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A Família, lugar de acolhimento à Vida
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Este mês, em que celebramos o nascimento do nosso Salvador, Jesus, é ocasião propícia para recordar que toda a vida é um dom precioso, que é necessário acolher e cuidar!

 

Perante este dom precioso, Deus chama-nos a crescer e multiplicar-nos, cooperando no Seu plano criador. Só na relação entre homem e mulher é possível este bem: é na relação entre diferentes que se gera a vida. A complementaridade, necessária à procriação, é também um bem fundamental ao longo da vida, e está patente na Família, onde que se encontram a criança, o jovem, o adulto e o idoso. O convívio intergeracional que a família proporciona ajuda-nos a reconhecer o caráter intergeracional da vida humana e a compreender que todos têm os seus dons específicos e que devem ser amados na sua unicidade. Assim, acolher a vida é também acolher o outro, partilhando as suas descobertas, a sua sabedoria e o seu caminho de fé.

Neste número procurámos refletir sobre como a vida se transmite através da comunhão entre gerações, acolhendo a sabedoria e experiência dos mais velhos. Na secção catequese doméstica abordamos a importância de acolher a vida e ser testemunhas alegres do Evangelho de Jesus. Apresentamos ainda a NaProTechnologyTM, uma esperança para casais inférteis e uma proposta frutuosa de planeamento familiar segundo o método natural.

A Pastoral Familiar deseja a todos um Santo Advento, se possível, junto das vossas famílias.

 

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O Regresso à terra

Estão feitas as colheitas e prepara-se a terra para uma nova época. É o renovar constante de uma prática produtiva. É um trabalho que nunca está terminado e precisa de ser reiniciado todos os anos. Assim é o fator produtivo; assim é o crescimento em família, numa sementeira diária, num trabalho constante e que se renova na alegria do contributo de todos.

As hortas na varanda, ou as hortas comunitárias, começam a ser uma nova forma de “regresso à terra” e se por um lado o investimento é pequeno, o interesse e a curiosidade são normalmente grandes. O que muitas vezes se torna uma verdadeira descoberta é a ajuda, a participação, afinal, o empenho dedicado, de quem tem mais anos e transmite o seu saber às novas gerações.

Uma horta comunitária é isso mesmo: é estar próximo e partilhar o mesmo caminho, para que o respeito pela natureza, pelos outros e por nós próprios se semeie e regue um bocadinho de cada vez. Quando se começa a ter a perceção do trabalho que implica ter uma horta bem tratada para que a colheita seja abundante, percebe-se que é um trabalho exigente. Todos os anos é preciso fazer a mesma coisa, mas com uma dedicação renovada.

Mas como fazer? Como cuidar? Que segredos é que a terra tem? Aí entra o saber das gerações mais avançadas, nas ajudas dos avós ou dos vizinhos, alguns deles agricultores de muitas gerações que a vida teimou em os manter agarrados à terra. É o saber da experiência, de muitos sucessos, mas também de insucessos. Trata-se de uma aprendizagem, de reconhecer erros e encontrar soluções.

O mais interessante de quem já deu os primeiros passos nas hortas comunitárias, ou na sua pequena horta de quintal, é procurar aliar o saber feito de experiência, às novas técnicas, ou “dicas” para melhorar a capacidade de produção com menos esforço. Coisas simples como o uso de luvas para tratar de roseiras, ou de um sistema de rega gota a gota, ou o uso de telas para evitar as ervas daninhas. Tudo alimenta o gosto do contacto com a terra e de transmitir aos mais novos uma noção de proteção do ambiente.

Algumas experiências são a concretização de um sonho, outras são absoluta necessidade forçada pela falta de emprego ou de rendimentos. Há que pensar simples e viver com ideais simples, fatores que nos conduzem a uma felicidade que se vê nos pequenos gestos e na forma como se envolve a família. 

