Vivemos em tempos de "aldeia global". Essa possibilidade de ter notícias e de entrar em comunicação com aquilo que sucede do outro lado do mundo e com aqueles que lá vivem traz consigo muitas mudanças naquilo que é o nosso modo de viver.
Contudo, raras são as vezes em que, efectivamente, nos apercebemos dessa "globalização". É certo que, através da internet, cada um pode fazê-lo por sua iniciativa. Contudo, devemos reconhecer que, se não for essa iniciativa pessoal, a informação que nos é dada através dos grandes meios de comunicação – a não ser que suceda algum cataclismo ou algum escândalo – tem hoje muito pouco a ver com o que se passa não na "aldeia global" mas na nossa "pequena aldeia". Longe de abrir horizontes, fechamo-los.
Poderíamos pensar que uma hora de telejornal seria aproveitada para (além das notícias nacionais) sermos postos ao corrente dos acontecimentos mais importantes que têm lugar no resto do mundo. E, notemos, que o mundo não é apenas a Europa. É certo que, de vez em quando, lá aparece uma ou outra referência, para logo desaparecer (dando a falsa impressão de que o problema foi resolvido). Mas reconheçamos que os blocos informativos da generalidade dos meios de comunicação nacional constituem simplesmente o desenvolvimento até à exaustão de um determinado ponto de vista (o do jornalista) que, dogmaticamente, o pretende impor a quem tem paciência para o acompanhar até ao fim.
Até porque longe vão os tempos da neutralidade do profissional da informação (se é que alguma vez existiram). Pelo contrário: imperam sobretudo as meias verdades que, juntas com outras tantas que nada têm a ver com o assunto, mas que continuam a ser apenas "meias verdades", fazem passar para o espectador a impressão de que se está a comunicar uma verdade indiscutível.
Nisso a globalização não trouxe nada de novo à nossa "aldeia". Funcionamos, nesta realidade da informação, cada vez mais de acordo com as normas das antigas alcoviteiras. Só que estas manchavam o bom nome de alguém perante as dezenas de pessoas que viviam na aldeia, e as de agora não se hesita em manchar o bom nome de alguém perante dezenas de milhares de pessoas. Serão consequências da "globalização" – mas que exigem do profissional da informação, por isso mesmo, um maior amor à verdade completa e inteira. E, por isso também, mais ponderação da sua responsabilidade.
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