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Rita Carvalho
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A Rita Carvalho que hoje vamos conhecer melhor celebra neste mês de Maio o seu 25º aniversário. Apesar da sua juventude, tem já um percurso de vida bastante rico para contar e que certamente nos entusiasmará nos desafios da Missão.

 

Uma Arquitetura de Fé

Licenciada em Arquitetura, a construção de vida da Rita tem sido feita sempre na companhia do Senhor: “Desde cedo que a minha história de vida se entrelaça com a história da fé. Lembro-me de passar muito tempo junto de Nosso Senhor, desde nova...” Foi assim, com muito naturalidade, que sempre aceitou os desafios que Deus lhe foi colocando na simplicidade do dia-a-dia. Depois de receber o Sacramento da Confirmação, aceitou o convite para ser catequista na sua comunidade paroquial, ao mesmo tempo que ia enriquecendo o seu percurso de vida cristã no seio das Equipas de Jovens de Nossa Senhora.

 

“Deixar todos os meus planos”

Em 2010, o Senhor chamou a Rita a um desafio maior que marcará para sempre a história da sua vida: partir em missão para África. Nas suas próprias palavras, “já não se tratava do sonho da adolescente com a África dos pobrezinhos, mas do verdadeiro desafio a deixar todos os meus planos e seguranças para seguir apenas aquela voz”. Não podia deixar de aceitar o desafio, pois, caso contrário, sentia que no seu coração ficaria sempre a questão: “e se tivesse ido...”. A decisão não foi fácil, mas contou com o total apoio do Francisco, o seu namorado, que havia conhecido em 2005 e com o qual tinha vindo a crescer também na sua caminhada de fé. Partir era a palavra-chave que definia agora a sua vida. Mas para onde? “Nada foi escolhido nem planeado por mim, entreguei-me apenas com confiança nas mãos daqueles que, em nome do Senhor, me conduziam” recorda-nos agora a Rita. Foi nesta total disponibilidade que acolheu o destino desta partida: Bafatá, uma diocese no interior da Guiné-Bissau.

 

“Ao ritmo e saber da jovem Igreja guineense”

Antes de partir em Missão, a Rita ainda esteve, durante cerca de dois anos, em formação com os Missionários Espiritanos e também com a FEC – Fundação Fé e Cooperação. Em Janeiro de 2012, após a defesa da tese na faculdade, e concluída esta formação prévia, chegava a hora da partida. Partir é sempre sinónimo do desconhecido e da insegurança, mas estes sentimentos foram imediatamente colocados de lado quando encontrou em Bafatá, um caloroso acolhimento por parte do seu bispo diocesano, D. Pedro Zilli, e restante comunidade que com ele ia caminhando na fé. Para a Rita esta foi a porta aberta para “um outro mundo” e também para a descoberta de “uma outra Rita”. Ela recorda-nos assim este tempo de missão: “Dei aulas no liceu da missão católica e a um curso de alfabetização para mulheres, colaborei com a cúria diocesana em vários trabalhos e projetos, ajudei na formação de professores e na organização de algumas escolas, dei algum apoio no Centro de Recuperação Nutricional, fiz parte do grupo de vocacionados... mais do que tudo isso, fiz amigos, pessoas simples e felizes, que me ensinaram a saborear as pequenas alegrias do dia-a-dia.”

 

Um novo desafio e a missão de uma vida

O carinho com que foi recebida em Bafatá fez com que a Rita se sentisse verdadeiramente em casa, embora a muitos quilómetros de distância da terra que a viu nascer. Terminado este tempo de missão, era tempo de regressar a Portugal, e continuar também aqui a responder aos desafios de Deus para ser construtora de uma nova humanidade. Foi com este coração aberto a um mundo cada vez mais global e necessariamente solidário que, já em Portugal, a Rita participou numa angariação de fundos dinamizada pela sua comunidade paroquial, para apoiar os Centros Nutricionais e as Casas das Mães de Bafatá, nas quais ela própria havia trabalhado enquanto esteve na Guiné-Bissau. Assim, de forma muito concreta e simples, o coração da Rita passou a ser uma ponte muito firme entre estas comunidades fisicamente tão distantes.

É também neste coração grande que tem crescido a história de amor com o Francisco. Durante este mês de Maio celebrarão o Sacramento do Matrimónio, afirmando assim, em uníssono, a sua total disponibilidade para continuarem a crescer na Fé e a aceitarem os desafios do Amor de Deus nas suas vidas. São da Rita as palavras de alegria e de entusiasmo sobre este momento e que certamente marcará esta nova etapa: “Agora estou prestes a dar início a uma nova missão, a maior de toda a minha vida, a de construir com o meu futuro marido uma casa em ‘rocha firme’, com os alicerces no Senhor e com as paredes fortalecidas pela experiência de quem soube abdicar do que mais ama para ganhar mil vezes mais.”

texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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