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A uma janela de Roma
“A Semana Santa é um bom momento para nos confessarmos e voltarmos à reta estrada”
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O Papa deixou uma mensagem no Twitter a propósito da Semana Santa. Na semana em que falou a futuros padres, Francisco lembrou o Dia Mundial da Juventude, em Domingo de Ramos, pediu perdão pelos crimes de pedofilia praticados por alguns padres e disse basta ao tráfico de pessoas.

 

1. “A Semana Santa é um bom momento para nos confessarmos e voltarmos à reta estrada”. Esta foi a mensagem deixada pelo Papa Francisco, em Segunda-Feira Santa, no seu Twitter oficial, em www.twitter.com/Pontifex_pt. No dia seguinte, Terça-Feira Santa, 15 de abril, Francisco volta a ‘tweetar’, para garantir que “todo o encontro com Jesus nos muda a vida.”

 

2. Ao receber, em Segunda-Feira Santa, os alunos e superiores do Seminário inter-regional de Anagni, que serve a região do Lácio, no sul de Roma, o Papa Francisco recordou o objetivo de todo e qualquer Seminário: “Preparar os futuros ministros ordenados, num clima de oração, de estudo e de fraterna. É esta atmosfera evangélica, esta vida plena de Espírito Santo e de humanidade, que consente aos que nela se imergem assimilar dia a dia os sentimentos de Jesus Cristo, o seu amor ao Pai e à Igreja, a sua dedicação sem reservas ao Povo de Deus”.

Aos futuros padres deste Seminário, conhecido como ‘pontifício’ e ‘leoniano’, pois foi criado pelo Papa Leão XIII, em finais do século XIX, o Papa sublinhou: “Vós, caros seminaristas, não vos estais preparando para exercer uma profissão, para vos tornardes funcionários de uma empresa ou de um organismo burocrático. Cuidado, estai atentos para não cair nisso!”. Francisco pediu depois aos seminaristas para se tornarem “pastores à imagem de Jesus, Bom Pastor”. Porque, advertiu o Papa, quem não se sentir disposto a seguir este caminho, com esta atitude e orientação, “tenha a coragem de procurar outra estrada”, pois há muitos modos, na Igreja, de dar testemunho cristão.

 

3. O Papa Francisco deu, no passado Domingo, início à Semana Santa com a bênção e procissão dos Ramos, a que se seguiu uma celebração eucarística. Milhares de jovens, de várias partes do mundo, concentraram-se na Praça de São Pedro para ouvirem o Papa, naquele Domingo que era também Dia Mundial da Juventude. Francisco lembrou que foi o Papa João Paulo II, há 30 anos, que confiou à juventude a Cruz, para que a levassem por todo o mundo como sinal do amor de Cristo pela humanidade. “A atribuição da Cruz aos jovens foi cumprida há 30 anos pelo beato João Paulo II. Ele pediu-lhes que a levassem ao redor do mundo como um sinal do amor de Cristo pela humanidade”, lembrou o Papa. “A 27 de Abril, todos teremos a alegria de celebrar a canonização deste Papa, juntamente com João XXIII. João Paulo II, que foi o iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude, será o grande patrono”, acrescentou Francisco.

Após a oração do Angelus, os jovens do Brasil entregaram aos jovens da Polónia a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, que vão decorrer em Cracóvia, no Verão de 2016. O Papa Francisco lembrou ainda o encontro que vai ter com os jovens da Ásia, a 15 de Agosto, na Coreia do Sul.

 

4. O Papa Francisco pediu perdão pelos crimes de pedofilia praticados por alguns padres e garantiu que a Igreja continuará a sancionar os responsáveis. A declaração foi feita sexta-feira, dia 11 de abril, durante uma audiência ao Secretariado Internacional Católico para a Infância. Francisco disse que se sentiu impelido "a pedir perdão por todo o mal que alguns sacerdotes, bastantes – bastantes em número, não em comparação com a totalidade –, por todo mal que fizeram ao abusarem de crianças”, cita a Rádio Vaticano. “A Igreja está consciente deste mal que causaram. É um mal pessoal e moral de homens da Igreja. E não vamos dar um passo atrás no que diz respeito ao tratamento deste problema e às sanções que devem ser aplicadas. Pelo contrário, creio que devemos ser muito duros! Com as crianças não se brinca”, sublinhou.

Nesta audiência, concedida ao Secretariado Internacional para a Infância e a um movimento italiano de Defesa da Vida, o Papa também apelou à defesa da vida humana, que considerou “sagrada e inviolável”, reafirmando o direito das crianças a crescer numa família, com um pai e uma mãe, num ambiente que favoreça o seu “crescimento e maturidade afetiva”. Francisco voltou igualmente a alertar para os perigos do divórcio que existe na sociedade contemporânea entre economia e moral.

 

5. O Papa defende ser necessário dizer “basta” ao tráfico de pessoas, que considerou um “crime contra a humanidade”. “O tráfico de seres humanos é uma chaga, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo. É um crime contra a humanidade”, declarou, na quinta-feira, dia 10 de abril, perante os participantes na segunda conferência internacional ‘Combate ao Tráfico Humano: Igreja e forças da lei em parceria’, que decorreu no Vaticano. Segundo Francisco, este é “um encontro importante, mas também é um gesto da Igreja, das pessoas de boa vontade, que quer gritar basta!”.

A iniciativa teve lugar na Aula Magna da Academia Pontifícia das Ciências, com organização da Conferência Episcopal de Inglaterra e Gales, um ano após o primeiro encontro do género. O Papa destacou a importância de reunir diversos especialistas para acompanhar as “estratégias e competências” de cada um com a “compaixão evangélica, a proximidade aos homens e mulheres que são vítimas deste crime”. “Estão aqui reunidas autoridades policiais, empenhadas sobretudo em combater este triste fenómeno com os instrumentos e o rigor da lei, e operadores humanitários, cuja missão principal é oferecer acolhimento, calor humano e possibilidade de resgate das vítimas”, acrescentou. Para Francisco, estas duas abordagens “podem e devem andar juntas”, por serem “complementares”.

As estimativas mais recentes da Organização Internacional do Trabalho referem que o tráfico humano envolve 2,4 milhões de pessoas e montantes na ordem dos 32 mil milhões de dólares por ano. Os promotores da conferência pretendem “unir esforços para que a lei seja aplicada” de forma a ajudar à “construção de uma rede efetiva" que seja capaz de combater este crime.

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