Missão |
Raquel Carreira
“O melhor do mundo são as pessoas!”
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Raquel Carreira nasceu a 17 de Abril de 1991 em Cascais. Viveu grande parte da sua vida em Rio de Mouro até se mudar para Lisboa há cerca de dois anos atrás. Foi batizada a 17 de Junho de 1995, juntamente com a sua irmã mais nova.

 

Um percurso de formação cruzado com um percurso de fé

Fez o seu percurso de formação do ensino básico e secundário em Rio de Mouro e licenciou-se em Ciências Políticas no Instituto Superior de Ciências Sociais da, na altura, Universidade Técnica de Lisboa. Fez um semestre de Erasmus em Florença (Itália) com 19 anos de idade e pela primeira vez foi independente. Desta altura recorda “Primeiro participava nas missas em inglês, mas quando já estava perto de me ir embora, sentia-me confiante o suficiente para participar nas missas em italiano. Foi uma experiência diferente, que me ajudou a encontrar o meu lugar no mundo, e o lugar do mundo em mim.” Entrou na catequese um ano mais tarde que o normal e fez o percurso normal até ao 10º volume, incluindo a preparação para o sacramento do Crisma. O seu catequista foi o mesmo ao longo dos 10 anos. Chamava-se Sérgio foi o padrinho que escolheu para este sacramento e considera-o “ um marco importante na minha vida e no meu percurso de fé – uma referência e um amigo em quem confiar. Vinda de uma família que se diz católica mas não é praticante (independentemente do que isso possa significar), o Sérgio foi um marco importante no meu crescimento e na maturidade da minha fé.”

 

Os Jovens sem Fronteiras e a missão na Guiné-Bissau  

Através dele, conheceu os Jovens Sem Fronteiras (JSF). Após o término do 10º volume começou a finalmente participar nas reuniões do grupo e a conhecê-lo. Quando recebeu o sacramento do Crisma, tinha entrado á menos de um ano para o movimento e começado a experimentar uma “comunidade de fé diferente da que conhecia”. Nas suas próprias palavras, partilha com emoção: “os JSF mudaram a minha vida e o crisma veio reforçar essa mudança. Foi o momento certo… para tudo.” Quando começou esta caminhada com os JSF, só podia frequentar as reuniões de 2 em 2 semanas devido ao divórcio dos seus pais, que acabou por afetar tudo á sua volta. “O que mais me zangava, era o facto de não poder estar sempre presente naquelas reuniões que me faziam crescer tanto e me ensinaram a ver o mundo com outros olhos.” Em Outubro de 2008 participou no seu primeiro Encontro Nacional dos Jovens Sem Fronteiras em Fátima e “foi lá que senti pela primeira vez o meu coração quente, a transbordar de emoção, do Amor fraterno que Cristo quis que sentíssemos: foi na Eucaristia de encerramento do encontro, no momento em que rezávamos a oração ao Pai, e toda a igreja estava unida, todos as pessoas tinham as suas mãos dadas e eu senti pela primeira vez a ligação forte de toda a humanidade, ali naquela igreja em Fátima.” O seu primeiro retiro de silêncio aconteceu na Quaresma de 2009 e marcou a sua vida para sempre: “ensinou-me a ouvir-me, a parar. Mas principalmente, ensinou-me a escutar Jesus no meu coração”. No verão do mesmo ano fez a sua primeira semana missionária em Izeda “das vilas com mais missas, procissões, terços e vigílias por dia” que conheceu até hoje. A partir daí descreve-nos o seu caminho: “No movimento aprendi que estamos perto dos que estão longe, sem estar longe dos que estão perto, e aos poucos fui percebendo que estávamos juntos, quer passássemos por mares e oceanos até chegar ao destino de missão, quer tivéssemos apenas que apanhar o autocarro até à aldeia mais próxima. Aprendi que a missão é só uma, e que Jesus estava sempre a nosso lado. (…) Um Caminho a Santiago de Compostela. Fui peregrina pela primeira vez e descobri que já o era a minha vida toda. (…) Sentia que os Jovens sem Fronteiras ajudavam-me a estar mais perto de Deus. Candidatei-me ao projeto Ponte 2014, sem saber para onde ir ou com quem ia. Foi uma decisão ponderada, num processo de mudança de trabalho entre as caixas registadoras do Pingo Doce e um estágio profissional numa ONGD que me apelava ao coração: a Sol sem Fronteiras. Fui aceite para o projeto ponte, e soube que o local de missão não era visitado pelos Jovens sem Fronteiras há exatamente 15 anos. A Guiné-Bissau era o nosso destino.” Da Guiné-Bissau diz-nos que o melhor são as pessoas e que “o calor humano com que fomos recebidos abafa qualquer subida de temperatura de 10ºC e mais 60% de humidade diariamente”. Antes de partir foi-lhes dito “o melhor do mundo são as pessoas, não se deixem distrair por tudo o resto”. Esteve na Guiné-Bissau durante um mês, onde sentiu arder o coração no amor de Deus com “validade infinita”. Regressou transformada e impelida a gritar com o grupo com o qual viveu esta experiência “Lanta, juntos vamos construir um mundo novo, pois só juntos faz sentido.”

 

“Transmitir o amor que Deus me dá como me foi transmitido em Bissau!”

O regresso foi difícil. “Hoje rezo por todas as pessoas que conheci, e pelo amor que me conseguiram transmitir. Em boa verdade também rezo por mim, para que um dia consiga transmitir o Amor que Deus me dá como me foi transmitido em Bissau.” Considera que já aterrou a 50% e dar graças por poder continuar a trabalhar com e para a Guiné-Bissau através da Sol Sem Fronteiras “para que as crianças que segurei nos meus braços tenham a oportunidade de comer refeições feitas numa cozinha apropriada” como nos diz. Para o futuro quer apenas continuar a caminhar e “agradecer a Deus todos os dias por me ter colocado no caminho dos JSF, onde conheci o Seu Amor, onde Ele colocou na minha vida as pessoas mais incríveis que transformaram a minha vida por completo.”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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