Lisboa |
Encontro Vicarial com CNE e Jovens, na Apelação
“A Igreja é o conjunto dos que descobrem que Jesus é uma presença viva”
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O Patriarca de Lisboa convidou os escuteiros e os jovens a terem Cristo presente nas suas vidas. Num Encontro Vicarial com o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e os Jovens, na Apelação, no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia de Sacavém, D. Manuel Clemente desafiou a juventude a falar de Cristo e a falar com Cristo.

 

Foi perante cerca de duzentos escuteiros da Vigararia de Sacavém que o Patriarca de Lisboa ‘avisou’ estes jovens que eles estavam a olhar para um escuteiro cinquentenário! “Sou escuteiro há cinquenta anos!”, esclareceu desde logo D. Manuel Clemente. Perante o sorriso e aplauso dos ‘escutas’ presentes, o Patriarca de Lisboa, depois de ter escutado as atividades de cada um dos quatro agrupamentos de escuteiros da vigararia, recordou o início da sua caminhada escutista. “Eu estava a ouvir estes testemunhos dos jovens escuteiros e estava a pensar no que aconteceu comigo quando tinha a vossa idade. Aconteceu na minha paróquia, porque eu ouvi falar de um tal Jesus, que me convenceu muito! Porque quando nós somos adolescentes e jovens ouvimos muita coisa e naquela altura, quando eu era adolescente, começou a haver televisão em Portugal e a serem publicadas muitas revistas – aliás, foi através de uma revista que eu conheci Baden Powell [fundador do escutismo]. Ou seja, eu comecei a ouvir falar de Jesus Cristo, que motivava muita gente, que cá andou antes de mim e que andava ao mesmo tempo na paróquia e nos movimentos. Essa começou a ser uma presença muito importante na minha vida!”, testemunhou D. Manuel Clemente.

 

O encontro com Cristo

Sacavém é uma vigararia do Patriarcado de Lisboa composta por nove paróquias e que tem quatro agrupamentos de escuteiros: o Agrupamento 594 de Camarate, fundado a 6 de novembro de 1979, e que é o mais antigo da vigararia, o Agrupamento 895 de São João Talha, desde 10 de janeiro de 1988, o Agrupamento 905 de Sacavém, criado um ano antes, em 6 de novembro 1987, e o Agrupamento 1243 da Bobadela, que é o mais recente, tendo sido fundado já neste século, em 22 de junho de 2003. Os quatro agrupamentos estiveram presentes no encontro vicarial do passado dia 25 de outubro, no salão paroquial da Apelação. Marcaram também presença diversos membros de grupos de jovens paroquiais de Apelação e Camarate, Prior Velho, Sacavém, Unhos, Catujal, Bobadela, São João da Talha e Santa Iria de Azóia. Nesta sua conversa com os jovens, o Patriarca sublinhou a atualidade de Cristo na vida dos dias de hoje. “Lembro-me, quando era adolescente, que pensava muitas vezes n’Ele e que O via não como uma figura do passado, mas uma figura do presente, que estava Vivo. Eu não penso em Jesus como penso noutras figuras do passado, grandes homens, grandes heróis, grandes heroínas, mas que foram do passado e que têm uma estátua, mas foram do passado. Em Jesus Cristo, eu penso n’Ele como sendo agora! Quando dou por Ele, já estou a falar com Ele! E isto modificou tudo!”, assumiu. Nesse sentido, D. Manuel observou que “a Igreja é o conjunto daqueles e daquelas que descobrem isto, que Jesus é uma presença viva, e que O começam a ter muito presente também nas suas próprias vidas e a falar d’Ele uns aos outros”.

 

Falar de Jesus

Chamando ao escutismo ‘a Igreja acampada’, nesta partilha com os jovens o Patriarca de Lisboa recordou Aquele que era o centro de todas as conversas no seu tempo de escuteiro. “Eu lembro-me, concretamente no escutismo, que antigamente se faziam muitos raides. Era muito fácil, de noite, ir pelos campos fora! Hoje já não é tão fácil, mas lembro-me que em muitos desses raides, muitas das conversas que nós depois fazíamos, dois a dois ou em equipa, eram exatamente acerca de Jesus. Isso era algo que acontecia espontaneamente. Falávamos muito d’Ele, do que era a nossa vida com Ele, como é que nós O seguíamos ou não seguíamos, e sempre com a consciência de que para seguir Jesus precisamos de estar com os outros!”.

Neste encontro com escuteiros e jovens, organizado no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia de Sacavém, D. Manuel Clemente salientou que “o encontro com Cristo é que faz de nós cristãos”. “Nós não somos capazes de dizer por que somos cristãos… mas somos capazes de reconhecer, no meio de tantas atividades, se tivemos a graça de nascer em famílias cristãs, de contactar com comunidades cristãs e com movimentos, que a certa altura fomos apanhados pela presença, que é a presença de Cristo Vivo”, observou.

