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A uma janela de Roma
“Detenhamo-nos diante do Menino de Belém”
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Na mensagem de Natal, o Papa Francisco falou desta humanidade em que nasce Jesus. Na semana em que se encontrou por duas vezes com o Papa Emérito Bento XVI, Francisco falou dos idosos, recebeu uma carta do presidente da Síria e foi comentada uma possível visita papal à Terra Santa. Os números à volta do Papa Francisco não param de surpreender.

 

1. Durante a bênção ‘Urbi et Orbi’ (‘à cidade e ao mundo’), no dia de Natal, o Papa Francisco realçou que é nesta humanidade, marcada por guerras, violência e tragédia, que nasce Jesus. “Hoje, neste mundo, nesta humanidade, nasceu o Salvador, que é Cristo Senhor. Detenhamo-nos diante do Menino de Belém. Deixemos que o nosso coração se comova, deixemo-lo abrasar-se pela ternura de Deus; precisamos das suas carícias. Deus é grande no amor; a Ele, o louvor e a glória pelos séculos! Deus é paz: peçamos-Lhe que nos ajude a construí-la cada dia na nossa vida, nas nossas famílias, nas nossas cidades e nações, no mundo inteiro. Deixemo-nos comover pela bondade de Deus”.

Esta oração, no dia 25 de dezembro, foi dedicada especialmente a todas as vítimas das guerras no mundo, com destaque para a Síria. “Nunca percamos a coragem da oração! A coragem de dizer: ‘Senhor, dai a vossa paz à Síria e ao mundo inteiro’”. "A verdadeira paz não é um equilíbrio entre forças contrárias; não é uma bela 'fachada', por trás da qual há contrastes e divisões. A paz é um compromisso de todos os dias, que se realiza a partir do dom de Deus, da graça que Ele nos deu em Jesus Cristo", insistiu o Papa. Improvisando em relação ao texto escrito, Francisco convidou também os não crentes a trabalhar pela paz: "Aos não crentes convido a desejar a paz, com um desejo que alarga o coração, todos unidos, ou com a oração ou com o desejo, mas todos, pela paz”. Em relação à situação da imigração ilegal, o Papa fez questão de rezar especialmente pela conversão de quem ganha com esse negócio: “Ó Menino de Belém, tocai o coração de todos os que estão envolvidos no tráfico de seres humanos, para que se deem conta da gravidade deste crime contra a humanidade”.

 

2. O Papa Emérito Bento XVI almoçou na sexta-feira, 27 de dezembro, com o Papa Francisco na Casa Santa Marta. Foi a primeira vez que Bento XVI almoçou fora de casa, desde que resignou e vive no antigo Mosteiro Mater Ecclesia. No almoço em Santa Marta, além de Bento XVI sentaram-se à mesa com Francisco os secretários de ambos os Papas, o chefe da diplomacia vaticana e o assessor para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado. Oficialmente, foi dada apenas uma breve notícia no site da Rádio Vaticano, sem revelar os temas da conversa. O almoço, no entanto, não terá sido simplesmente de cortesia, considerando a presença destes dois últimos responsáveis do Vaticano. Monsenhor Dominique Mamberti é o secretário para a relação entre os Estados, o seu cargo é correspondente a ministro dos Negócios Estrangeiros. O outro convidado, monsenhor Brian Wells, é o secretário-geral para os Assuntos Gerais do Vaticano, o que leva a crer que, muito provavelmente, esta almoço também terá sido um almoço de trabalho.

Este encontro, refira-se, surge na sequência da visita de Francisco a Bento XVI, no passado dia 23, para lhe desejar um bom Natal. Um comunicado do Vaticano refere que Ratzinger acolheu o Papa argentino à porta de sua casa, o antigo mosteiro Mater Eclesia, e que, depois de uns momentos de oração na capela, os dois conversaram a sós cerca de meia hora.

 

3. O Papa Francisco apelou, no passado Domingo, no Vaticano, ao respeito pelos idosos. Na oração do Angelus da festa litúrgica da Sagrada Família, o Papa lembrou os mais velhos que nem sempre são bem tratados dentro das próprias famílias. “Pensemos noutros exilados. Chamá-los-ia ‘exilados escondidos’. Aqueles exilados que podem existir dentro das próprias famílias. Os idosos, por exemplo, que, por vezes, são tratados como presenças que estorvam. Muitas vezes penso que um sinal para saber como vai uma família é ver como nela são tratadas as crianças e os idosos”, afirmou. Antes, falando para milhares de peregrinos na Praça de São Pedro, Francisco lembrou o drama dos que procuram segurança para as suas famílias, os refugiados e migrantes. “Infelizmente, nos nossos dias, podem reconhecer-se muitas famílias nesta realidade. Quase todos os dias, a televisão e os jornais dão notícia de refugiados que fogem da fome, da guerra, de outros perigos graves à procura de segurança e de uma vida digna para si e para a sua família”, sublinhou.

 

4. O presidente da Síria, Bashar-al-Assad, escreveu ao Papa através de uma missiva que chegou em mãos por uma delegação síria que se deslocou ao Vaticano. Sem divulgar o conteúdo da carta, a Santa Sé explica que a delegação chefiada pelo ministro de Estado sírio reuniu-se com o responsável dos negócios estrangeiros e o Secretário de Estado do Vaticano, o arcebispo Pietro Parolin. Recorde-se que o Papa Francisco tem feito inúmeros apelos à paz na Síria, o último no dia de Natal. A guerra civil na Síria dura há mais de dois anos. Já fez mais de 120 mil mortos e dois milhões de refugiados.

 

5. O Patriarca latino de Jerusalém revelou, na sua mensagem de Natal, que o Papa Francisco vai visitar a Terra Santa em maio de 2014. “Primeiro à Jordânia e, em seguida, a Israel/Palestina”. D. Fouad Twal coloca a primeira viagem de Francisco à região entre os acontecimentos a ter em atenção, ao longo do próximo ano, e recorda os vários encontros que já teve com o Papa, afirmando que este “tem no seu coração a Terra Santa e o Médio Oriente”.

 

6. Nos nove meses de pontificado, um milhão e meio de pessoas passaram pela Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, para poder ver o Papa Francisco nas habituais audiências-gerais das quartas-feiras. Os números foram apurados pela Prefeitura da Casa Pontifícia e divulgadas Rádio Vaticano, abrangendo a primeira audiência geral de Francisco, a 27 de março, até a última do ano, no dia 18 de dezembro. O recorde de fiéis aconteceu em 29 de maio quando 90 mil pessoas puderam assistir à audiência.

Entretanto, o número de seguidores da conta do Papa Francisco no Twitter ultrapassou os 11 milhões. A página @Pontifex é publicada em nove idiomas, entre elas o português.

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