Lisboa |
Diocese de Lisboa participou na JMJ Rio’2013
“A forma como o Papa comunica teve eco no coração dos jovens”
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Foram 65 os jovens que participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa. Um encontro com o Papa que ficou marcado pelos gestos de simplicidade de Francisco e pelo testemunho de fé de mais de três milhões de jovens de todo o mundo.

 

“A JMJ do Rio foi fantástica!”. Um mês depois da chegada do Brasil, o diretor do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa fez ao Jornal VOZ DA VERDADE um balanço da presença da diocese na JMJ. Para o padre Carlos Gonçalves, o desafio era os jovens virem “carregados da experiência de Cristo vivo”, como pediu o Patriarca de Lisboa, num encontro com os jovens que iriam viver a experiência desta jornada. Hoje, este sacerdote que acompanha a juventude do Patriarcado desde 2005 não tem dúvidas da semente que esta iniciativa da Igreja deixa nos jovens. “Foi visível que as pessoas cresceram na comunhão de Igreja, com os outros, na ligação a Cristo, na necessidade de ser missionário! A forma como o Papa comunica teve também muito eco no coração dos jovens. Acredito que uma JMJ dá os seus frutos… quais exatamente, também não sabemos ainda”, salienta.

 

Pré-jornada: testemunho de fé na Venda Nova

A exemplo do que tinha acontecido em Madrid’2011, a JMJ do Rio foi antecedida de uma pré-jornada. Os jovens de Lisboa partiram no dia 16 de julho rumo à paróquia da Venda Nova, em Teresópolis, Diocese de Petrópolis. “Eramos o único grupo de peregrinos internacional na paróquia! Foi uma pré-jornada fantástica! Fomos muito bem acolhidos, estava tudo muito bem organizado e percebemos que a própria Diocese de Petrópolis se preparou muito bem para o acolhimento de peregrinos”, destaca o padre Carlos, sublinhando as várias iniciativas: “A Semana Missionaria, como lhe chamou a organização da JMJ, tinha um esquema base para toda a diocese, com momentos vicariais e diocesanos, com propostas, com catequeses, com adoração do Santíssimo, com concertos. Eles procuraram que fosse uma ‘micro-jornada’!”. Ao longo de praticamente uma semana, os 45 jovens que estiveram na pré-jornada no Brasil com o Serviço da Juventude dormiram em casas de famílias brasileiras e durante o dia a proposta integrava, além da vertente religiosa, a área cultural e social. Sendo esta uma Semana Missionária, não podia faltar… a missão! “Houve uma tarde em que fomos distribuídos por grupos de dois, três elementos e fomos visitar pessoas que estavam em casa, isoladas ou com problemas de saúde ou pobreza e procurávamos dar-lhes conforto e falar de Jesus Cristo”.

Este grupo de Lisboa incluía também quatro padres e um bispo: D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa. “Foi uma presença muito agradável! Percebeu-se que também o senhor bispo estava feliz, o que é importante! Da parte da comunidade cristã, foi também uma alegria terem um bispo entre eles, toda a gente queria tirar fotografias com o senhor D. Nuno e connosco!”, refere este responsável, enaltecendo “o grande testemunho de fé” da paróquia de Venda Nova.

Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima foi oferecida a esta paróquia da Diocese de Petrópolis para assinalar a presença do grupo de Lisboa e a gratidão pelo acolhimento. “Como é próprio do nosso tempo, os laços continuam, agora pelo Facebook e pelo email… meio a brincar, meio a sério, ficou a promessa de novo encontro de Lisboa com a paróquia de Venda Nova, em Portugal ou no Brasil!”, garante o padre Carlos.

 

Depois… Rio!

Os números oficiais da JMJ indicam que participaram na jornada do Rio mais de três milhões de jovens, vindos de 175 países. “Era um mar de gente por todo o lado! Foi muito bom o testemunho de fé, quer na pré-jornada, quer na jornada!”, assegura o diretor do Serviço da Juventude.

Na JMJ, os 65 jovens de Lisboa – entretanto juntaram-se mais 20 jovens que não tinham participado na pré-jornada – ficaram instalados na paróquia de Nossa Senhora do Loreto, a quase uma hora de distância do centro do Rio. “Um dos problemas que sentimos é que no Rio é tudo muito longe! Eles têm metro e os ‘ônibus’, mas demorava-se muito a chegar aos locais. Mas mesmo neste aspeto, eles foram melhorando e adaptando-se”, descreve. “O povo brasileiro foi muito simpático e muito acolhedor”, acrescenta.

A jornada no Rio foi a sexta consecutiva deste sacerdote. “Desde a JMJ de Roma, no ano 2000, que participei em todas!”. Dos seis dias de jornada, o padre Carlos Gonçalves destaca a forma como decorreram os chamados momentos centrais da JMJ. “Nota muito positiva para todos os grandes momentos, os tais atos centrais. Desde logo a Missa de Abertura, na terça-feira, dia 23 de julho, com o Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, a festa de acolhimento do Papa, na quinta-feira, dia 25, em Copacabana, a Via-Sacra, na sexta-feira, a Vigília, no sábado, e a Missa de Envio, no Domingo, dia 28 de julho”.

