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Moçambique teme o regresso aos tempos da guerra civil
Dias de medo
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Os tambores da guerra voltaram a fazer-se escutar. Uma onda de escaramuças militares entre forças governamentais e membros da Renamo fazem temer o pior. A isso soma-se uma onda de raptos nas principais cidades. A Igreja pode ser a única entidade capaz de fazer as pontes necessárias para a paz. Mas a Igreja debate-se com um enorme problema: a falta de sacerdotes. Vamos ajudar?

 

Moçambique, um dos mais pobres países do mundo, insiste no caminho do abismo. Vinte e um anos depois dos acordos de paz, em Roma, que puseram fim a quase duas décadas de guerra civil, notícias de ataques diversos e de escaramuças militares entre forças governamentais e elementos ligados à Renamo fazem antever o pior.

E o pior é o regresso da guerra. Moçambique vive dias inquietos. As notícias dos ataques multiplicam-se a cada dia que passa e ganham uma sonoridade ainda mais preocupante por causa de uma onda de raptos que tem assolado o país, especialmente nas grandes cidades como Maputo, a capital.

Moçambique arrisca-se, assim, a não sair da miséria que está estampada nos retratos oficiais do país. Pobre, tem uma taxa de iliteracia superior a 50% e uma das mais elevadas percentagens de infecção pelo vírus da Sida. Violência, crime, tráfico de órgãos e de pessoas, raptos, prenúncio de conflito armado…

 

Igreja perseguida

A guerra civil foi desastrosa: mais de 1 milhão de mortos, milhão e meio de refugiados. Nos 17 anos de conflito, quase 10 milhões de moçambicanos perderam as suas habitações. Também as infraestruturas do país foram destruídas: estradas, escolas, hospitais. Nem a Igreja escapou.

Acusada de ter colaborado com o regime colonial, a Igreja Católica foi alvo de um ataque generalizado desde a independência. Alguns sacerdotes e missionários tiveram apenas 48 horas para abandonar o país. Muitas comunidades cristãs ficaram sem pastor. Os ataques contra a Igreja foram generalizados. Sacerdotes detidos, caluniados, assassinados.

Mas a Igreja, apesar de perseguida, continuou o seu trabalho em favor das comunidades mais desfavorecidas. E, por vezes, na ausência de sacerdotes, foram os catequistas que mantiveram viva a chama da fé em muitas comunidades.

 

Falta de padres

Hoje, quando ressoam os tambores da guerra, todos olham para a Igreja como sendo, talvez, a única entidade capaz de fazer pontes, de ter palavras de esperança, de ser agente de paz.

Um dos maiores problemas com que se depara a Igreja Católica em Moçambique é a enorme falta de sacerdotes. Com dioceses, como Xai-Xai, com 76 mil km2, imagina-se a dificuldade em realizar o trabalho apostólico junto de comunidades dispersas, sem estradas, sem comunicações, sem meios de transporte.

D. Lúcio Muandula, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, reconhece que este é o maior desafio que se coloca ao seu país: “A nível nacional, o número de sacerdotes diocesanos locais ronda entre os 200 e os 250. Conseguimos cobrir razoavelmente a parte do litoral, mas o interior está desprovido da presença de sacerdotes e de religiosos”.

A formação de padres é essencial. A Igreja de Moçambique pede a ajuda da Fundação AIS para esta tarefa muito específica. Em causa está a guerra ou a paz. Em causa está o futuro de Moçambique.

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt | 217 544 000

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