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A uma janela de Roma
Papa condena “violência absurda” contra cristãos
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O Papa Francisco acompanha os “dramáticos acontecimentos dos cristãos que em várias partes do mundo são perseguidos e mortos por causa do seu credo religioso”. Na semana em que criou uma nova estrutura para examinar recursos de casos de abusos, o Papa escreveu ao G20, lembrou o Muro de Berlim e encontrou-se com escuteiros.

 

1. O Papa Francisco condenou esta quarta-feira, no Vaticano, as perseguições religiosas contra os cristãos e apelou a uma “mobilização de consciências” em defesa destas populações. “Mais um vez, dirijo um forte apelo a quantos têm responsabilidade política, a nível local e internacional, bem como a todas as pessoas de boa vontade, para que se empreenda uma vasta mobilização das consciências, em favor dos cristãos perseguidos”, declarou, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro, no passado dia 12 de novembro. Francisco disse seguir com “grande tremor” os “dramáticos acontecimentos dos cristãos que em várias partes do mundo são perseguidos e mortos por causa do seu credo religioso”. “Sinto a necessidade de exprimir a minha profunda vizinhança espiritual às comunidades cristãs duramente atingidas por uma violência absurda que não parece ter fim, enquanto encorajo os pastores e todos os fiéis a serem fortes e firmes na esperança”, assinalou. O Papa sustentou que estes cristãos têm “o direito de reencontrar, nos seus próprios países, segurança e serenidade”, professando livremente a sua fé”, e encerrou a sua intervenção com um convite à oração por estas comunidades religiosas.

Durante a catequese nesta audiência-geral, Francisco sublinhou as qualidades humanas definidas pelo apóstolo Paulo para o serviço pastoral dos bispos, sacerdotes e diáconos: “O acolhimento, a sobriedade, a paciência, a mansidão, a fiabilidade, a bondade de coração”.

 

2. O Papa criou uma nova estrutura para examinar recursos dos julgamentos de casos de abusos sexuais, um órgão colegial de cardeais e bispos que vai funcionar no interior da Congregação para a Doutrina da Fé. O anúncio foi feito esta terça-feira, dia 11, pela Santa Sé, que publicou um ‘rescrito’ (ato administrativo) do Papa sobre a instituição deste colégio, após audiência concedida por Francisco ao secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

A estrutura visa julgar os “crimes mais sérios” (delicta graviora), especificamente os casos de abusos sexuais de menores e outros abusos ligados ao Sacramento da Penitência (Confissão). O novo corpo vai ser composto por sete cardeais e bispos, não necessariamente membros da Congregação para a Doutrina da Fé, escolhidos pelo Papa. O quarto parágrafo especifica que, no caso de bispos acusados destes crimes graves, a situação será examinada por todos os membros da referida Congregação, em sessão ordinária, que também poderá examinar casos específicos a pedido do Papa ou do novo Colégio. Este órgão colegial, por outro lado, deve informar periodicamente a sessão ordinária da Congregação para a Doutrina da Fé sobre as suas decisões. A nova legislação entrou em vigor esta terça-feira e é justificada pelo “número de recursos” e a necessidade de um “exame mais rápido dos mesmos”.

A 7 de julho, o Papa condenou os “atos execráveis” de abusos sexuais perpetrados contra menores e pediu perdão às vítimas, afirmando que não há lugar na Igreja para membros do clero que pratiquem estes “crimes”.

 

3. As 20 maiores economias do mundo devem entender-se para "afastar o espectro da recessão global" e "criar oportunidades de emprego estável e digno a favor de todos", escreveu o Papa Francisco numa carta dirigida ao primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott. Este país recebe uma cimeira do G20 neste fim-de-semana e o Papa lembrou ser preciso "promover investimentos privados, um sistema tributário equitativo, concertar esforços para combater a evasão fiscal e regulamentar o sector financeiro com garantia de honestidade, segurança e transparência". Francisco recorda aos líderes das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia que "por detrás das discussões políticas e técnicas há muitas vidas em jogo", muitos "homens e mulheres que sofrem de fome, desemprego, exclusão social" – situações que "afetam muitos jovens e favorecem o crime e até mesmo o recrutamento de terroristas".

 

4. O Papa Francisco rezou no passado Domingo, 9 de novembro, pelo fim dos muros que dividem a humanidade e por uma “cultura do encontro”. No final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro, Francisco recordou que foi há 25 anos que caiu o Muro de Berlim, “que durante tanto tempo dividiu em dois a cidade e foi um símbolo da divisão ideológica da Europa e do mundo inteiro”. O Papa fez questão de sublinhar a importância do seu antecessor de então nesse episódio da história: “A queda foi inesperada e só foi possível devido ao empenho de tantas pessoas que lutaram, rezaram e sofreram por isso, algumas com o sacrifício da vida. Nesta lista de protagonistas inclui-se o Papa João Paulo II”. “Rogamos para que com a ajuda do Senhor e a colaboração de todos os homens de boa vontade, se difunda sempre mais uma cultura do encontro capaz de fazer cair todos os muros que ainda dividem o mundo, para que as pessoas inocentes deixem de ser perseguidas e mesmo assassinadas por causa das suas crenças e da sua religião”, referiu.

O Papa terminou esta referência apelando à criação de “pontes, e não muros”.

 

5. O Papa Francisco pediu aos escuteiros católicos de Itália que contribuam para “eliminar o desperdício”, oferecendo produtos “ainda utilizáveis” a quem precisa. “Viver em contacto estreito com a natureza, como vocês fazem, implica não só respeitá-la, mas também o compromisso de contribuir concretamente para eliminar o desperdício de uma sociedade que cada vez mais rejeitar produtos ainda utilizáveis e que podem ser doados para aqueles que precisam”, afirmou Francisco, no sábado, dia 8 de novembro, ao receber no Vaticano o Movimento de Escuteiros Adultos Católicos da Itália, que assinala 60 anos.

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