 

Falar com Jesus

Se há cinquenta anos os temas dos encontros escutistas do então jovem Manuel eram Jesus, na noite do passado dia 25 de outubro o agora Patriarca de Lisboa centrou também a sua partilha em Cristo. “A presença de Cristo é o que faz de nós Igreja”, frisou. “O que está a acontecer com todos vocês, em todas as vossas atividades, com mais acampamentos ou menos acampamentos, mais paróquia ou menos paróquia, é uma presença que há dois mil anos mudou a história do mundo e agora faz história connosco. Tenho a certeza absoluta que para nenhum de vocês que aqui está, Jesus é um nome do passado. Quando vocês pensam em Jesus, já estão a falar com Ele”, assegurou.

 

Tolerantes e exigentes

Uma das questões colocadas ao Patriarca de Lisboa prendeu-se com a atitude que os chefes e dirigentes dos escuteiros e os animadores de grupos de jovens devem ter com a juventude. Respondendo à pergunta, D. Manuel convidou desde logo estes responsáveis a serem “tolerantes e exigentes” com os jovens. “Por vezes, há uma certa tolerância que é simplesmente um certo desinteresse. Mas há que ter a arte de exigir e acompanhar, e sobretudo de fazer sentir que gostam deles e que é exatamente por gostarmos deles que ‘puxamos’ por eles!”.

A este propósito, o Patriarca recordou uma conversa que teve há muitos anos com uma amiga sobre João Paulo II, que era considerado o Papa dos jovens. “O Papa João Paulo II cativava muito a juventude, mas as coisas que ele dizia eram muito exigentes! E uma vez perguntei a uma mãe, que era educadora: ‘Diz-me lá, porque é que ele atrai tanto a juventude com um discurso tão exigente?’. Essa mãe respondeu-me uma coisa que eu nunca mais esqueci: ‘Sabe o que é? É que os jovens percebem que ele gosta deles’”. Para D. Manuel Clemente, “é disto que toda a Igreja precisa”. “Oxalá todos nós cresçamos nessa capacidade, de ‘puxar’ e de gostar! E a puxar porque se gosta!”.

  

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Vigília de Oração com cânticos de Taizé

A segunda parte do Encontro Vicarial com o CNE e os Jovens, na Apelação, foi feita de oração. Juntamente com o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e os Bispos Auxiliares, D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, ao longo de uma hora os jovens da Vigararia de Sacavém rezaram, cantaram e colocaram as suas preces junto de Deus. Ao centro, a Cruz de Cristo. Em frente da Cruz, diversas velas acesas constituíam a palavra ‘Fé’. O silêncio fez-se ouvir por diversos momentos. Também os cânticos de Taizé, acompanhados à viola, foram interpretados pelos cerca de 200 jovens presentes neste encontro juvenil na Apelação.

  

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A Pastoral Juvenil na Vigararia de Sacavém

A Vigararia de Sacavém é uma vigararia que foi constituída recentemente, fruto da reestruturação vicarial no Patriarcado ocorrida em 7 de julho de 2011. Desagregada da antiga Vigararia II, a Vigararia de Sacavém tem como responsável pela Pastoral Juvenil o padre Raimundo, pároco da Bobadela, que conta com a colaboração do padre Javier, coadjutor de Santa Iria, do irmão Neto, animador em Camarate e Apelação, e de cerca de meia dezena de jovens. Rui Figueiredo, da paróquia de São João da Talha, é um dos que colabora na pastoral dedicada aos jovens e no encontro vicarial no âmbito da Visita Pastoral deu a conhecer o trabalho desenvolvido nestes dois anos. “Somos uma vigararia bastante jovem, que está a começar o seu terceiro aniversário, e que temos como exemplo um jovem um pouco mais velho, que é o senhor Patriarca, que está aqui connosco e que nos anima e orienta a nossa caminhada! Uma das principais atividades que temos são os encontros nas diversas paróquias. Para além disso, temos participado na Vigília de Oração pela Unidade dos Cristãos e organizado palestras sobre o diálogo ecuménico. Outras atividades bastante importantes foram o Festival Vicarial da Canção e a Jornada Vicarial da Juventude”, destacou este animador, referindo que “os jovens da vigararia irão estar presentes na Jornada Diocesana de Encerramento do Ano da Fé, em Peniche, e nas Jornadas Diocesanas da Juventude”. Nos meses de fevereiro e março, a Pastoral Juvenil da Vigararia de Sacavém vai promover um concurso fotográfico. “O tema será ‘Como eu vejo a minha paróquia’ e através de uma ou mais fotografias o objetivo é os ‘olhos’ do jovens mostrarem as suas comunidades”, revelou Rui.

A Pastoral Juvenil nas vigararias deve envolver todas as paróquias. Neste sentido, Rui Figueiredo deixou ainda “um apelo aos representantes das comunidades paroquiais que ainda não fazem parte da Pastoral Juvenil na Vigararia de Sacavém” para contactarem com os responsáveis vicariais, “de forma a programarem encontros e atividades conjuntas”.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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