Partilhamos a descoberta de alguns jovens casais que em jeito de síntese assim se expressavam: “Sintam o cheiro da terra molhada, arranquem as ervas e cuidem das plantas que serão os vossos alimentos, sintam o prazer de mexer na terra, criando e cuidando. O contacto com a terra faz-nos falta porque nos faz muito bem. Preparem os alimentos com a família, convidem os amigos e cozinhem uma boa refeição com as coisas que semearam e plantaram. Partilhem o melhor da vida!”

 

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Catequese Doméstica: “A vida é um dom de Deus”

 Os dias de hoje apresentam enormes desafios à fé e ao compromisso cristão. Só quem reconhece verdadeiramente o sentido da própria vida como sendo a vida de Deus que o habita, poderá ter a coragem e a criatividade de fazer passar pelo mundo a santidade que Deus deseja para todos os homens. Deus que é amor, perdão, compromisso com a vida, auxílio do pobre e daquele que sofre.

Se o nosso mundo vive na aflição, na tristeza, na falta de sentido e no receio do futuro, são necessárias, mais que tudo, pessoas que abram horizontes, que irradiem esperança e felicidade, que sejam coerentes. E esta missão começa no ambiente a que cada um pertence, o mundo real e concreto que toca.

Deste modo seremos capazes de concretizar o desafio de Jesus: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós”  (Jo 20,21); e comunicou-lhes o seu Santo Espírito.

Isto significa que, como Jesus foi anunciador do amor de Deus Pai, também nós o devemos ser da caridade de Cristo: somos mensageiros da sua ressurreição, da vitória sobre o mal e sobre a morte, portadores do seu amor divino. Esta será a melhor forma de dar graças pelo dom da vida.

A pergunta do doutor da Lei só incluía “qual é o primeiro mandamento?”. Mas Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: “o segundo, semelhante a este é, amarás o próximo como a ti mesmo”. O amor ao próximo, portanto, é “o seu mandamento”. Como concluía são João com fina psicologia: “Se não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não vemos?”

O homem está feito à imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele. Imagem porque Deus reflete em nós a sua imagem de amor. Semelhança porque teremos de ser semelhantes, ou seja, conformes àquilo que Deus espera de nós: que O amemos sobre todas as coisas e que amemos ao próximo como a nós mesmos.

Consciente desta realidade, a família cristã situa Deus no horizonte da vida dos seus filhos desde os primeiros momentos da sua existência consciente. É um ambiente que eles respiram e assimilam. Isto ajuda-os a descobrir e acolher a Deus, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo e à Igreja.

A nossa missão de pais é ajudar os nossos filhos a descobrir o próximo, especialmente o necessitado, e a realizar pequenos mas constantes serviços: partilhar as suas capacidades, visitar os familiares enfermos, acompanhar os avós e prestar-lhes pequenos serviços, aceitar as pessoas fazendo-os perdoar as pequenas limitações e ofensas de cada dia, etc.

Só assim estaremos a criar uma sociedade nova, criando hábitos bons para enfrentar a vida com a predisposição do amor aos outros.

 

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Testemunho: NaProTechnology®

