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A uma janela de Roma
“Cristo é o modelo da Igreja e de todos nós”
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O Papa explicou qual a relação entre a realidade espiritual e visível da Igreja e recordou Bento XVI como “um grande Papa!”. Na semana em que alertou para os ataques sofridos pela Família, o  Papa Francisco salientou o papel de Maria na renovação da Igreja.

 

1. “Como podemos entender a relação entre a realidade espiritual da Igreja e a visível?” questionou o Papa Francisco, na audiência-geral da passada quarta-feira, dia 29. Na Praça de São Pedro, o Papa começou por descrever a “realidade visível” da Igreja. “Antes de tudo, quando falamos da realidade visível, não devemos pensar apenas no Papa, nos Bispos, nos padres, nas freiras e nas pessoas consagradas. Ela abriga também muitos irmãos e irmãs batizados que no mundo crêem, esperam e amam e que em nome de Jesus, se aproximam dos mais sofredores e últimos para lhes oferecer alívio, conforto e paz. Assim, é difícil compreender toda a dimensão da Igreja visível, já que não podemos medir o bem que ela faz". O Papa Francisco, perante a multidão presente na Praça de São Pedro, explicou que a resposta para perceber “como a realidade visível se pode colocar ao serviço da espiritual, no caso da Igreja, está mais uma vez em Cristo, que é o modelo da Igreja e de todos nós”. No final da audiência o Papa Francisco manifestou “proximidade” com “afecto e a oração, das pessoas afectadas pelo vírus ébola, bem como dos médicos, enfermeiros e voluntários, institutos religiosos e associações que heroicamente se afadigam para socorrer estes nossos irmãos e irmãs doentes”.

 

2. O Papa considera que o direito à terra, tecto e trabalho é sagrado. No Encontro Mundial dos Movimentos Populares, no passado dia 28 de outubro, em Roma o Papa Francisco mostrou-se próximo e voltou a criticar o sistema económico atual.

“Quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadoria qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, desperdiçam-se toneladas de alimentos. Isto é um verdadeiro escândalo”, classificou o Papa Francisco. A “inversão de prioridades na economia” acontece quando “no centro de um sistema económico está o Deus do dinheiro e não o homem, a pessoa humana. Sim, no centro de todo o sistema social ou económico tem de estar a pessoa, imagem de Deus, criada para ser o dominador do Universo”, realçou o Papa que também se referiu ao sistema político, dizendo que “não é possível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação das grandes maiorias e esse protagonismo excede os procedimentos lógicos da democracia formal”. “Quando falo destas coisas, alguns concluem que o Papa é comunista”, brincou.  

 

3. Bento XVI considera que “o diálogo não pode substituir a missão”. O Papa Emérito enviou uma mensagem que foi lida pelo seu secretário pessoal, por ocasião da inauguração da nova ‘Aula Magna Bento XVI’, no passado dia 24, na Universidade Urbaniana, em Roma. Na mensagem, o Papa Emérito, reconhece que as religiões não são um “fenómeno unitário”, que podem conter “coisas bonitas e nobres, mas também baixas e destrutivas” e questiona se “não seria mais apropriado as religiões encontrarem-se em diálogo e servirem juntos a causa da paz no mundo?”. “Hoje, muitos consideram que as religiões deviam respeitar-se e, em diálogo, fazer esforços comuns para a paz. Esta forma de pensar, na maioria das vezes, pressupõe que as diferentes religiões são variantes de uma única e mesma realidade”, escreve o Papa Emérito. O efeito deste tipo de pensamento faz com que “a questão da verdade, que no princípio movia os cristãos mais do que qualquer outra coisa, apareça entre parênteses”, pelo que “esta renúncia da verdade parece real e útil para a paz entre as religiões do mundo. Mas isto é letal para a fé”, considera Bento XVI.

Durante a inauguração de um busto do Papa Emérito, nos jardins do Vaticano, no passado dia 27, o Papa Francisco recordou o seu antecessor como “um grande Papa! Grande, pela força e penetração da sua inteligência; grande pelo contributo relevante que deu à teologia; grande, pelo seu amor para com a Igreja e os seres humanos; grande, enfim, pela sua virtude e religiosidade”.

 

4. Durante a oração do Angelus, em Roma, no passado Domingo, dia 26, o Papa Francisco, referindo-se ao Evangelho de São Mateus em que Jesus é posto à prova com a pergunta sobre qual será o maior dos mandamentos, recorda que “o amor a Deus e o amor pelo próximo são inseparáveis e complementares, são as duas faces de uma mesma medalha”. “Não nos entrega duas fórmulas ou dois preceitos, mas dois rostos, ou melhor um único rosto, o rosto de Deus que se reflete em muitos rostos, porque no rosto de cada irmão, especialmente o mais pequeno, frágil e indefeso, está presente a própria imagem de Deus”, afirmou o Papa. No final da oração, na Praça de São Pedro, em Roma, o Papa Francisco saudou a multidão e em particular os representantes do Movimento Schoenstatt que estavam presentes com um ícone de Nossa Senhora.

 

5. “Família e matrimónio nunca foram tão atacados como agora”, referiu o Papa Francisco durante a audiência com membros do Movimento de Schoenstatt, no passado dia 25, em Roma. No encontro que reuniu mais de 8 mil participantes do Movimento e que decorreu em forma de diálogo com perguntas e respostas, o Papa referiu ainda que “a família é ferida, é atacada quando é comparada a mais uma associação. Agora chama-se família a tudo” e questionou os presentes. “Quantas famílias estão feridas? Quantos matrimónios estão desfeitos? Quanto relativismo na concepção do sacramento do matrimónio? O que podemos fazer?”

Depois de questionado sobre qual o seu modo de ver o papel missionário de Maria na Nova Evangelização e na renovação da Igreja, Francisco afirmou que “Maria é Mãe. Uma Igreja sem Maria é um orfanato”. No fim do encontro, o Papa Francisco revelou ainda que “desde que lhe foi presenteada, há alguns anos, uma imagem de Nossa Senhora de Schoenstatt, olha para ela todos os dias” e concedeu a todos os presentes a sua bênção apostólica.

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