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A uma janela de Roma
“Oração dos idosos é um dom para a Igreja”
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O Papa Francisco voltou a falar do papel dos idosos na Igreja. Na semana em que o Vaticano divulgou uma carta a convocar os fiéis a participarem na Coleta para a Terra Santa, o Papa sublinhou importância das mulheres na vida e encontrou-se com o movimento Comunhão e Libertação e também com o Caminho Neocatecumenal.

 

1. Continuando a reflexão sobre os idosos, iniciada na semana passada, o Papa afirmou que, por vezes, a sociedade descarta os mais velhos mas Deus não o faz, oferecendo-lhes uma graça e uma missão particular. “É importante sublinhar uma primeira coisa: é verdade que a sociedade tende a descartar-nos, mas certamente não o Senhor. Ele chama-nos a segui-l’O em cada idade e também os idosos têm uma graça e uma missão, uma verdadeira vocação do Senhor. É um grande dom na Igreja a oração dos velhos e dos idosos”. Na audiência-geral de quarta-feira, 11 de março, na Praça de São Pedro, Francisco concretizou esta ideia indicando o exemplo do Papa Emérito, seu antecessor: “Olhemos para o exemplo do Papa Bento XVI, que decidiu passar a última etapa da sua vida na escuta e na oração a Deus. Através da oração, agradecem-se os benefícios recebidos, intercede-se pelos anseios das gerações mais jovens, recorda-se aos jovens que uma vida sem amor é um deserto, dá-se ânimo aos jovens angustiados ensinando-lhes que há mais alegria em dar do que em receber”.

O Papa saudou ainda os peregrinos de língua portuguesa: “Faço votos para que as comunidades cristãs ofereçam ao mundo um testemunho de respeito e veneração pelos idosos, conscientes de que eles podem transmitir de um modo privilegiado o sentido da fé e da vida”.

 

2. A Santa Sé convocou os cristãos a participarem na Coleta para a Terra Santa, tradicional recolha de donativos de Sexta-Feira Santa, dia em que a Igreja celebra a Paixão de Cristo. Numa carta divulgada na passada terça-feira, dia 10 de março, pela Congregação para as Igrejas Orientais, o prefeito desta congregação, cardeal Leonardo Sandri, recorda que a Igreja Católica exprime por meio da oração e do ofertório o alento às comunidades dos fiéis e aos Lugares Santos. O cardeal argentino pede a solidariedade dos cristãos do mundo inteiro para com os cristãos da Terra Santa e sublinha que esta coleta “é mais do que nunca uma ocasião preciosa” para os cristãos serem “peregrinos na fé seguindo o exemplo do Santo Padre que visitou a região em março de 2014”.

 

3. “Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril”, disse o Papa Francisco no passado Domingo, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, “uma ocasião para reafirmar a importância das mulheres e da sua presença na vida”. Depois da oração do Angelus, e perante milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa saudou “todas as mulheres que, todos os dias, procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora”. “E um obrigado fraterno àquelas que, de mil modos, testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja”, acrescentou.

Francisco defendeu ainda que as mulheres "não só trazem a vida, como nos transmitem a capacidade de ver o mundo com olhos diferentes, com coração mais criativo, paciente e mais terno”.

Neste mesmo dia, durante a tarde, o Sucessor de Pedro visitou a paróquia romana de Santa Maria Mãe do Redentor, no Bairro periférico de Tor Bella Monaca, lembrando que “preceitos e proibições por si só” não farão de uma pessoa “um bom cristão”. “Cristão é o amor de Jesus”, afirmou Francisco, num encontro com perto de mil pessoas. Antes, o Papa parou no Centro Cáritas no qual trabalham as Irmãs Missionárias da Caridade, onde se encontrou cerca de 80 deficientes e doentes e cinco famílias necessitadas, italianas e estrangeiras.

 

4. O Papa Francisco encontrou-se, na Praça de São Pedro, no sábado 7 de março, com mais de 80 mil membros do movimento Comunhão e Libertação, por ocasião do 60° da sua fundação. Na sua mensagem, o Papa começou por agradecer ao fundador desta fraternidade, D. Luigi Giussani, pelo bem que lhe fez a si e à sua vida sacerdotal através dos seus livros e artigos e também pelo seu pensamento profundamente humano como, por exemplo, a experiência do encontro – encontro não com uma ideia, mas com uma Pessoa: Jesus Cristo. “Tudo na nossa vida, hoje como no tempo de Jesus, começa com um encontro. Um encontro com este Homem, o carpinteiro de Nazaré, um homem como todos mas ao mesmo tempo diferente de todos”.

Francisco falou ainda sobre a moral cristã. “A moral cristã não é o esforço titânico, voluntária, de quem decide ser coerente e é bem-sucedido, uma espécie de desafio solitário diante do mundo. Não. A moral cristã é resposta, é a resposta comovida diante de uma misericórdia surpreendente, imprevisível, até mesmo ‘injusta’ segundo os critérios humanos, de Alguém que me conhece, conhece as minhas traições e mesmo assim me ama, me estima, me abraça, me chama de novo, espera por mim, espera de mim alguma coisa. A moral cristã não é nunca cair, mas sempre levantar-se, graças à sua mão que nos sustenta”, garantiu.

 

5. O Papa recebeu na Sala Paulo VI um grupo de membros do Caminho Neocatecumenal, sublinhando que aquele encontro era de envio missionário em obediência ao que Cristo pediu: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho”. “Estou particularmente contente que esta vossa missão se desenvolva graças a famílias cristãs que reunidas numa comunidade têm a missão de dar os sinais da fé que levam os homens à beleza do Evangelho”, sublinhou o Papa, que referiu serem estes grupos formados por um presbítero e quatro ou cinco famílias que reunidos em comunidade constituem-se em ‘missio ad gentes’ com um mandato para evangelizar os não cristãos. “Estas comunidades cristãs, graças a vós famílias missionárias, têm o dever essencial de tornar visível esta mensagem”, continuou Francisco, recordando a necessidade de se passar de “uma pastoral de simples conservação a uma pastoral decididamente missionária”.

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