Missão |
Pedro Cabrita
Missão é sair de mim e ir ao encontro do Irmão
<<
1/
>>
Imagem
Pedro Cabrita nasceu a 12 de dezembro de 1978 em Faro. É licenciado em Engenharia Civil e está, neste momento, a concluir o mestrado na mesma área. A sua caminhada cristã começou no seio da sua família, que lhe transmitiu os valores cristãos.

 

“É nesta comunhão que a missão acontece!”

Fez a catequese na Paróquia de S. Luís, em Faro. Entrou na universidade, mudou-se para Lisboa, onde integrou um grupo de jovens, “Grupo da Palavra”, orientado pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima, onde permaneceu durante 2 anos. “Uma mudança de casa “afastou-me” temporariamente de uma presença mais ativa na Igreja”, partilha. Durante uma celebração da missa na sua “nova Paróquia” (São Tomás de Aquino – Laranjeiras) ouviu o anúncio da preparação para o Crisma e percebeu que estava na hora de confirmar a fé que já vivia. Em maio de 2003 recebeu o Sacramento do Crisma e considera que “acabou por ser o ponto de partida para uma caminhada missionária mais consciente.” No mesmo ano, no verão, foi a Taizé pela primeira vez e partilha que a semana que lá viveu o “marcou muito pelo espírito de comunidade que lá se vive, pela envolvência dos momentos de oração embelezada pelos cânticos entoados de forma repetitiva por 5 mil jovens, pela simplicidade com que se fala de Deus aos jovens”, diz. Começou a frequentar as orações de Taizé, na Paróquia de São Tomás de Aquino e integrou a equipa de voluntários que acolheu os peregrinos que participaram no Encontro Europeu de Taizé em Lisboa, onde conheceu várias pessoas que o convidaram a integrar um grupo de jovens na Paróquia – os Jovens sem Fronteiras (JSF) - que “bebe da espiritualidade dos Missionários do Espírito Santo. Missão não é nada mais do que sair de mim, sair do meu conforto e ir ao encontro do meu irmão e saber que nesse irmão está presente o nosso Pai”, partilha de coração. Em 2005 participou com os JSF numa semana missionária, numa aldeia do interior do país e desses dias conta-nos que “é impressionante como em apenas 10 dias se consegue estabelecer uma relação tão próxima com uma comunidade que nos era desconhecida. Se, por um lado, nós vamos com os nossos corações abertos, do outro lado somos recebidos de braços abertos e é nesta comunhão que a missão acontece.”

 

“A missão não tem de ser complicada!”

Em 2007 sentiu a vontade de participar num projeto missionário fora do país. “A vontade foi amadurecendo e, depois de muita reflexão, resolvi aceitar o convite que Deus me fazia e candidatei-me ao Projeto Ponte 2008 – Saúde e educação em tempo de Paz.” Após um ano de preparação, partiu para Angola integrado num grupo de JSF onde esteve durante o mês de agosto. Deste mês, abre-nos o coração e partilha “as palavras não conseguem descrever tudo o que lá vivi, só mesmo os olhos que brilham ou o sorriso que espontaneamente surge na cara quando me recordo de tudo o que lá se passou. Impressionou-me a forma como o povo nos acolheu de braços abertos e com vozes de alegria. Marcou-me bastante o facto de perceber que, o muito pouco que lá fomos fazer, foi para eles um verdadeiro sinal de esperança.” No regresso de Angola sentiu que a missão não acabou ali, que foi mais um ponto de passagem no caminho missionário. “O facto de ser longe de casa, fora da zona de conforto e de “segurança” torna o desafio maior e ajuda-nos a crescer. Por estarmos no meio de uma cultura diferente, por percebermos que existem maneiras diferentes de pensar e viver a vida, isso acaba por alargar os nossos horizontes”, partilha. Entre 2010 e 2013 fez parte da Coordenação Regional Sul dos JSF. Em 2010 conheceu o Movimento ao Serviço da Vida (MSV) desafiado por alguns amigos. Participou em algumas reuniões para “perceber como funcionavam” e inseriu-se no Grupo de Ação e Fé (GAFE) que assenta em três pilares: oração, serviço e comunidade. “Apesar da base missionária presente nestes dois movimentos (JSF e MSV) ser parecida, achei que eram complementares e, como tinha disponibilidade e conseguia conciliar os dois, abracei a nova aventura”. No MSV um dos projetos desenvolvidos pelo GAFE é o “Projeto Alcoutim”: deslocam-se mensalmente ao encontro das pessoas mais idosas do conselho de Alcoutim (interior algarvio), criando ao longo das visitas uma “relação de confiança e amizade com as pessoas. Vamos simplesmente para ESTAR com as pessoas, ouvir as suas histórias de vida, os seus problemas, para rezar, para rir, para cantar.” Em paralelo, foi sendo voluntário no âmbito do apoio escolar, foi monitor de uma colónia de férias para crianças institucionalizadas (Casa das Cores) e em 3 campos de férias para jovens de um bairro social. Em 2013 deixou a Coordenação Regional JSF e integrou, como voluntário, a equipa de sócios da ONGD Sol Sem Fronteiras, que “tem sido um trabalho difícil mas desafiante”, encontrando novas fontes de financiamento e a angariação e fidelização de novos sócios. Em 2014 Deus voltou a fazer-lhe o convite para participar numa experiência missionária fora de Portugal, ao qual respondeu de imediato “SIM!” Em conjunto com mais 4 jovens do MSV, rumou a S. Tomé e Príncipe, onde o plano era “muito simples: ESTAR com as pessoas! Parece simples e é simples! A missão não tem de ser complicada.” Esta experiência aconteceu durantes os meses de agosto e setembro, onde, apesar das inúmeras atividades que realizaram, considera que “o mais importante foi a relação que se criou com as pessoas. Uma relação fraterna, baseada na partilha de experiências, na humildade e simplicidade. Missão é Viver! Viver o Estar, o Ser, o Partilhar o Amor de Cristo!” Ao terminar a nossa conversa, partilha que aprendeu com estas experiências que “a missão continua com o exemplo e o testemunho que damos, com o que aprendemos e transportamos para a nossa vida. A vida só faz sentido se fizermos dela um ato de entrega e serviço aos outros. Tem que ser um verdadeiro ato de Amor.”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES