Lisboa |
JDJ 2014
Jovens reunidos para aprenderem a ser felizes em Cristo
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No passado Domingo, dia 18 de Maio, a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) juntou, em Torres Vedras, cerca de 8 centenas de jovens das 17 vigararias e diversos movimentos da Diocese de Lisboa. Tudo para se lembrarem que não estão sozinhos e descobrirem como podem ser pobres em espírito. O “Reino dos Céus” estava à sua espera.

 

Pelas 10h00, as portas do pavilhão multiusos da Expotorres abriram-se para deixar entrar os jovens que chegavam alegres e a cantar. O pavilhão foi-se tornando, assim, cada vez mais colorido. Todos sorridentes, preparados para um dia de alegria e claramente lembrados da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Juventude deste ano.

A jornada começou com o pastor entre as ovelhas. E um pastor feliz por estar na sua terra natal. Sentados no chão, de pernas cruzadas e olhar fixo, os jovens escutaram o Patriarca de Lisboa acerca do tema que guiou todo o encontro: ‘Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus’ (Mt 5, 3). Não sem antes ouvirem D. Manuel Clemente dizer, sorrindo, que “todas as terras do Patriarcado de Lisboa são também a sua terra”.

Depois de uma marcante catequese (ver caixa), foi aberto o espaço para as perguntas espontâneas: “O senhor Patriarca é feliz?”, “Como é que podemos saber o que Deus quer para nós?” ou “O senhor Patriarca já passou por crises de fé?”. Com simplicidade, D. Manuel Clemente respondeu a todas com exemplos pessoais que alegraram os jovens que o escutaram. Depois das perguntas, muitos não resistiram em pedir fotografias de grupo com D. Manuel, entre dois dedos de conversa cheios de entusiasmo. Momentos que se repetiram durante todo o dia.

 

Espaço ‘Reino dos Céus’

Terminado o programa da manhã, estava aberto o espaço ‘Reino dos Céus’, que ficava na zona circundante da Expotorres. Foi nesse local que tiveram lugar as atividades seguintes. O tempo esteve bastante agradável e tornou possível as atividades ao ar livre. Um palco, uma animada feira de movimentos, um espaço de partilha, uma tenda de oração e um espaço de editoras católicas foram os motivos para que os jovens pudessem disfrutar mais desta JDJ 2014.

A feira de movimentos refletia a diversidade da diocese e da própria Igreja. Não só a diversidade mas também o seu rosto jovem e cheio de energia. A Pastoral Vocacional utilizou todos os ‘trunfos’ que tinha para convocar quantos pudessem ser “atletas de Cristo”, em resposta ao apelo do Papa Francisco. Uma balança, uma bicicleta, médicos e pacientes em estado terminal: “Atenção! Está aqui um doente em estado terminal cuja única cura é o After_Rio. Passem ali na banca da Pastoral Vocacional”, referiam.

Na feira podia fazer-se de tudo: pintar t-shirts, deixar mensagens penduradas num estendal e até tirar ‘selfies’ com o Papa Francisco. Afinal nem é preciso ir a Roma!

O Banco Alimentar e a Cáritas também marcaram presença. Os que responderam ao apelo de levar um alimento e uma peça de roupa para doar puderam ali entregar os seus donativos e ficar a conhecer um pouco mais sobre as instituições. Também no espaço de partilha esteve a Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) que deu a conhecer o seu projeto de apoiar os cristãos perseguidos, que sofrem e são mortos por proclamarem a sua fé em Cristo.

 

Oração e testemunhos

Durante toda a tarde houve Adoração ao Santíssimo Sacramento na tenda de oração. Um momento que foi animado por diferentes movimentos da diocese. Muitos foram os que entraram nesta tenda e ali rezaram e cantaram. Alguns saíram até com um pequeno pedaço de barro para poderem lembrar-se que é precisamente na fragilidade de um vaso de barro que levamos esse tesouro.

