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Ordenações
“Ser padre é uma aventura de serviço e de amor”
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Ao longo de 16 anos de pontificado, D. José Policarpo ordenou 92 novos padres para a Igreja, em celebrações de âmbito diocesano. Entre 1997 e 2012, o agora Patriarca Emérito de Lisboa conferiu o sacramento da Ordem a 71 padres diocesanos e 21 religiosos. As últimas ordenações do Cardeal Policarpo decorrem na manhã no próximo sábado, 29 de junho, sendo esperada a ordenação de mais seis novos padres.

 

Em todos os anos pastorais do seu Pontificado como Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo ordenou sempre novos padres. De 1997, ano em que era Arcebispo Coadjutor de Lisboa com direito de sucessão do Cardeal Ribeiro, até este ano de 2013, em que é Patriarca Emérito, o Cardeal Policarpo ordenou, em celebrações diocesanas, um total de 92 novos padres para a Igreja. Os números dizem que nestes 17 anos, D. José Policarpo ordenou mais de cem padres, uma vez que ao longo dos anos presidiu, também, à ordenação de sacerdotes religiosos, em celebrações de carácter particular.

 

1997

Em 29 de junho de 1997, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, D. José Policarpo, então Arcebispo Coadjutor do Patriarcado de Lisboa, conferiu a Ordem de presbítero a seis sacerdotes, sendo cinco diocesanos e um religioso da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos). Naquela que foi a sua primeira celebração de ordenações, D. José Policarpo refletiu, na homilia, sobre o que é ser sacerdote: “Ser padre não é um caderno de encargos, não é um programa determinado ao pormenor, ser padre é uma aventura de serviço e de amor, em que, continuamente, temos que ler a vontade de Deus e as necessidades do povo que nos é confiado. Ser padre é dizer sim e descobrir a circunstância da nossa criatividade; e o Senhor não nos abandonará”.

Uns meses mais tarde, a 28 de setembro, em Alcobaça, D. José Policarpo ordenou mais três padres, todos para a diocese. “As ordenações tiveram lugar no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, de cuja vigararia eram naturais dois dos ordinandos”, informava o Jornal VOZ DA VERDADE.

 

1998

As primeiras ordenações de D. José Policarpo como Patriarca de Lisboa aconteceram no ano seguinte, 1998. Após a morte do Cardeal Ribeiro, em 24 de março desse ano, D. José Policarpo, que era Arcebispo Coadjutor com direito de sucessão, assume em pleno os destinos da diocese. A 5 de julho, nos Jerónimos, o novo Patriarca confere a Ordem de presbítero a três padres diocesanos e dois religiosos dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, conhecidos como Dehonianos. “Hoje não somos apenas enviados à frente do Senhor, somos enviados no seu próprio nome”, lembrava, dirigindo-se ainda a cada um dos jovens ordinandos: “O mais importante é saberdes que os vossos nomes estão inscritos no coração de Deus”.

Nesse mesmo ano, no dia 29 de novembro de 1998, novamente nos Jerónimos, D. José Policarpo ordena um padre diocesano e dois religiosos (um dehoniano e outro franciscano), chamando a atenção para o modo como os que recebem o sacramento da Ordem são convidados a acolher o Verbo encarnado: “A vocação sacerdotal começa por ser um predispor-se longamente, deixando que até ao mais íntimo de nós mesmos tome a prevalência absoluta o desígnio de Deus, a santa vontade de Deus, não apenas acerca de cada um de nós, mas acerca da humanidade”.

 

1999

Em 1999, a 4 de julho, Lisboa viu serem ordenados cinco novos padres (dois diocesanos e três religiosos, todos frades franciscanos). “Cada novo sacerdote é a afirmação da expectativa confiante de Deus no triunfo do seu Reino”, assegurava, na homilia, o Patriarca, numa celebração nos Jerónimos.

 

2000

No ano do Grande Jubileu, o Patriarcado de Lisboa teve quatro novos padres, todos diocesanos. Na homilia da celebração, que decorreu nos Jerónimos, no dia 2 de julho, D. José Policarpo apelava à confiança: “Que esta palavra do Evangelho fique gravada no vosso coração: basta-vos acreditar! Porque a fé, meus irmãos, é o princípio, a solução e o destino da nossa responsabilidade de cristãos, da nossa responsabilidade de Igreja que quer dar ao mundo de hoje o testemunho de que vale a pena acreditar nos dons de Deus”.

 

2001

Após ter sido nomeado Cardeal por João Paulo II, em 21 de janeiro de 2001, D. José Policarpo presidiu, no dia 1 de julho desse ano, à ordenação de um padre dehoniano. A 23 de setembro, também nos Jerónimos a exemplo da anterior ordenação, o novo Cardeal-Patriarca de Lisboa ordenava mais três padres diocesanos e três franciscanos. Na homilia, abordou a urgência do retorno da Igreja ao sentido inicial da pobreza, na defesa da dignidade dos pobres, como continuação do testamento legado por Jesus. “A Igreja não é contra os ricos, mas tem de estar claramente a favor dos pobres, na defesa da sua dignidade”, alertava o novo cardeal português.

 

2002

Seis novos padres diocesanos, além de um religioso, foram ordenados por D. José Policarpo no dia 29 de junho de 2002, nos Jerónimos. “O exercício do ministério sacerdotal poderá ainda hoje no nosso contexto social e cultural comparar-se a um combate? Penso que sim”. A pergunta e a respetiva resposta foram deixadas pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa. “Ele [o sacerdote] recebe da imagem do combate a decisão inevitável de lutar, com todas as forças a que possamos recorrer, de atingir objetivos irrenunciáveis que definem a essência mesmo do exercício sacerdotal”.

 

2003

A ordenação de presbíteros do ano 2003 ficou marcada, também, pelo Jubileu Episcopal (25 anos) de D. José Policarpo. Na homilia, o Cardeal-Patriarca dirigiu-se aos ordinandos: “Não vos iludais: nunca estareis unidos ao vosso Bispo, na comunhão da Igreja diocesana, se não estiverdes em profunda comunhão de fé e de obediência, em tudo o que diga respeito à edificação do Reino de Deus, com o Santo Padre, enquanto aquele que exerce o mesmo ministério do Apóstolo Pedro”. Neste dia 29 de junho, Solenidade de São Pedro e São Paulo, nos Jerónimos, foram ordenados quatro padres diocesanos e um religioso, da Congregação do Verbo Divino (Verbitas).

 

2004

Em 2004, a Igreja de Lisboa teve cinco novos padres diocesanos. As ordenações desse ano aconteceram no dia 27 de junho, na igreja dos Jerónimos, tendo sido também ordenados dois membros da Ordem Dominicana. “As exigências do chamamento de Deus não se aplicam só àqueles que escolheram uma vocação ao sacerdócio e à vida religiosa, mas a todos os cristãos que, unidos a Cristo na consagração batismal, Deus chama à santidade”, alertava o Cardeal-Patriarca.

 

2005

Foram seis os sacerdotes da Diocese de Lisboa ordenados por D. José Policarpo em 2005. Cinco eram diocesanos e um religioso, dos Franciscanos. Foi um ano em que o Patriarca de Lisboa deixou um convite aos cristãos. “Acolhei os vossos sacerdotes, amai-os como Jesus Cristo ama a Igreja, acolhei-os como manifestação do amor de Cristo por vós, membros do Seu Povo. Não os ameis como o mundo ama, mas como Cristo ama, pois não é como homens simpáticos e dedicados que eles vos são enviados, mas como ministros de Cristo e expressão do Seu amor por vós”, disse o Cardeal Policarpo, naquele dia 26 de junho de 2005.

