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A uma janela de Roma
“É importante que as crianças e os jovens recebam o Crisma”
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O Papa fez um pedido às famílias cristãs a propósito do sacramento da Confirmação. Na semana em que Francisco abordou as divisões entre os cristãos, foi publicada a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais e roubado um relicário com sangue do Papa João Paulo II. Entretanto, há mais um padre português no Vaticano.

 

1. O Papa Francisco pediu às famílias católicas para se preocuparem com a administração do Sacramento da Confirmação aos seus filhos, para que estes possam completar a iniciação cristã. “Pensemos um pouco, cada um de nós: temos verdadeiramente a preocupação de que as nossas crianças, os nossos jovens, recebam o Crisma? É importante, isto é importante!”, manifestou o Papa, na catequese durante a audiência-geral de quarta-feira, dia 29 de janeiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Francisco dirigiu-se diretamente às pessoas que têm familiares que ainda não receberam este sacramento: “Fazei todos os possíveis para que eles possam levar até ao fim a iniciação cristã e recebam a força do Espírito Santo. É importante ter a peito que as nossas crianças, os nossos jovens, recebam este sacramento. Todos temos o cuidado de que sejam batizados, e isso é bom, mas talvez não tenhamos tanto cuidado de que recebam o Crisma”, advertiu. Segundo o Papa, sem esta continuidade os jovens “ficarão a meio caminho e não receberão o Espírito Santo, que é tão importante na vida cristão, porque dá a força para avançar”. Segundo observou, “quando o acolhemos [Espírito Santo] no nosso coração, o próprio Cristo se faz presente e toma forma na nossa vida: é Ele quem reza, perdoa, infunde esperança, serve os irmãos mais necessitados, cria comunhão e semeia a paz na nossa vida”.

Francisco destacou ainda a importância de uma “boa preparação” dos crismandos para que estes assumam uma “adesão pessoal à fé em Cristo” e um “sentido de pertença à Igreja”.

 

2. O Papa Francisco considera que as divisões entre os cristãos são uma ferida para o mundo e que não se pode perceber a missão de Pedro sem dialogar com os que acreditam em Deus. “Não podemos considerar as divisões na Igreja como um fenómeno de certo modo natural, inevitável em toda a forma de vida associativa. As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, declarou, durante uma celebração ecuménica que decorreu na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Francisco fez questão de elogiar o esforço ecuménico dos Papas que o antecederam. “O obra destes meus antecessores fez com que a dimensão do diálogo ecuménico se tivesse tornado um aspeto de tal modo essencial do ministério do Bispo de Roma que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo”, salientou, apelando à confiança: “Podemos afirmar também que o caminho ecuménico permitiu aprofundar a compreensão do ministério do sucessor de Pedro e devemos ter confiança de que vai continuar a fazê-lo também no futuro”.

 

3. O Papa renovou o alerta para os casos de exclusão social e apela aos meios de comunicação social para que abram caminho à solidariedade. Esta é uma das ideias centrais da sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, que este ano se assinala a 1 de junho (Domingo que antecede o Pentecostes). Na mensagem divulgada pelo Vaticano no passado dia 24 de janeiro, festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, Francisco lembra que os órgãos de comunicação devem ser veículo de comunhão e não de isolamento. “Estamos tão habituados às divisões entre ricos e pobres, entre o luxo e a miséria, que os contrastes e as várias formas de exclusão já não impressionam”, diz o Papa, apontando como origem deste fenómeno causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo religiosas. Neste contexto, os media podem servir a “solidariedade e o encontro”, porque uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais próximos do outro e a conhecer-nos melhor: “Os muros que nos dividem só podem ser superados se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns com os outros. Os mass media – e a internet em especial – podem pois oferecer uma maior possibilidade de encontro e solidariedade”.

Apesar da vertiginosa velocidade e dos riscos de manipulação ou isolamento que envolvem a informação, o Papa recorda que o lado humano é mais importante do que o tecnológico, sendo preciso recuperar o sentido de pausa, calma e silêncio para saber escutar. “Comunicar implica proximidade, tal como o samaritano no Evangelho. Não basta circular pelas estradas digitais para comunicar. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação, mas sim o envolvimento pessoal do comunicador. E a própria Igreja deve abrir as portas no ambiente digital para se tornar casa de todos, para dialogar com todos e levá-los ao encontro com Cristo”, escreve Francisco na mensagem.

 

4. Um relicário com sangue do Papa João Paulo II foi roubado de uma igreja em Itália. O ladrão, ou ladrões, partiu um vidro da pequena igreja de montanha e levou o relicário feito em ouro, que continha o sangue de João Paulo II e também um crucifixo. A informação é avançada pelas forças policiais, que têm em curso uma operação especial para tentar recuperar a relíquia. Outros objetos valiosos não foram tocados, o que leva as autoridades a desconfiar que o objetivo era mesmo roubar a relíquia, especificamente. A polícia avança ainda a possibilidade de o roubo estar associado a rituais satânicos. O sangue foi oferecido àquela comunidade em 2011 pelo antigo secretário do Papa polaco.

 

5. O Papa lembrou, no Vaticano, que “a justiça da Igreja Católica deve ter uma abordagem humana, e os seus juízes não devem esquecer que, antes de mais, são pastores”. Francisco falava na audiência anual aos membros do Tribunal da Rota Romana, entre eles, o padre português Saturino Gomes que tinha acabado de tomar posse como prelado auditor. Na sua intervenção, o Papa lembrou que por trás de cada causa “há pessoas que esperam justiça” e que os juízes, que têm de enfrentar “temáticas pastorais emergentes”, devem, por isso, ter a “delicadeza e a humanidade próprias do pastor de almas”, evitando a perspetiva meramente “legalista e abstrata”.

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