Lisboa |
Conferência ‘Ozanam no seu tempo e no nosso’
“Ozanam descobriu o nexo evangélico entre a verdade e a caridade concreta”
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O Patriarca de Lisboa considera que a intuição de Frédéric Ozanam (1813-1853) ao fundar as Conferências de São Vicente de Paulo em 1833, “unindo intrinsecamente a apologética católica com a respetiva demonstração prática”, teve resultados que podem ser considerados “fulgurantes e inesperados”.

 

Numa conferência na Academia Portuguesa da História, por ocasião dos 200 anos do nascimento de Ozanam, D. Manuel Clemente lembrou o contexto social do fundador das Conferências Vicentinas. “Se em janeiro de 1831 fora saqueado o arcebispado [de Paris], o arcebispo passara a viver escondido, e tudo parecia indicar que o cristianismo ficaria reduzido a muito pouco, tanto na ideia geral como na prática da população, nem foram precisos três anos para que as coisas mudassem, notando-se sinais do renascimento, precisamente onde menos seria de esperar – os estudantes universitários. Tinham entretanto nascido as Conferências de São Vicente de Paulo, unindo intrinsecamente, qual causa e consequência, o estudo e a caridade”. Na sua intervenção, com o tema ‘Ozanam no seu tempo e no nosso’, o Patriarca de Lisboa citou Frédéric Ozanam. “Nada melhor do que ouvirmos o próprio Ozanam, como se pronunciou num discurso em Florença, a 30 de janeiro de 1853: «Éramos então inundados pelo dilúvio das doutrinas filosóficas e heterodoxas que se agitavam à nossa volta, e sentíamos o desejo de fortificar a nossa fé no meio desses assaltos desencadeados pelos diversos sistemas da falsa ciência. Alguns dos nossos colegas eram materialistas; outros saint-simonianos, outros fourieristas; também havia deístas. Quando nós, os católicos, tentávamos lembrar a esses irmãos desgarrados as maravilhas do cristianismo, respondiam-nos: “Têm razão, se falam do passado; o cristianismo fez prodígios noutros tempos; mas hoje está morto. Na verdade, vocês que se dizem católicos, o que é que fazem? Onde estão as obras que demonstrem a vossa fé, e que podem levar-nos a respeitá-la e a admiti-la?” Tinham razão e esta crítica era bem merecida. Foi então que nós dissemos: “Pois bem, mãos à obra! E que as nossas ações concordem com a nossa fé! Mas, que fazer? Que fazer para sermos verdadeiramente católicos, senão o que mais agrada a Deus? Socorramos o próximo como fazia Jesus Cristo, e ponhamos a nossa fé sob a proteção da caridade”». Neste discurso encontramos o essencial da contribuição de Ozanam, ou antes, da sua descoberta operativa, que tanta consequência teve entretanto”.

D. Manuel sublinhou ainda o que considerou “o sucesso da iniciativa” de Ozanam: “Descobriu o nexo evangélico entre a verdade e a caridade concreta; levou-o à prática com metodologia cristã, isto é persistentemente e sem alardes; criou em seu torno uma sociabilidade nova, que, dos seus colegas universitários, extravasou rapidamente para a Igreja em geral. Coincidiu assim com o que Jesus de Nazaré começara há muitos séculos – e com o que o Papa Francisco nos reapresenta agora como programa eclesial. É esta também a atualidade de Ozanam”.

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