Lisboa |
JDJ 2014
Momentos de partilha, oração e convívio
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Foram inúmeras as atividades que marcaram este dia de Jornada Diocesana da Juventude (JDJ). Os jovens que estiveram em Torres Vedras escutaram testemunhos enriquecedores e querem também testemunhá-los a outros jovens.

 

O sonho de São João Paulo II foi recordado entre os jovens

E porque “quem canta reza duas vezes”, a música foi uma presença constante durante todo o dia, no espaço ‘Reino dos Céus’. O fim da manhã ficou marcado por um concerto orante do projeto ‘Mendigo de Deus’. Ao grupo juntou-se a Irmã Maria Amélia, franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição.

De tarde, e no dia em que João Paulo II completaria 94 anos, o grupo de jovens da Ramada, no mesmo palco, interpretou hinos que marcaram as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), “o sonho de João Paulo II”. Uma homenagem ao santo que, em 1985, ao criar as JMJ, desafiou os jovens do mundo inteiro a darem testemunho da sua fé. Num dos momentos mais alegres do dia, foram poucos os que não se deixaram levar pelo entusiasmo.

 

As aparências iludem-te?

O Pe. José Miguel Pereira e o filósofo José Luís Martins foram os convidados de uma das sessões temáticas que preencheram a tarde. ‘As aparências iludem-te?’ foi a pergunta que serviu de ponto de partida para a conversa que teve lugar numa sala onde já não cabia mais ninguém.

José Luís Martins, lembrando que uma das mais antigas tarefas dos filósofos é distinguir o que é do que não é, começou por dizer que “as aparências não nos iludem, nós é que nos iludimos quando confundimos aquilo que vemos com aquilo que as coisas são”. Frisou ainda que “a responsabilidade da verdade que somos está em nós” e que “se quero ter comigo pessoas que gostem de mim pelo que sou então tenho que começar por dizer o que sou”.

Já o Pe. José Miguel Pereira fez notar que “Jesus nunca convidou ninguém a ser impecável mas simplesmente a permanecer”. A permanecer nele para “descobrir quem é e porventura a transformar alguma coisa daquilo que o seu ser ainda não realiza enquanto sonho de Deus para si”. Isto porque permanecendo nele “conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres”. Lembrou ainda que uma das palavras que Cristo não admitia era a hipocrisia. “A hipocrisia não é o falhanço, não é o fracasso, não é o insucesso. A hipocrisia é uma duplicidade do coração. Eu sei o que é a verdade mais profunda que me falta percorrer mas invento uma verdade alternativa para ficar na situação em que quero. E isso é mau porque me faz mal a mim e aos outros”.

 

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Patriarca almoçou com 17 jovens

A jornada ficou ainda marcada por um almoço que reuniu o Patriarca de Lisboa e 17 jovens de cada uma das vigararias da diocese.

De manhã, Pedro Rei, da Vigararia de Vila Franca de Xira-Azambuja, depositava grandes esperanças no almoço com o Patriarca de Lisboa. “Vamos apresentar o ponto de situação da juventude de cada paróquia. Espero que ele nos possa ouvir e acolher aqueles que são os desafios para o novo ano pastoral e que o próprio sector da juventude possa trazer à diocese, quer as coisas positivas quer os problemas que ainda tenham de ser resolvidos”.

Pedro destacou também a “importância crucial” de encontros como as jornadas diocesanas em que “toda a juventude se reúne para estar com o seu bispo, em comunhão com um sucessor dos apóstolos”. E realçava o facto de serem oportunidades para se “ver o rosto jovem da Igreja que se quer jovem”. Apontou ainda os jovens como principais atores na nova evangelização. “Com os seus desafios e os problemas da sociedade de hoje, são os jovens que têm que dar esse testemunho e têm que personificar o Evangelho na sociedade atual”.

Já D. Manuel, depois do encontro inaugural com os jovens, confessava, em relação ao almoço, tudo esperar porque “dos jovens espera-se tudo”. Mas sobretudo, ouvir e dizer. “Essencialmente, espero passar um bom momento de Igreja porque no Evangelho isso acontece várias vezes: conversas muito bonitas acontecem precisamente na refeição”.

Garantiu ainda sentir-se muito bem no papel de ser pastor entre as ovelhas. Até porque o Papa Francisco confirmou que o pastor tem que cheirar a ovelhas. “É uma coisa que eu vou fazendo com muito gosto e que me realiza neste serviço que a Igreja me pede e que com esta gente mais nova tem o particular interesse de quem está a começar, com grande disponibilidade de espírito própria da idade e que assim se deve manter. É uma juventude que tem muito a ver com o Evangelho de Jesus Cristo”.

 

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Palavras do Patriarca de Lisboa aos jovens ao longo da JDJ

 

“Nós, cristãos, quando olhamos para Jesus Cristo percebemos que a verdadeira riqueza é dar-se, é dar as coisas mas sobretudo dar-se nas coisas e naquilo que se faz.”

 

“Não se trata tanto de ter ou não ter coisas mas trata-se de não ter o coração preenchido com coisas, ter um espírito disponível para se largar aquilo que já se julga ter, ir à procura de algo que corresponda ainda mais profundamente aos anseios do nosso coração”.

 

 “Habilitem-se o mais que possam, consigam o mais que possam conseguir legitimamente, mas sobretudo não desistam de participar, de abrir o coração aos outros, de olhar à vossa volta”. 

 

 “Quando temos o coração preso às coisas não somos livres nem fazemos ninguém livre porque iremos de frustração em frustração e nunca nada nos conseguirá preencher inteiramente o coração, a expectativa e o desejo.”

 

Apelou assim a que os grupos e comunidades juvenis façam a experiência de estar “nos sítios mais desprovidos e para onde menos gente olha” porque “Deus é pobre e é aí que escolhe encontrar-se connosco”.

 

“Pomo-nos a imaginar onde Deus está, imaginamos Romas e Atenas e não imaginamos a gruta de Belém e não imaginamos a oficina de Nazaré. Mas é aí que Ele está, é aí que Ele nos espera.” 

textos por Clara Nogueira; fotos por Jorge Pereira e Gonçalo Magalhães
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