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A uma janela de Roma
“A Igreja é enviada a levar Cristo a todos”
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O Papa Francisco falou da missão da Igreja. Na semana em que a Congregação para a Doutrina da Fé publicou um artigo sobre o casamento, o Papa encontrou-se com representantes da Federação Luterana Mundial, assinalou o Dia Mundial das Missões e recebeu o presidente da Autoridade Palestiniana. O retiro pascal do Papa e da Cúria romana vai-se realizar, pela primeira vez, fora do Vaticano.

 

1. O Papa voltou a explicar que a missão da Igreja não passa só, nem em primeiro lugar, pelo auxílio social. “A Igreja não é uma loja, a Igreja não é uma agência humanitária, a Igreja não é uma ONG, a Igreja é enviada a levar a todos Cristo e o seu Evangelho é este o centro da Igreja, levar Jesus”, garantiu, na habitual audiência-geral das quartas-feiras. Por isso, Francisco desafiou a levar sempre o amor de Jesus onde quer que esteja. “E nós? Qual é o amor que levamos aos outros? Como são as relações nas nossas paróquias, nas nossas comunidades? Tratamo-nos como irmãos e irmãs ou cada um trata da sua horta?”, questionou, perante cerca de 100 mil pessoas, reunidas na Praça de São Pedro.

Ainda na manhã de quarta-feira, o Papa encontrou-se com capelães prisionais, referindo a proximidade de Jesus aos reclusos. “Nenhuma cela é tão isolada que possa excluir o amor de Deus. Também Deus está preso, numa cela com os fracos”, garantiu.

 

2. O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé considera que haverá atualmente mais casos de casamentos nulos do que no passado, devido ao desconhecimento da doutrina católica sobre o matrimónio. Num longo artigo publicado no jornal Osservatore Romano, o arcebispo Gerhard Muller defende a atual posição católica de total inviolabilidade do casamento, desde que validamente celebrado. “A mentalidade contemporânea contrasta bastante com a compreensão cristã do matrimónio, sobretudo a respeito da sua indissolubilidade e abertura à vida. Uma vez que muitos cristãos são influenciados por tal contexto cultural, os casamentos são provavelmente mais frequentemente inválidos nos nossos dias do que eram no passado, estando ausente a vontade de se casarem segundo o sentido da doutrina matrimonial católica e havendo uma reduzida adesão a um contexto vital de fé”. O artigo surge numa altura em que se começa a preparar um sínodo extraordinário para a família, que terá como particular enfoque a questão dos divorciados que vivem em segundas uniões.

O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé recusa ainda a solução ortodoxa de permitir segundos casamentos em nome da misericórdia.

 

3. O Papa Francisco recebeu no Vaticano representantes da Federação Luterana Mundial e recordou os 500 anos da reforma protestante. Na passada segunda-feira, Francisco salientou que católicos e luteranos devem “pedir perdão” uns aos outros e empenhar-se no diálogo ecuménico. “Católicos e luteranos podem pedir perdão pelo mal que causaram uns aos outros e pelas suas ofensas, cometidas à vista de Deus. Juntos, podemos regozijar-nos com o desejo de unidade que o Senhor despertou nos nossos corações e nos faz olhar com esperança para o futuro”, declarou.

A intervenção do Papa evocou o programa celebrativo comum que tem em vista assinalar os 500 anos da reforma protestante, em 2017. “Acredito que é importante para todos confrontar em diálogo a realidade história da reforma, as suas consequências e as respostas que lhe foram dadas”, declarou o Papa, apelando a um caminho de “diálogo e comunhão”, face a todas as dificuldades e divergências, e destacando a importância do “ecumenismo espiritual”.

 

4. O Papa Francisco assinalou o Dia Mundial das Missões, que a Igreja Católica celebrou no passado Domingo, 20 de outubro, com um elogio a todos os que “dão a vida” neste serviço, sem “proselitismo”. “Neste dia, estamos unidos a todos os missionários e missionárias, que trabalham silenciosamente e dão a vida”, referiu. Segundo o Papa, a missão da Igreja é difundir essa chama que “Jesus acendeu no mundo, a fé em Deus que é Pai, amor, misericórdia”. Neste sentido, assinalou que “o método da missão cristã não é o proselitismo, mas o da chama partilhada que aquece a alma”, agradecendo ainda a todos os que rezam e apoiam materialmente a “ação missionária” da Igreja Católica.

 

5. O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, diz que gostava de assinar um acordo de paz com Israel com a caneta que recebeu das mãos do Papa Francisco, durante a audiência que decorreu no Vaticano, no passado dia 17. A situação na Terra Santa esteve em destaque neste encontro. “Falou-se sobre a situação no Médio Oriente e, em particular, sobre o retomar das negociações entre israelitas e palestinos, exprimindo o desejo de que tal processo produza os frutos desejados para encontrar uma solução justa e duradoura a um conflito cujo fim se revela cada vez mais necessário e urgente”, refere uma nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, salientando que Francisco e Abbas apelaram à tomada de “decisões corajosas em favor da paz, com o apoio da comunidade internacional”.

 

6. Pela primeira vez, o retiro pascal do Papa e da Cúria romana vai ter lugar fora do Vaticano. Francisco escolheu uma casa da Sociedade de São Paulo para os exercícios espirituais que têm sempre lugar na primeira semana da Quaresma. Contudo, desta vez o Papa quer que o retiro decorra “fora do ambiente normal de trabalho” e escolheu a casa dos paulistas nos arredores de Roma. Em 2014, os exercícios espirituais vão ser pregados por um dos diretores espirituais do Seminário maior de Roma.

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