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Testemunhos Vocacionais
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Ausenda Pires

Diz o Papa Bento XVI, logo na introdução da encíclica Deus caritas est que “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.” E foi isto que aconteceu comigo. É esta a razão pela qual me preparo agora para vir a ser consagrada na Ordem das Virgens, no nosso Patriarcado.

O Senhor Jesus veio ao meu encontro. Começou por ser meu Amigo, Aquele que ouvia as minhas preces e estava sempre comigo, e foi-se tornando o Amado da minha alma. Pelo Seu infinito amor, manifestado também, de forma muito concreta, na Sua Igreja, foi-me seduzindo e eu fui-me deixando seduzir… Até que a Sua Palavra foi muito clara para mim: “Não tenhas medo, (…) o teu criador é que é o teu Esposo. Quem o diz é o Senhor que tanto te ama.“ (cf Is 54, 4.5.10)

Sim, sou chamada a ser esposa de Cristo e, assim, ser sinal do amor esponsal da Igreja a Cristo. Sou chamada a ser sinal d’Aquela que deseja a vinda do Esposo e, unindo-me a Ele numa vida orante e eclesial, sou chamada a torná-l’O presente no meio do mundo de hoje, na simplicidade da minha vida – no local de trabalho e pelo trabalho, nas lides domésticas, na pastoral, nas amizades, no cansaço e no descanso, na alegria e na dor, todos os dias da minha vida. Além disso, sendo esposa sou também chamada a ser mãe dos filhos de Deus, amando a todos com um coração indiviso (virgem) e dizendo a todos com a vida como Maria: “fazei tudo o que Ele vos disser” (cf Jo 2, 5).

O Senhor não só me chama como promete constantemente renovar todas as coisas desde já. E a fidelidade do Senhor à sua promessa tem sido para mim a confirmação da minha vocação: é que a minha vida, sendo tão comum e tão banal, é sempre Nova na presença do Esposo!

Termino citando novamente o Papa Bento XVI na mesma encíclica: “agora o amor já não é apenas um «mandamento», mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro.” Sabendo que o Senhor me chama a mim (e a cada um de nós) porque ama a todos, desejo que cresçamos todos para este amor que é resposta ao dom infinito do próprio Deus.

 

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Pe. Miguel Ribeiro – Missionário do Espírito Santo

Escrever sobre minha vocação tem algo em comum com escrever sobre qualquer outra vocação. Trata-se sempre de falar de uma bela história de vida, porque escrita pela mão de Deus. Vejo essa presença logo nas fotos do meu baptismo, ao perceber nos pais e padrinhos a alegria de consagrarem aquele bebé de 3 meses ao Senhor. Vejo também no caminho que o mesmo Senhor foi abrindo à minha frente até ao dia em que me fez ouvir o grito do Seu povo e me chamou ao sacerdócio.
Começou esse caminho com a pertença a uma comunidade paroquial bem missionária, em Monte Abraão. Uma paróquia em sintonia com o coração missionário da Igreja, que me ajudou a perceber que o dom recebido localmente é para partilhar universalmente e que a Igreja só se entende “em saída” como nos indica o Papa Francisco.
Após o crisma em 1993, entrei para os Jovens Sem Fronteiras de Monte Abraão, movimento juvenil ligado aos Missionários do Espírito Santo. Depois de 10 anos vividos intensamente neste movimento, surgiu o desejo de partir por um ano em missão. Angola foi o destino e Malange o “Monte Horeb” onde Deus quis mudar o rumo da minha vida: ser padre missionário passou a ser o sonho d’Ele a ecoar no meu coração. Confiado no Seu poder, dispus-me a caminhar, vindo ser ordenado no dia 10 de Julho de 2010.
Ao contrário do que é usual, não fui enviado em missão para fora do país. O Conselho Geral da nossa congregação em Roma enviou-me para… a Torre da Aguilha, mais ou menos a 10 minutos de casa! Já lá vai o tempo em que ser missionário implicava palmilhar milhares de quilómetros por mar, terra ou avião. A este servo de Deus, a Igreja confiou a missão junto dos jovens, um mundo muitas vezes mais desconhecido e difícil de alcançar do que muitas terras geograficamente distantes. Nos Jovens Sem Fronteiras, de jovem membro passei a assistente eclesiástico, um lugar bem menos confortável, mas muito mais confortante. É um desafio constante ajudar aqueles que têm sempre mais questões a colocar do que respostas encontradas no crescimento da sua fé.
Hoje, partilho o mundo juvenil com o cuidado pastoral da paróquia da Abóboda. Dois “mundos” bem diferentes um do outro, onde nem sempre o caminho aparece claro à nossa frente, mas onde se vê que o Pastor está presente, e por isso, nada me faltará… tal como na história de uma vocação!

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