Pouca gente sabe, mas a Igreja tem uma proposta para as pessoas que sofrem com a infertilidade que é muito mais barata, muito mais humana e respeita a inseparabilidade das dimensões unitiva e procriativa do acto sexual conforme refere o Papa Paulo VI na encíclica Humanae Vitae. Esta encíclica sobre a Vida Humana constitui a resposta da Igreja aos sérios desafios que o dever de transmitir a vida põe à consciência dos cônjuges. Nela, o Papa Paulo VI lançou um repto aos homens de ciência, para "um contributo grande para o bem do matrimónio e da família e para a paz das consciências, se se esforçarem por esclarecer mais profundamente, com estudos convergentes, as diversas condições favoráveis a uma honesta regulação da procriação humana" (cf. Gaudium et Spes, 52). Como resposta direta, surgiram vários métodos naturais de regulação da natalidade, como é o caso australiano do Método de Billings. Partindo deste, surgiu em 1980, The CREIGHTON MODEL FertilityCareTM System, que permite a apreciação da fertilidade, e a participação ativa do casal na monitorização e manutenção da saúde reprodutiva e ginecológica. Os casais ou mulheres solteiras aprendem a monitorizar e registar, de forma precisa e normalizada, os seus marcadores biológicos, que são importantes indicadores da saúde reprodutiva e global da mulher. A investigação e experiência clínica do Dr. Thomas Hilgers, ao longo de trinta anos de aplicação do sistema, conduziu à formalização de uma tecnologia científica dirigida aos casais inférteis, a Natural Procreative TECHNOLOGYTM (NaProTECHNOLOGYTM), com o objetivo de tratar as causas da infertilidade, que não é, em si mesma, um diagnóstico médico. Uma novidade particularmente importante é o tratamento de perturbações de saúde que podem ser causa de infertilidade antes mesmo do casal tentar conceber. É inclusive possível prever o risco aumentado de aborto espontâneo e intervir na sua prevenção. A NaProTECHNOLOGYTM atua de forma a restaurar a fertilidade do casal, intervindo também em casos de infertilidade por fator masculino.

Como tecnologia de procriação moralmente aceitável, promove a união entre o casal e pressupõe uma relação sexual completa, salvaguardando “plenamente a dignidade da procriação humana” (Donum Vitae, 7).

É importante salientar a sua versatilidade, mesmo em casos de Endometriose, Ovários poliquísticos, aderências pélvicas, bloqueio das trompas de Falópio, níveis baixos de progesterona, ausência de ovulação, infertilidade inexplicada, entre outros. Para além disto, tem impressionado a comunidade científica e civil com o seu sucesso em casais com aborto espontâneo recorrente, assim como em casos de múltiplas tentativas sem êxito de inseminação artificial ou Fertilização in Vitro (FIV). Os casais que, apesar de todos os esforços, não chegam à conceção e gravidez desejada, afirmam terminar o tratamento mais saudáveis e mais fortalecidos na sua união.

 

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Vai Acontecer

Reuniões com as zonas pastorais

A equipa da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa estabeleceu como um dos objetivos para o ano pastoral 2013-2014 o encontro com as diferentes zonas pastorais da diocese com vista à criação de uma rede de contactos e desenvolvimento da pastoral familiar. Até ao momento encontrámo-nos com as Zonas Pastorais do Oeste e do Termo Oriental, e com a Assembleia Diocesana de Obras e Movimentos. Em Janeiro teremos a oportunidade de reunir com os agentes de pastoral familiar das Zonas Pastorais do Termo Ocidental e de Lisboa, assim como com os Movimentos de Espiritualidade Familiar.

 

Encontro anual de CPB

No próximo dia 12 de Janeiro realiza-se pelas 15h00, na Igreja de São João de Deus, o Encontro Anual de CPB (Centros de Preparação para o Batismo) dirigido aos agentes envolvidos no acolhimento e preparação de pais e padrinhos para o batismo de crianças.

 

Questionário sobre a Família

Até ao dia 8 de Dezembro ainda pode responder ao questionário da diocese de Lisboa sobre a Família em http://familia.patriarcado-lisboa.pt. Este questionário online visa facilitar a participação de todos os fiéis no expressar do sentir crente sobre o tema «Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização», contribuindo para os trabalhos preparatórios da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos que o Papa Francisco convocou para o Vaticano, de 5 a 19 de Outubro de 2014. A síntese com os resultados deste questionário, bem como as reflexões provenientes das comunidades diocesanas recebidas pelo Setor da Pastoral Familiar destinam-se a ser enviados para a Conferência Episcopal Portuguesa até ao final de Dezembro, permitindo a sua inclusão no contributo nacional que será entregue à Secretaria do Sínodo até ao final de Janeiro de 2014.

textos pela Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
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Tony Neves
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