O Papa Francisco falou sobre a ressurreição. Na semana em que se reuniu com o grupo de oito cardeais, o Papa recebeu em audiência o primeiro-ministro de Israel e realizou a segunda visita a uma paróquia romana. O ano 2015 será dedicado à vida consagrada.

 

1. Na catequese da audiência-geral de quarta-feira, 4 de dezembro, sobre ‘Creio na ressurreição da carne’, o Papa refletiu sobre o que significa ressuscitar. “Esta transformação, esta transfiguração do nosso corpo é preparada nesta vida pelo encontro com Cristo Ressuscitado nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Nós, que nesta vida nos alimentarmos do Seu Corpo e do Seu Sangue, ressuscitaremos como Ele, com Ele e por meio d’Ele. Como Jesus ressuscitou com o Seu corpo, mas não regressou a uma vida terrena, assim nós ressuscitaremos com os nossos corpos que serão transfigurados em corpos gloriosos, corpos espirituais”, assegurou.

No final da audiência, o Papa Francisco apelou à oração pelas cinco religiosas raptadas na Síria, país dilacerado pela guerra e para o qual o Santo Padre apelou, mais uma vez, para a paz.

 

2. O Papa reuniu-se esta semana com a comissão de oito cardeais encarregue de fazer propostas no sentido de reformar a Cúria romana. Os cardeais estiveram no Vaticano durante três dias, entre terça e quinta-feira, e analisaram os diferentes dicastérios da Santa Sé. Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, os cardeais começaram por analisar a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Esta é a segunda vez que o ‘G8’, como já é conhecido informalmente o grupo, se reúne em Roma, embora os seus membros mantenham contacto constante mesmo quando estão nas suas respetivas dioceses.

 

3. O Papa Francisco recebeu em audiência, esta segunda-feira, dia 2, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Não se sabe se foi discutida uma possível visita do Papa à Terra Santa, na Primavera de 2014, mas é público que o Papa tem a intenção de viajar para assinalar os 50 anos da visita de Paulo VI e o famoso abraço entre este e o Patriarca Atenágoras, de Constantinopla, que inaugurou uma nova era nas relações ecuménicas. Na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que a visita não será confirmada sem que antes seja enviada uma equipa para a Terra Santa para avaliar os locais a visitar.

Na tradicional troca de lembranças, Netanyahu ofereceu a Francisco uma edição espanhola de um livro sobre a inquisição espanhola, escrita pelo seu pai. Na dedicatória, escreveu: “Para Sua Santidade o Papa Francisco, um grande pastor da nossa herança comum”. O primeiro-ministro de Israel ofereceu ainda um candelabro de nove braços, evocativo da festa de Hanucá, que está a ser celebrada por estes dias pelos judeus. Por sua vez, o Papa ofereceu a Netanyahu uma placa com uma gravura de São Paulo. Trata-se de um presente também muito simbólico, uma vez que é com base num dos escritos de São Paulo em que ele afirma que as promessas de Deus são irrevogáveis que a Igreja sustenta que os judeus ainda vivem numa aliança salvífica com o Senhor, o que tem permitido dar um enfoque mais positivo às relações entre as duas religiões.

 

4. O Papa visitou na tarde de Domingo, 1 de dezembro, a paróquia de São Cirilo de Alexandria, localizada no bairro Tor Sapienza, em Roma. Francisco encontrou-se brevemente as crianças da Primeira Comunhão, os doentes, os batizados, com os seus pais, tendo crismado adolescentes e confessado alguns paroquianos. Na Missa a que presidiu, neste I Domingo do Advento, o Papa destacou que um caminho no qual não é contemplado Jesus “não é um caminho de cristãos”. Esta foi a segunda visita do Papa Francisco a uma paróquia romana.

Já de manhã, o Papa sublinhou que o Advento “é um tempo que nos devolve o horizonte da esperança”. Francisco referiu-se, ainda, ao Dia Mundial de Luta contra a SIDA, que se assinalava em todo o mundo. “Hoje decorre a Jornada Mundial de Luta contra o HIV/SIDA. Exprimimos a nossa proximidade às pessoas afetadas, especialmente às crianças. Uma proximidade que é muito concreta pelo empenho silencioso de tantos missionários e técnicos. Rezemos por todos, também pelos médicos e investigadores. Que cada doente, sem excluir ninguém, possa aceder aos cuidados que necessita”, desejou Francisco, após a oração do Angelus.

No sábado, dia 30 de novembro, véspera do início do Advento, o Papa reuniu-se com jovens, salientando a importância da coragem de ir contracorrente. “Se não se deixarem condicionar pela opinião dominante e permanecerem fiéis aos princípios éticos e religiosos cristãos, encontrareis a coragem de ir contracorrente. No mundo globalizado, podereis contribuir para salvar vossa peculiaridade e características próprias, procurando nunca baixar o nível ético. Com efeito, a pluralidade de pensamento e de individualidade, reflete a sabedoria multiforme de Deus sempre que nos aproximamos da verdade com honestidade e rigor intelectual, de forma a cada um ser dom benéfico para todos”, observou, na celebração das primeiras vésperas do Advento, com os estudantes das Universidades Pontifícias Romanas.

 

5. O ano 2015 será dedicado à vida consagrada, anunciou o Papa Francisco durante um encontro com 120 superiores gerais de congregações religiosas, no Vaticano. "Eles são homens e mulheres que despertam o mundo. A vida consagrada é profecia. Deus pede-nos para voar do ninho e sermos enviados para os confins do mundo. Esta é a maneira mais eficaz de imitar o Senhor", revelou o Papa, lembrando que “todos os cristãos devem ser coerentes com a sua fé”, mas os religiosos “são chamados a seguir o Senhor de uma maneira especial”.