Domingo |
À procura da Palavra
Juntos e tão diferentes
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SOLENIDADE DE S. PEDRO E S. PAULO

Jesus perguntou:

«E vós, quem dizeis que Eu sou?»

Mt 16, 15

 

Tão diferentes e tão unidos no mesmo amor a Jesus! Se desde o século III a Igreja une numa mesma festa os apóstolos Pedro e Paulo certamente o fez para não se sobrevalorizar o papel de um ou de outro. Uma vez que ambos deram a vida por Cristo na mesma cidade (Roma), e quase ao mesmo tempo, a sua festa comum desafia a que ninguém seja “de Pedro” ou “de Paulo”, mas sim, “de Cristo”! E se a primeira vez que Jesus fala da Igreja é na resposta a Pedro em que o confirma como “pedra”, sobre a qual a igreja se edificará, ninguém como Paulo entendeu a força comunitária do evangelho de Jesus, gastando a sua vida a fundar e fortalecer igrejas nas suas extensas viagens.

As diferenças colocadas ao serviço de Deus, e não na exaltação exclusiva de uma perspectiva, tornam-se fecundas e permitem o crescimento. É o que podemos também encontrar nas diferenças entre Pedro e Paulo que os Evangelhos e os Actos nos oferecem. Pedro é o primeiro dos apóstolos, o pescador entusiasmado e humilde, capaz de oferecer a sua vida e responder pelos outros a fé em Cristo, mas também de negar o Mestre e fugir com medo no momento difícil da paixão. Paulo é o judeu convicto que persegue os cristãos porque põem em causa a unidade da religião judaica, mas que irá colocar todo o saber e todas as forças em levar Jesus mais longe e mais fundo ao coração de todos. Pedro dirá: “Senhor, bem sabes que Te amo!”, e Paulo: “para mim, viver é Cristo”. Na estruturação das comunidades e na expansão do evangelho, no acolhimento e na missão, eles testemunham-nos que a verdadeira edificação da Igreja é Cristo quem a realiza. Connosco e nunca sem nós, pois em Cristo encontramos a alegria de sonhar juntos, de inventar juntos, de aprender com os erros juntos, de morrer e ressuscitar juntos.

Celebrar juntos esta festa orienta-nos para o dinamismo comunitário de Deus. As tentações do sectarismo, do “clube de simpatizantes”, da exaltação de uma ideia ou movimento farão sempre parte desta construção a que chamamos Igreja. Jesus já o adivinhava ao pedir repetidas vezes ao Pai (Jo 17) que nos ajudasse a fazer unidade. E a unidade faz-se com a comunhão das diferenças e não com a uniformização (sempre forçada) das pessoas. Como essa unidade é Jesus quem a realiza, é fundamental tudo orientar para o encontro com Ele, tudo realizar com o sinal novo do seu amor, e tudo colocar ao serviço da comunhão que só com Ele é possível.

Caminhar juntos diz-se, em grego “sínodo”. Muito mais do que um acontecimento pontual e resmas de papel com discursos ou documentos que enterram a vida, é oportunidade para encontro e diálogo, confronto e sonho, beber das fontes e correr riscos. Quando nos pomos à escuta do Espírito Santo, do coração de todos “jorram rios de água viva”. Pedro e Paulo podem contar-nos que é assim mesmo!

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