Grande parte da tarde foi preenchida por sessões temáticas simultâneas de testemunhos e reflexão (ver caixa na página 10-11). ‘Pobres em Espírito’, ‘Eu sou o que tenho?’, ‘As aparências iludem-te?’ e ‘Tem menos. Faz mais. Sê mais’, foram os temas que guiaram os encontros. Filósofos, padres, frades, empresários, voluntários e assistentes sociais deram testemunho perante jovens atentos e, depois de um tempo de perguntas e respostas, terminaram as sessões com uma oração rezada em conjunto.

A JDJ terminou com a celebração da Missa, presidida pelo Patriarca de Lisboa e concelebrada por algumas dezenas de sacerdotes, e que contou com uma participação de mais de 1200 pessoas. É que além dos jovens, a comunidade de Torres Vedras quis também marcar presença neste momento celebrativo da jornada. Na sua homilia, D. Manuel Clemente incentivou, em especial, os jovens a dar testemunho quando saíssem dali, nas suas casas, na faculdade, nos locais de trabalho. 

 

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D. Manuel Clemente falou aos jovens

“A única maneira de sermos felizes é fazer a felicidade dos outros”

O encontro dos jovens com D. Manuel Clemente inaugurou a jornada. O ponto de partida foi o tema escolhido pelo Papa Francisco que guiou toda a jornada. ‘Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus’ (Mt 5, 3), a primeira bem-aventurança.

Perante centenas de jovens, o Patriarca de Lisboa garantiu que ser pobre em espírito “não se trata tanto de ter ou não ter coisas mas trata-se de não ter o coração preenchido com coisas, ter um espírito disponível para se largar aquilo que já se julga ter, ir à procura de algo que corresponda ainda mais profundamente aos anseios do nosso coração”.

“Nós, cristãos, quando olhamos para Jesus Cristo percebemos que a verdadeira riqueza é dar-se, é dar as coisas mas sobretudo dar-se nas coisas e naquilo que se faz. É não possuir, é despossuir, é ir ao encontro de quem nada tenha para se preencher com aquilo que eventualmente se tem ou se transporta. De coisas, mas sobretudo de pensamento, de coração, de presença, de companhia. Isto é a felicidade”, garantiu.

D. Manuel, na sua catequese, exortou ainda os jovens a criarem um futuro à maneira de Jesus Cristo: “Habilitem-se o mais que possam, consigam o mais que possam conseguir legitimamente, mas sobretudo não desistam de participar, de abrir o coração aos outros, de olhar à vossa volta”. 

O Patriarca lembrou ainda que “quando temos o coração preso às coisas não somos livres nem fazemos ninguém livre porque iremos de frustração em frustração e nunca nada nos conseguirá preencher inteiramente o coração, a expectativa e o desejo”. Porém, “se pusermos o coração no verdadeiro tesouro – estar com Deus estando com os outros, não se fechar em si próprio, não pôr o coração nas coisas que nos afastam dos outros – então nós somos livres e bem-aventurados”. Que quer dizer felizes. Apelou assim a que os grupos e comunidades juvenis façam a experiência de estar “nos sítios mais desprovidos e para onde menos gente olha” porque “Deus é pobre e é aí que escolhe encontrar-se connosco”.

“Pomo-nos a imaginar onde Deus está, imaginamos Romas e Atenas e não imaginamos a gruta de Belém e não imaginamos a oficina de Nazaré. Mas é aí que Ele está, é aí que Ele nos espera”, frisou, destacando que é por aí que passa a nova evangelização: “Acertar o nosso olhar com o olhar de Deus”.

Lembrando a Madre Teresa de Calcutá e São Francisco de Assis, D. Manuel Clemente garantiu que “quem vive no espírito de Jesus Cristo continua a fazer tudo aquilo que Ele fez e que agora quer fazer através de nós”.

texto por Clara Nogueira; fotos por Jorge Pereira e Gonçalo Magalhães
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