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Fundação AIS denuncia agravamento da perseguição aos Cristãos
Um Inverno sem fim
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Quantas tragédias reais se escondem atrás de uma simples estatística? Milhões de refugiados, milhares de mortos, centenas de casas e Igrejas destruídas. Nos últimos anos, perante tantas vezes o silêncio cúmplice da comunidade internacional, os Cristãos têm sido vítimas de campanhas de terror, de violência inimaginável, de medo.

 

O Cristianismo é a religião mais perseguida no mundo. Em algumas regiões, a perseguição provocou um êxodo tal que se está a caminhar para um alarmante quase que desaparecimento do Cristianismo em diversos países como o Iraque, Síria, Egipto.
Desde o final de 2010, quando um jovem vendedor ambulante tunisino se imolou, como protesto derradeiro e impotente perante a pobreza e o desespero, o norte de África e o Médio Oriente foram varridos por uma onda de descontentamento popular que depressa se virou contra os poderes instituídos há décadas na região.
Caíram ditadores e o mundo julgava que se estava a caminhar para uma democratização da região, a tal ponto que este movimento ficou conhecido como a Primavera Árabe. O pior é que o Islamismo militante, que saltou para as ruas com as manifestações populares, depressa passou a atacar os Cristãos e os seus interesses.

 

Situação alarmante

No mais recente relatório sobre liberdade religiosa no mundo, da responsabilidade da Fundação AIS e divulgado na semana passada, conclui-se que, em dois terços dos 30 países onde a perseguição aos Cristãos é mais acentuada, “os problemas têm piorado”, a tal ponto que, “especialmente no Médio Oriente, a sobrevivência da Igreja está em causa”.
A chamada Primavera Árabe, que para os Cristãos se transformou num “Inverno”, deu origem, a “um êxodo que está a atingir proporções quase bíblicas”, pode ler-se no documento.

No Iraque, a comunidade cristã passou de quase 1 milhão e meio de pessoas para pouco mais de 300 mil. Na Síria, “houve populações inteiras de vilas e aldeias predominantemente cristãs ao redor de Homs que fugiram no início de 2012 para salvarem a vida”. Mais há apenas dois meses, a 14 e 15 de Agosto, no Egipto, uma onda de violência extrema contra os Cristãos provocou a destruição de cerca de 80 igrejas e outros centros Coptas, incluindo escolas, conventos, clínicas. O Bispo Kyrillos William de Assiut, num telefonema angustiado para a Fundação AIS, disse que “muitos cristãos estão a sofrer” e acrescentou: “de algumas vilas chegam-nos gritos de socorro de pessoas pedindo ajuda porque não podem sair de suas casas”.

 

Histórias de terror

Março de 2013. Por causa da acusação de que um jovem paquistanês tinha blasfemado, uma multidão de mais de 3 mil pessoas incendiou e destruiu 178 casas e duas igrejas. As autoridades só intervieram depois de tudo reduzido a cinzas. Março de 2012. O Grande Mufti, Sheik Abdullah, a maior autoridade religiosa da Arábia Saudita, declarou que todas as igrejas da Península Arábica deviam ser destruídas. Fevereiro de 2012. Um jovem cristão, integrado nas Forças Armadas, foi preso por se ter recusado a abandonar a religião. Na cadeia, entre outras torturas, é obrigado a contar grãos de areia debaixo de um sol abrasador. Natal de 2011. Quarenta e quatro cristãos são assassinados e mais de 80 ficaram feridos em resultado de um ataque armado durante a Missa na Igreja de Madalla.

 

Perseguidos e esquecidos?

Esta é uma tragédia imensa. São trinta países onde os Cristãos sofrem a intolerância e o ódio religioso, onde são minorias sem direitos, sem protecção das autoridades. Ao Iraque, Síria e Egipto, é preciso acrescentar a Nigéria, o Mali, o Paquistão, a Índia, a Arábia Saudita, a Eritreia, o Sudão, a Tanzânia, o Afeganistão, a China, a Coreia do Norte, o Sri Lanka, Mianmar, o Vietname…

João Paulo II dizia que a liberdade religiosa – ou a sua ausência – “é o teste decisivo pelo respeito de todos os outros direitos humanos”. Os Cristãos são alvo de perseguição e obrigados ao êxodo em muitos países no mundo. D. Louis Sako, o novo Patriarca Caldeu de Bagdade, lançou o alerta. “Se a emigração continuar, Deus queira que não, deixará de haver Cristãos no Médio Oriente.”

Os Cristãos são perseguidos; será que também estão a ser esquecidos?

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt | 217 544 000

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