Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Esperança
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Ao escrever este artigo, não sei ainda qual o resultado final da nossa selecção no campeonato do mundo do Brasil. Mas esse pouco importa (entenda-se: ficarei muito contente se a equipa portuguesa passar a “fase de grupos” e continuar no mundial!). O facto é que nunca como nesta semana se ouviram as palavras “esperança” e “fé”, usadas de um modo habitualmente contraditório: quando se dizia que havia que ter esperança, aquilo que se queria dizer era, de facto, que havia pouca esperança na passagem à outra fase do mundial, mas que alguma ainda era possível. E, no que respeita à “fé”, ela aparecia apenas com o significado de “acreditar no impossível”.

É óbvio que nada disso tem a ver com as virtudes da esperança e da fé que marcam a vida cristã. Não se trata de pensar que o campeonato do mundo tem muito ou pouco de cristão. Trata-se antes de reconhecer que a esperança cristã não é aquilo que resta depois de tudo se ter desmoronado, e que a fé não consiste em acreditar no impossível.

A esperança cristã tem a sua origem no facto de Deus ter aberto, diante de nós e para nós, um novo horizonte de vida – o da vida eterna através de um acontecimento: a ressurreição de Jesus Cristo. É a esperança do peregrino que, dia a dia, se aproxima cada vez mais da sua meta porque ela caminha ao seu lado.

E a fé consiste em viver a realidade de Deus mesmo sem que os olhos da carne O vejam, porque a realidade vai muito para além daquilo que se vê!

A Carta aos Hebreus dá o exemplo de Abraão: “Foi pela fé que Abraão habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacob, co-herdeiros da mesma promessa. Porque tinha a esperança fixa na cidade assente sobre os fundamentos eternos, cujo arquitecto e construtor é Deus” (Heb 11,9-10). A fé de Abraão fê-lo perceber que mesmo a Terra Prometida era passageira: diante dos seus olhos estava uma outra cidade, construída e oferecida por Deus, muito mais certa e definitiva, e que lhe oferecia a razão do seu viver. Por isso, em vez de construir habitações definitivas na Terra Prometida, preferiu viver em tendas passageiras.

Nascidas a partir de Deus, a esperança e a fé, longe de serem realidades incertas, constituem antes o fundamento seguro do próprio existir. Esse é “o segredo” da vida cristã.

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