Missão |
Joana Peixoto
Ser agente de mudança, mudando o nosso mundo e o dos outros!
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Joana Peixoto nasceu a 14 de dezembro de 1993, na freguesia de São Sebastião da Pedreira em Lisboa. É licenciada em Educação Básica e frequenta neste momento o mestrado em Educação Pré-Escolar.

 

Apaixonada pela profissão

Considera-se “apaixonada” pela sua profissão “porque acredito que ajudar na formação inicial dos nossos pequenos cidadãos, criando pessoas com crenças pessoais fortes e valores de cooperação, entreajuda e respeito pelo outro é, sem dúvida, fundamental nesta batalha de tornar o mundo num sítio melhor”, como nos diz.

 

Amar Jesus colocando amor na nossa relação com o outro

Faz parte do grupo de jovens da sua paróquia na Tapada das Mercês desde o dia em que recebeu o sacramento do Crisma. “A verdade é que sinto que sou quem sou por todos os testemunhos que fui ouvindo e todas as pessoas que fui conhecendo que me mostravam que Jesus é amor e que a melhor forma de O amarmos está no amor que colocamos na nossa relação com o outro.” Este grupo de jovens ao qual pertence tem “um projeto de apoio à comunidade através de explicações às crianças e jovens” que, segundo a mesma, foi onde sentiu o primeiro apelo à entrega aos outros. Foi voluntária no projeto dando explicações a crianças do ensino primário durante dois anos e atualmente ajuda na organização e gestão do mesmo. Além disso é voluntária numa casa de acolhimento temporário para crianças e jovens em risco, passando algum tempo com elas durante a semana e considera que “nem sempre é fácil. Por vezes passo muito tempo sem as visitar, mas quando regresso sinto também que para elas é tão especial a minha visita como para mim é um privilégio poder tornar alguns dos seus dias mais felizes.”

 

“O essencial está em viver com pouco e dar tudo!”

“Aos poucos foi surgindo em mim uma inquietação. Não sei explicar que vontade era essa, que motivação era… mas era algo que não me deixava parar de pensar em partir, pôr-me à prova e entregar-me por inteiro.” Não achava que pudesse ela mesma partir, até que conheceu o GASTagus, um grupo de ação social, que, não sendo ligado a qualquer religião, é constituído por jovens com diferentes valores e crenças com um objetivo comum: ter um papel ativo na sociedade e ser agentes de mudança, nas suas comunidades e em comunidades de outros países, dando o seu tempo aos outros. Fez formação com este grupo de julho a dezembro e com a sua equipa angariou os fundos necessários para poderem partir. Sem saber se partiria ou não, já se sentia “uma pessoa completamente diferente: tinha conhecido pessoas que sendo tão diferentes de mim, tinham dentro de si a mesma ambição.” Aprendeu que “a missão não é só dos que partem, mas também dos que a tornam possível e é missão de todos nós, tornar possível o sonho de levar amor a todos”, relata-nos com emoção. Em agosto finalmente partiu, rumo à Ganda (província de Benguela) em Angola. Diz-nos que aprendeu aí “que a vida é muito mais do que aquilo que eu achava “ e que “o essencial está em viver com pouco e dar tudo, com uma fé inabalável de que tudo vai correr bem”. Abre o coração e diz-nos que “é tão difícil transmitir por palavras aquilo que se sente quando se vive com o essencial e se vive e se vê viver dando tudo de uma forma desapegada, desinteressada.” Percebeu na missão que afinal não era ela que ia fazer isso, eram as pessoas a quem servia: “as crianças que nos chamavam à porta, todos os dias a todas as horas, todas as pessoas que nos cumprimentavam com todo o entusiasmo e nos recebiam nas suas casas, as irmãs da missão em que ajudávamos que nos recebiam sempre com uma alegria contagiante, os padres que nos receberam na sua casa, nos acolheram e nos deram a conhecer a paróquia maravilhosa em que vivem e servem a comunidade, os jovens que nos ouviam atentamente em todas as formações, conversavam, brincavam e davam-nos o seu tempo”. Angola tornou-se durante aquele tempo a sua casa principalmente por todo o amor com que foi acolhida.

 

Amar a Jesus amando a todos: o grande desafio da nossa vida!

No regresso voltou com o coração cheio e com uma certeza: “missão é viver em comunidade e isso é dar e receber, desinteressadamente, e agradecer por isso todos os dias”, apesar de saber que todas as pessoas que partem em missão consideram que o que custa mais não é partir mas sim regressar. “A nossa casa já não é a nossa casa e as pessoas que nos são próximas percebem que uma parte de nós ficou com aquela gente, naqueles lugares onde fomos tão felizes. E, se por um lado pensei que quando regressasse conseguiria acalmar o coração e ter um sentimento de missão cumprida, esta experiência só me deixou ainda mais inquieta. Comigo agora trago uma vontade imensa de terminar os meus estudos e partir.” Aprendeu que missão é um modo de vida e que é o tempo que dedicamos aos outros que os faz felizes e que por isso “amar Jesus é sem dúvida, amar a todos e ainda que seja difícil, esse pode e deve ser o grande objetivo da nossa vida.” Conclui a nossa conversa, partilhando que “aos poucos percebi que é a dar o meu tempo que me sinto realizada e que é assim que posso ser um agente de mudança, mudando o meu mundo e o daqueles com quem me vou cruzando ao longo do caminho.”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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