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A uma janela de Roma
“Relatório sinodal é documento de trabalho, não é definitivo”
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Prossegue em Roma o Sínodo dos Bispos sobre a Família, que termina este Domingo, 19 de outubro, dia da beatificação do Papa Paulo VI. Na semana em que falou sobre o povo de Deus, o Papa lembrou Santa Teresa de Ávila e sublinhou a bondade de Deus.

 

1. O ‘Relatio post disceptationem’ (‘Relatório após o debate’) do Sínodo sobre a Família é um documento de trabalho, não definitivo, salientou a Secretaria Geral do Sínodo, em conferência de imprensa na Sala de Imprensa da Santa Sé. "A Secretaria Geral do Sínodo, após as reações e discussões que se seguiram à publicação da ‘Relatio post disceptationem’ e ao facto de a sua natureza nem sempre ter sido corretamente compreendida, reitera que tal texto é um documento de trabalho que resume os pronunciamentos e o debate da primeira semana e que agora é proposto à discussão dos membros do Sínodo nos Círculos menores", declarou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. Já o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, diz ter havido alguma surpresa nos Círculos menores ao ler as primeiras reações que surgiram na imprensa mundial: "Houve reações em que alguém manifestou inclusive uma certa perplexidade, como se o Papa tivesse dito, como se o Sínodo tivesse decidido... Naturalmente, isso não é verdade”.

Entretanto, o relatório dos “Círculos menores” vai ser apresentado esta quinta-feira, dia 16, e o Relatio Synodi no sábado, dia 18. O Sínodo Extraordinário dos Bispos sobre os desafios pastorais da família termina este Domingo, 19 de outubro, dia em que vai ser celebrada, na Praça de São Pedro, a beatificação do Papa Paulo VI.

 

2. “A Igreja deve manter acesa a esperança no caminho para Deus”, referiu o Papa na audiência-geral da passada quarta-feira, dia 15. Tendo como tema da catequese ‘A Igreja noiva espera o seu noivo’, Francisco questionou: “...hoje podemos perguntar-nos: no final, o que será do povo de Deus? O que será de cada um de nós? O que podemos esperar? O apóstolo Paulo motivava os cristãos da comunidade de Tessalónica que se colocavam estas questões e concluía: ‘E assim para sempre seremos com o Senhor!’”. O Papa Francisco quis de imediato envolver toda a multidão presente na audiência perguntando-lhes: “Acreditais nisto? Então vamos todos repetir: ‘E assim para sempre seremos com o Senhor’. Não se trata de simples retórica, mas são verdadeiras núpcias com Cristo. E não é só um modo de dizer: serão verdadeiras núpcias! Sim, porque Cristo, fazendo-se homem como nós e fazendo de todos nós uma coisa só com Ele, com a sua morte e a sua ressurreição desposou-nos e fez de nós a sua esposa. E isto não é mais que o cumprimento do desenho de comunhão e de amor tecido por Deus no curso de toda a história”.

Segundo o Papa, a Igreja tem uma missão muito importante para com toda a humanidade: “ A Igreja tem o dever de manter acesa e bem visível a lâmpada da esperança, para que possa continuar a resplandecer como sinal seguro de salvação e possa iluminar a toda a humanidade o caminho que leva ao encontro com o rosto misericordioso de Deus”.

 

3. No dia 15 de outubro, em que a Igreja celebrou a memória litúrgica de Santa Teresa de Ávila, teve início um Ano Jubilar comemorativo do quinto centenário da religiosa que nasceu a 28 de março de 1515. O Papa Francisco enviou ao Bispo de Ávila, D. Jesús García Burillo, uma mensagem onde encoraja os fiéis, nomeadamente espanhóis, a aplicarem-se em conhecer a vida e os escritos de Santa Teresa, que tanto podem ensinar aos homens e mulheres de hoje. “Na escola da santa andarilha aprendemos a ser peregrinos”, escreveu o Papa, que observa que “a imagem do caminho pode sintetizar muito bem a lição da sua vida e obra”, pois “ela entendeu a sua vida como caminho de perfeição através do qual Deus conduz o homem, de morada em morada, até Ele, e ao mesmo tempo, o põe em marcha em direção aos homens”. Neste contexto, o Santo Padre apontou quatro caminhos nesta marcha teresiana: o caminho da alegria, da oração, da fraternidade e do próprio tempo.

 

4. Deus não é exclusivo para nós, nem devemos permanecer centrados em nós e nas nossas preocupações, disse o Papa Francisco, durante a oração do Angelus, em Roma, no passado Domingo, dia 12. “A bondade de Deus não tem limites e não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor é universal, para todos. A todos é dada a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de se sentir privilegiado ou de reivindicar uma exclusividade. Deus é bom para nós, oferece-nos gratuitamente a sua amizade, a sua alegria, a salvação, mas tantas vezes não acolhemos os seus dons, pomos em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses”, lembrou o Papa, que terminou o Angelus pedindo orações por todos os que são perseguidos pela fé e pelos trabalhos do Sínodo.

Ainda no Domingo, o Papa presidiu a Missa de ação de graças pela canonização de santos canadianos. São Francisco de Laval e santa Maria da Encarnação foram fundamentais para a consolidação da identidade católica no Canadá e, sobretudo, no Québec.

“Continuamos a acreditar que esta é uma proposta através da qual o mundo moderno e pós-moderno precisa de navegar. No meio das águas turbulentas do nosso tempo. Estes dois novos santos estavam centrados no essencial na vida: amor, verdade, oferta de si aos outros, especialmente, aos irmãos e irmãs mais necessitados. Ambos – São Francisco de Laval e Santa Maria da Encarnação – acreditaram firmemente na construção de comunidades cristãs, humanas e espirituais, que viriam a tornar-se importantes redes de justiça, paz e desenvolvimento”, afirmou o Arcebispo de Québec, cardeal Ciprian Lacroix.

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