 

O Papa e a importância do encontro

A forma como o Papa Francisco esteve no Brasil surpreendeu tudo e todos. O grupo de Lisboa não foi exceção. “O Papa foi tão fantástico, próximo, com gestos inesperados, de carinho e ternura. Ele é extraordinariamente próximo. Ele foi para o Rio para se encontrar com as pessoas! Isso percebeu-se em tantos momentos e a simpatia com os jovens foi fantástica!”, observa o padre Carlos Gonçalves.

Dos vários discursos de Francisco no Brasil, este sacerdote destaca: “Nas intervenções houve toda a dimensão assistencial da Igreja – que já percebemos que é muito importante para este Papa, e também para toda a Igreja em geral –, da proximidade com os pobres, a justiça social, a solidariedade, a educação e saúde. O Papa falou também aos políticos, pedindo-lhes para darem aos jovens um futuro com transcendência. Francisco foi bastante incisivo, contundente e forte nas suas comunicações. Por exemplo, quando diz aos jovens para não desanimarem perante a corrupção, ou quando diz na favela que ninguém é descartável”.

O tema da jornada, ‘Ide e fazei discípulos por todas as nações’, esteve também muito presente nas intervenções do Papa, segundo refere o diretor do Serviço da Juventude do Patriarcado. “Houve nos discursos a dimensão da evangelização. Nesse aspeto, Francisco foi também bastante incisivo, no sair para a rua, no fazer pastoral a partir das periferias, ou na importância do diálogo e do encontro”. O padre Carlos sublinha que as palavras do Papa “nunca são light, nem generalidades”. “No diálogo, Francisco aponta sempre a importância de Cristo, sublinha que sem Cristo não há fé, não há esperança, não há caridade”. Este responsável destaca ainda um ponto fundamental para os jovens nas várias intervenções do Papa. “O ser contracorrente! Ele disse várias vezes aos jovens que fossem contracorrente. E até pediu, no encontro com os voluntários, para serem revolucionários! Que os jovens não fossem pelas modas e dessem uma resposta cristã aos problemas. A nossa cultura está marcada por coisas que são contrárias à fé cristã, portanto o ser revolucionário, hoje, é ser cristão a sério!”, observa.

 

Agora, Polónia!

Cracóvia, na Polónia, vai receber, em 2016, a próxima Jornada Mundial da Juventude. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco durante a Missa de Envio da JMJ Rio’2013. Neste sentido, foi já inaugurado um site na internet (www.krakow2016.com) e as dioceses de todo o mundo começam a colocar os olhos na cidade onde morou o antigo Papa polaco Karol Wojtyla. “Cracóvia é uma boa escolha, porque faz a ligação com o beato João Paulo II, que é o ‘inventor’ da Jornada Mundial da Juventude. Cracóvia vai ser, de certeza, uma grande JMJ e Lisboa vai ter isso no horizonte, se Deus quiser”, aponta o diretor do Serviço da Juventude do Patriarcado.

 

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Jovem de Lisboa almoçou com o Papa

Filipe Teixeira foi um dos 12 jovens de todo o mundo, representantes dos cinco continentes, que durante a JMJ almoçou com o Papa Francisco. Este jovem da paróquia de Camarate pertence ao Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa e esteve no Rio de Janeiro como voluntário, desde novembro do ano passado, dando testemunho desta missão nas páginas do Jornal VOZ DA VERDADE, na coluna mensal ‘Visto do Rio’. Colaborou no COL - Comité Organizador Local e foi, durante nove meses, o único voluntário português na organização da JMJ. “A grande surpresa deste meu trabalho foi, sem dúvida, o almoço com o Papa Francisco. “Porquê eu?”, era a pergunta que não me saía da cabeça. Com milhões de peregrinos na cidade, entendi que só ali podia estar por um único motivo – misericórdia. Isso foi um verdadeiro milagre! Aceitei este convite desde logo mas com uma ansiedade muito grande”, refere Filipe ao Jornal VOZ DA VERDADE. Aquele almoço de sexta-feira, dia 26 de julho, jamais será esquecido por este jovem. “A simplicidade do Papa Francisco colocou-nos, a mim e aos restantes 11 jovens que almoçaram com ele, como se estivéssemos num almoço entre amigos. Nessa mesma simplicidade partilhámos algumas das nossas inquietações e escutámos palavras de grande conforto e esperança”. Questionado sobre se fez alguma pergunta em especial ao Papa, Filipe refere que falou da atual crise que se vive no Velho Continente. “Quando lhe perguntei sobre que visão os jovens da Europa podem ter acerca do futuro, Francisco respondeu que os jovens não podem perder a esperança. Esta resposta torna-me missionário! Rezo para que os frutos desta JMJ Rio’2013 possam multiplicar-se por todo o mundo. Estou certo disso porque vi cerca de 3,7 milhões de jovens a receber o compromisso ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’”.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Serviço da Juventude e Siciliani-Gennar
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