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A uma janela de Roma
Papa Francisco elogia papel das mães
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O Papa lembra que as mães são pouco ouvidas e ajudadas. Na semana em que elogiou o exemplo dos Magos, o Papa Francisco sublinhou que não há futuro sem paz e no primeiro dia no ano 2015 lembrou que “Cristo e sua Mãe são inseparáveis”. Vinte e seis missionários da Igreja Católica foram assassinados em 2014.

 

1. O Papa elogiou o papel das mães na sociedade e na Igreja. Na primeira audiência-geral do ano, na passada quarta-feira, dia 7 de janeiro, Francisco falou da importância da maternidade, lembrando que é pouco ajudada no seu papel junto da sociedade. “A mãe, apesar de muito elogiada do ponto de vista simbólico – com tantas poesias e coisas belas que se dizem poeticamente sobre a Mãe – é pouco ouvida e pouco ajudada na vida quotidiana, pouco considerada no papel central que tem na sociedade”, referiu, num encontro que decorreu na sala de audiências Paulo VI, por causa das condições meteorológicas em Roma. “Aliás, com frequência se aproveita a disponibilidade das mães a sacrificarem-se pelos filhos para poupar em despesas sociais. As mães são o antídoto mais forte para o alastramento do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ significa ‘que não se pode dividir’; as mães, pelo contrário, dividem-se a partir do momento em que acolhem um filho para o dar ao mundo e fazê-los crescer”, sublinhou. A intervenção lembrou as mães que recebem uma carta a dizer que os seus filhos caíram em defesa da sua pátria. “Pobres mulheres, como sofre uma mãe”, declarou.

No fim da audiência-geral, os membros da Golden Circus de Liana Orfei exibiram-se diante do Papa Francisco, que se mostrou muito divertido. O Santo Padre aplaudiu-os e encorajou-os "a ser não apenas os portadores do sorriso e mensageiros de solidariedade entre os povos e as nações, mas criadores de beleza".

 

2. Os cristãos são convidados a descobrir o mistério de Deus no sofrimento da Humanidade, disse o Papa, esta terça-feira de manhã, dia 6, durante a homilia na solenidade da Epifania, conhecida como o Dia de Reis. Francisco elogiou o papel dos Reis Magos que acreditaram na bondade de Deus. "Os Magos são modelo de conversão à verdadeira fé, porque acreditaram mais na bondade de Deus do que no brilho aparente do poder", sustentou. "Qual é o mistério onde Deus se esconde? Onde posso encontrá-lo? À nossa volta vemos guerras, exploração de crianças, torturas, tráficos de armas, comércio de pessoas. Em todas estas realidades, em todos estes irmãos e irmãs mais pequeninos que sofrem por tais situações, está Jesus", acrescentou.

Francisco convidou todos a sentir a "inquietação" de encontrar a estrela de Deus quando esta se perde de vista "no meio dos enganos do mundo". "Que encontremos a coragem de nos libertar das nossas ilusões, das nossas presunções, das nossas 'luzes', e que busquemos tal coragem na humildade da fé e possamos encontrar a Luz, 'Lumen', como fizeram os santos Magos".

Esta terça-feira, dia de festa no Vaticano, o Papa também dedicou o Angelus aos Reis Magos, homens atentos, "incansáveis no enfrentar as dificuldades" e "corajosos em retirar as consequências do encontro com o Senhor". Francisco propôs o seu exemplo a todos os fiéis, cuja estrela para seguir no caminho é hoje a palavra de Deus e voltou a aconselhar o hábito de trazer consigo, todos os dias, uma versão de bolso dos evangelhos.

 

3. No Angelus do passado Domingo, 4 de janeiro, o Papa referiu-se ao valor da paz, celebrado no dia 1 de janeiro: “Começámos há poucos dias o novo ano em nome da Mãe de Deus, celebrando o Dia Mundial da Paz sobre o tema: ‘Já não escravos, mas irmãos’. O meu desejo é que se supere a exploração do homem pelo homem. Esta exploração é uma praga social que mortifica as relações interpessoais e impede uma vida de comunhão marcada pelo respeito, justiça e caridade. Cada homem e cada povo têm fome e sede de paz! Portanto, é necessário e urgente construir a paz! Certamente a paz não é apenas a ausência de guerra, mas uma condição geral na qual a pessoa humana está em harmonia consigo própria, com a natureza e com os outros”, observou o Papa, que reafirmou ainda que “não há futuro sem propósitos e projetos de paz! Não há futuro sem paz!”.

Apos a recitação do Angelus, o Papa Francisco apresentou a lista dos novos 20 cardeais, dos quais 15 são eleitores, entre os quais D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa (ver mais informação na pág.05 desta edição).

 

4. No primeiro dia do novo ano 2015, com uma Basílica de São Pedro repleta de fiéis, o Papa Francisco celebrou a Eucaristia na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, lembrando que “Cristo e sua Mãe são inseparáveis, há entre ambos uma relação estreitíssima”. “Igualmente inseparáveis são Cristo e a Igreja, e não se pode compreender a salvação realizada por Jesus sem considerar a maternidade da Igreja”. No Angelus do dia 1 de janeiro, o Papa sublinhou depois que a paz é sempre possível, a oração é a sua raiz. “A proximidade de Deus à nossa existência dá-nos a verdadeira paz, o dom divino que queremos implorar especialmente hoje, Dia Mundial da Paz”. Francisco concluiu com os “votos de um bom ano para todos, um ano de paz no abraço de ternura do Senhor e com a proteção materna de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe”.

 

5. Durante o ano de 2014, pelo menos 26 (17 padres, um religioso, seis religiosas, um seminarista e um leigo) missionários da Igreja Católica foram mortos, segundo a Fides, agência noticiosa do Vaticano. O número é superior ao de 2013, com 23 mortes, e ao de 2012, com 13 assassinatos. Pelo sexto ano consecutivo, a América Latina é o continente onde se registaram mais crimes. Segue-se África, que registou sete mortes, a Ásia e a Oceânia com duas mortes cada, e um na Europa. A maioria das mortes aconteceu após violentas "tentativas de assaltos".

Entretanto, a Santa Sé revelou que, durante o ano 2014, mais de 5,9 milhões de pessoas estiveram com o Papa no Vaticano, em diversas celebrações e encontros. Os dados referem-se a 43 audiências semanais de quarta-feira (1,19 milhões de participantes) e audiências especiais (567 mil pessoas), celebrações litúrgicas na Basílica e na Praça de São Pedro (1,1 milhões), oração do Angelus e Regina Coeli (3,04 milhões).

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