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República Centro-Africana: as lágrimas esquecidas dos cristãos
Drama sem fim
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O mundo parece ignorar o que se passa na República Centro-Africana. O país está a saque, desde que as forças rebeldes do movimento Séléka conquistaram o poder. Os cristãos pedem-nos ajuda. Todos os dias há relatos de mulheres violadas, de crianças raptadas à força por bandos armados, populações aterrorizadas.

 

No meio do caos absoluto em que se transformou a vida na República Centro-Africana, a Igreja tem sido particularmente visada. O Bispo de Bangassou, D. Juan José Aguirre, faz um retrato do sofrimento a que as populações locais estão sujeitas. “Com a chegada dos rebeldes, famílias inteiras fugiram para o Congo. Há violações constantes de mulheres. Eles roubaram tudo o que puderam, pilharam casas, queimaram-nas. As igrejas foram saqueadas e profanadas. Levaram-nos todos os meios de transporte: os vinte carros que possuíamos. Agora não podemos sequer visitar as nossas missões.” Também o Bispo de Bandoro, D. Albert Vanbuel, fala da devastadora passagem dos terroristas pela sua diocese. “Foi tudo destruído. Os arquivos foram pilhados e as organizações de ajuda foram-se embora. A escola não pode reabrir, os centros de saúde estão vazios e não há ninguém a trabalhar nos campos”. Depois, deixa uma pergunta amarga, carregada de impotência: “Quem pode ajudar-nos? Que espécie de futuro pode ter o nosso pobre país?”

 

Extremismo religioso

Segundo a agência de notícias Fides, até ao passado mês de Maio, mais de 200 mil cristãos abandonaram as suas casas e quase 50 mil refugiaram-se em países vizinhos. A Igreja é, hoje em dia, a única organização que continua a prestar auxílio à população. Tudo o resto parou. Os hospitais não funcionam, as populações estão sem tratamento médico, as prateleiras das lojas estão vazias, não há alimentos e as escolas estão fechadas. A Comissão Episcopal para a Justiça e Paz veio a público denunciar o “extremismo religioso” dos rebeldes, que parecem ter como única intenção “a programada destruição e profanação de templos Cristãos, e em particular igrejas Católicas e Protestantes”, sublinhando que, “em todo o país, a Igreja Católica tem pago um preço muito alto”. As dioceses de Kaga-Bandoro, Bambari, Alindao, Bangassou e Bossangoa, foram as mais atingidas pela violência dos rebeldes. Muitos sacerdotes foram já sequestrados. Há um receio fundado de que a hostilidade dos extremistas islâmicos contra os cristãos venha ainda a aumentar.

 

Ajuda de emergência

Perante a enorme gravidade da situação na República Centro-Africana, a Fundação AIS disponibilizou de imediato uma ajuda de emergência, de 160 mil euros, para as dioceses de Kaga-Bandoro, Bambari, Alindao, Bangassou, as mais atingidas pelo terror dos radicais islâmicos. Esta ajuda destinou-se essencialmente para a aquisição de alimentos, assim como para alojamentos, veículos de transporte e medicamentos. Mas as necessidades são muito grandes e não podemos parar!

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

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