“Acolher os pecadores, ainda vá lá, são uns coitados que talvez mudem de vida”, imagino alguns fariseus pensar, “mas, comer com eles, é confiança a mais!” De pecadores a perdidos vai um pequeno passo e a grande tentação de julgar associa-se a sentenças irrevogáveis. Não reconhecemos como é difícil, mesmo no nosso tempo evoluído, a reabilitação de quem falha e erra? Que tempo demoram os rótulos e os preconceitos a desaparecer para que uma pessoa possa viver sem estigmas? Muito mais importante que as normas, tantas delas claramente criadas para domínio e opressão dos outros mesmo que atribuídas a Deus, Jesus aponta o valor fundamental da vida. Ele não vê pecadores: vê irmãos, vê pessoas na sua totalidade com uma grandeza maior que as misérias, vê o futuro, que não pode ficar prisioneiro do passado!
Comer com alguém é sempre apostar no futuro. Precisamos do alimento que nos dá energia para o que vem a seguir. E se a refeição celebra também um passado, ela é porta para o futuro e afirmação de esperança. Talvez por isso, no ritmo que a eucaristia tem para os cristãos, começamos logo por pedir perdão e depois continuamos a refeição da palavra e do pão e do vinho. Ali se reproduz o encontro festivo e renovador que Jesus quer fazer com todos. Curiosamente, desse encontro se auto-excluem os fariseísmos e instituições que privilegiam a condenação. Ao produzir normas sem apontar valores, e congelando o passado para justificar o seu poder, não conhecem a alegria de acolher e de acreditar na vida com futuro.
Mas o escândalo maior que Jesus faz é revelar um Deus em movimento, que procura incansávelmente uma ovelha ou uma moeda perdidas, que corre para abraçar o filho mais novo e sai de casa para ouvir e falar ao coração do filho mais velho. O Pai de Jesus Cristo rejeita a imobilidade, o trono alto, e a distância como atributos de poder. Perdoar e amar é acreditar no futuro. Não será também isto que nós, milhões de cristãos ouvintes desta palavra de domingo, precisamos pôr mais em prática?
Pedro Vaz Patto
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