liberdade e confiança no amor misericordioso do Pai, que nos dá também um olhar novo sobre os outros, fazendo-nos ver neles irmãos e irmãs que devemos respeitar e amar”.

 

3. O Papa saudou esta segunda-feira, dia 6 de maio, os 35 novos recrutas da Guarda Suíça que prestaram juramento, no dia que evoca a morte de 147 soldados helvéticos em defesa do Papa Clemente VII, em 1527, durante o saque de Roma. Devido ao mau tempo, o juramento decorreu na Sala Paulo VI, perante o arcebispo Giovanni Angelo Becciu, da Secretaria de Estado do Vaticano, em representação do Papa.

 

4. Francisco dirigiu, este Domingo, no Vaticano, a sua solidariedade a todos os que “sofreram e sofrem” devidos a casos de abuso. “Esta é uma ocasião para dirigir o meu pensamento a quantos sofreram e sofrem por causa dos abusos. Gostaria de assegurar-lhes que estão presentes na minha oração, mas gostaria também de dizer com força que todos devemos empenhar-nos com clareza e coragem para que cada pessoa humana - especialmente as crianças, que são dos mais vulneráveis - seja sempre defendida e tutelada”, exortou o Papa, após a recitação da oração do Regina Coeli, na Praça de São Pedro.

Antes, num encontro com dezenas de milhares de membros de irmandades e confrarias católicas, o Papa Francisco elogiou as manifestações populares da fé. “A piedade popular é uma estrada que leva ao essencial, se for vivida na Igreja em profunda comunhão com os vossos Pastores. Amados irmãos e irmãs, a Igreja ama-vos! Sede uma presença ativa na comunidade: células vivas, pedras vivas. Os bispos latino-americanos escreveram que a piedade popular, de que sois expressão, é «uma maneira legítima de viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja» (Documento de Aparecida, 264). Amai a Igreja! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias, nas dioceses, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida cristã”, defendeu. Nesta Eucaristia, o Papa sublinhou ainda o papel das irmandades. “Ao longo dos séculos, as Irmandades têm sido uma forja de santidade para muitas pessoas, que viveram com simplicidade uma relação intensa com o Senhor. Caminhai decididamente para a santidade; não vos contenteis com uma vida cristã medíocre, mas a vossa pertença sirva de estímulo, a começar por vós mesmos, para amar mais a Jesus Cristo”.

 

5. Na tarde de sábado, dia 4, durante a oração do Terço, na Basílica de Santa Maria Maior, o Papa defende que as mães não devem esconder os problemas dos filhos. “Uma mãe pensa na saúde dos filhos, educando-os a enfrentar as dificuldades da vida. Não se educa, não cuida da saúde evitando os problemas, como se a vida fosse uma autoestrada sem obstáculos. A mãe ajuda os filhos a olhar com realismo os problemas da vida e a não se perderem neles, mas a enfrentá-los com coragem, a não serem fracos e a sabê-los superar, num são equilíbrio que uma mãe sente entre os âmbitos de segurança e as zonas de risco”, referiu, lembrando depois o papel de Maria: “Uma boa mãe ajuda a tomar decisões definitivas com liberdade. Isto não é fácil... (...) Mas o que significa a liberdade? Não é certamente fazer tudo aquilo que se quer, deixar-se dominar pelas paixões, passar de uma experiência a outra sem discernimento, seguir as modas do tempo; liberdade não significa deitar pela janela fora tudo o que não agrada: isso não é liberdade. A liberdade é-nos dada para que saibamos fazer escolhas boas na vida! Maria, como boa mãe, educa-nos a ser, como Ela, capazes de fazer escolhas definitivas”.

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