 

2006

O mistério da vida esteve em destaque nas ordenações do ano 2006. “O presbiterado e o diaconado são ministérios ao serviço da vida, como o é todo o ministério da Igreja. Isso exige, antes de mais, o aprofundar do mistério da vida. Dom de Deus na sua origem e em todas as suas formas, a vida é um dinamismo progressivo até uma plenitude que só conhecemos em Jesus Cristo ressuscitado”, referiu D. José Policarpo. Neste ano, a 2 de julho, o Patriarca de Lisboa ordenava três novos padres diocesanos e quatro religiosos: um membro da Província Portuguesa da Ordem dos Frades Pregadores (Dominicanos), um outro da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos) e dois dehonianos.

 

2007

Em 2007, no dia 1 de julho, foram novamente sete os novos padres: seis diocesanos do Seminários dos Olivais e um da Congregação da Missão (Vicentinos). Na celebração de ordenações, D. José Policarpo convidou os ministros ordenados a serem, “na sua própria vida”, o “anúncio do mundo novo”. “Como a de todos os cristãos, a vida dos sacerdotes e dos diáconos tem de ser vivida com Cristo, numa intimidade que o próprio ministério radicaliza e aprofunda”, salientava.

 

2008

Neste ano, pela primeira vez, eram ordenados os primeiros padres do Seminário Diocesano Redemptoris Mater, do Caminho Neocatecumenal. No total, foram ordenados oito novos padres, todos diocesanos, sendo seis do Seminário dos Olivais. “Para vós, queridos ordinandos, é uma coincidência carregada de significado o receberdes a ordenação sacerdotal ou diaconal no primeiro dia do Ano Paulino. O Apóstolo Paulo e o seu itinerário de fidelidade impõem-se, assim, como modelo inspirador do vosso ministério”, sublinhava o Patriarca.

 

2009

No encerramento do Ano Paulino, no Largo de São Paulo, em Lisboa, D. José Policarpo ordenou três novos padres, todos diocesanos (dois dos Olivais e um do Redemptoris Mater), lembrando que “um sacerdote ordenado, no exercício do ministério apostólico de que participa, nunca pode contrapor a sua visão pessoal à palavra de Pedro, a quem Jesus entregou a responsabilidade da palavra decisiva e orientadora em cada momento da história”.

 

2010

“Queridos Padres e Ordinandos, não tenhais medo do despojamento total por causa do vosso ministério. Essa é condição para seguir Jesus”. Foi este o apelo de D. José Policarpo aos seis novos padres (cinco diocesanos – dois dos Olivais e três do Redemptoris Mater – e um dominicano) ordenados em 2010, ano em que as ordenações ‘regressaram’ aos Jerónimos.

 

2011

Em 2011, numa manhã de sábado, dia 2 de julho, D. José Policarpo ordenou cinco novos padres, todos do Seminário dos Olivais, convidando-os a abrirem “o coração renovado à alegria que tem a sua fonte em Deus”.

 

2012

Novamente cinco novos padres foram ordenados em 2012: quatro diocesanos, sendo três dos Olivais e um do Redemptoris Mater, e um religioso, da Companhia de Jesus (Jesuítas). “A Igreja, pelo seu poder sacramental, tem a força de fazer o que só Jesus pode fazer e ao impor-vos as mãos eu faço aquilo que só Ele pode fazer”, frisava o Cardeal-Patriarca de Lisboa, nos Jerónimos.

 

2013

Naquela que será a última celebração de ordenações diocesanas presidida por D. José Policarpo, devem ser ordenados seis novos padres, todos diocesanos. Este momento de festa do Patriarcado de Lisboa vai decorrer no próximo sábado, dia 29 de junho, às 10h30, no Mosteiro dos Jerónimos, e será também o momento em que a diocese se vai despedir do Pastor que a guiou desde 1997.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos do Arquivo do Jornal Voz da Verdade
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