Mundo |
Médio Oriente: Natal em lágrimas para milhares de refugiados
Os milagres do Padre Ziad
<<
1/
>>
Imagem

Em Mossul, no Iraque, já não há cristãos. Em Homs, na Síria, restam poucos. Encurralados numa guerra civil que destruiu a cidade, não conseguiram fugir. Vale-lhes, agora, a coragem do Padre Ziad, que ficou para os ajudar. Neste Natal, de Homs chega-nos uma história comovente de amor em que todos nós podemos participar, se quisermos. Queremos?


A vida pode mudar num instante. Para milhares de cristãos sírios e iraquianos, a vida mudou completamente quando os jihadistas irromperam nas suas aldeias e cidades, matando indiscriminadamente, violentando mulheres, separando famílias, numa orgia de terror que parece ainda impossível. Mas que aconteceu e dura já há mais de meio ano. O mês de Junho marcou o início deste reino de medo e violência para milhares de cristãos iraquianos que viviam em Mossul e na Planície de Nínive. Para não renegarem a sua fé, mais de cem mil fugiram apressadamente quando as suas casas foram marcadas, uma a uma, pelos jihadistas. Não tiveram sequer tempo de olhar para trás. Fugiram. Perderam tudo. Alguns, nem documentos têm agora. Este é o primeiro Natal das suas vidas como refugiados. Uma novidade. Passaram de uma vida normal para uma vida de refugiados.

 

Combater o frio

Também na Síria se vivem dias de luto. O país continua mergulhado numa terrível guerra civil. Milhares de cristãos fugiram da violência e hoje engrossam o número dos que se amontoam na Jordânia, na Turquia e no Líbano. Mas nem todos conseguiram fugir. Alguns ficaram e estão presos agora nos escombros das suas cidades, sem forma de escaparem a uma tragédia que os engoliu. Alguns destes cristãos permanecem em Homs, por exemplo, e no vilarejo de Marmarita. São muito poucos já e estão totalmente desesperados. Quem também ficou por lá foi o Padre Ziad. Este jesuíta, que dirige um centro social em Homs, na zona controlada pelas tropas governamentais, foi aconselhado a abandonar a cidade pelos seus superiores. Ficar era muito perigoso. Recusou. “Se nos formos embora, quem cuidará destas pessoas?” A sua maior preocupação, neste momento, é combater o frio, a falta de comida, a ausência de mantas para todos, a escassez de combustível. Homs é hoje uma cidade dividida entre as zonas controladas pelas tropas governamentais e os rebeldes. Combate-se bairro a bairro, rua a rua, prédio a prédio. Não há dia em que não se escutem tiros, rajadas de metralhadoras, rebentamentos de bombas. Não há dia sem feridos nem mortos. Não há dias sem lágrimas. O centro social, milagrosamente, tem sobrevivido.

 

O sofrimento das crianças

Neste Natal, com o apoio da Fundação AIS, o Padre Ziad reuniu alguns dos voluntários que com ele colaboram e decidiu amenizar o sofrimento das crianças dando-lhes uma prenda de Natal. Um cabaz. Na verdade, é apenas um sorriso. No cabaz tenta incluir calças, camisolas, um gorro de lã, um presépio com o Menino Jesus, um pequeno livro de histórias e uma Bíblia. Nada mais. Ao todo, são ainda cerca de cinco mil as crianças que vivem em Homs e Marmarita. Nem todas são de famílias cristãs, mas o olhar do Padre Ziad não se confunde com isso. Ele vê à sua volta apenas seres humanos que precisam de ajuda. Crianças que precisam de amor e não de medo e do cheiro insuportável a pólvora.

 

Oferecer uma fortuna

Cada cabaz custa 30 euros. Apenas. Porém, uma fortuna para quem vive ali, encurralado entre tiros, paralisado pelo medo. Uma fortuna para quem não tem trabalho e vive escondido das bombas. Uma fortuna também para o Padre Ziad. No entanto, ele já começou a preparar os cabazes, a enchê-los com as suas preciosas prendinhas. Como conseguiu? Têm sido os benfeitores e amigos da Fundação AIS que têm permitido realizar este pequeno milagre da multiplicação dos cabazes do Padre Ziad. Ele agradece esta ajuda em nome dos pais destas crianças, homens e mulheres que estão de mãos vazias e nada poderiam dar aos seus filhos. O Padre Ziad agradece, comovido, a ajuda dos benfeitores da Fundação AIS. Agora, no meio dos escombros, apesar das bombas, os olhos das crianças de Homs e Marmarita vão voltar a sorrir. Nem que seja por uma vez, por só um dia. Cada cabaz custa apenas 30 euros. Já deu todas as suas prendas de Natal este ano? É que ainda vai a tempo de juntar também o seu nome a esta comovente história de amor e de coragem.

 


____________________________


 

PRESENTE ESPECIAL

PARA AS CRIANÇAS QUE NÃO CONSEGUIRAM FUGIR

 

O Padre Ziad está a preparar cabazes com presentes para 5.000 crianças em Homs e Marmarita: calças quentes, camisolas, um gorro de lã, também um presépio com o Menino Jesus em Belém, uma história de Natal e ainda uma pequena Bíblia. Um cabaz custa apenas 30 ¤.

POR FAVOR, COLABORE - NIB: 0032.0109.00200029160.73 

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES