Missão |
Paula Bonifácio
Viver a vida como uma missão!
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Paula Cristina Fonseca Bonifácio nasceu a 31 de Outubro de 1964 em Lisboa, no seio de uma família cristã. Tem como referência a sua avó materna e os seus avós paternos, devido à morte da sua mãe e ao seu pai ter imigrado. É atualmente escuteira e voluntária da Comunidade Vida e Paz.

 

Beber cada palavra e cada sorriso fortalecendo a sua fé

Com 12 anos, no 6º ano teve de deixar a escola e começar a trabalhar. Dos 12 aos 23 anos trabalhou na casa de uma família como empregada interna em Campolide. “Foi aí que me tornei adulta e me formei como pessoa tendo a sorte de me terem sido transmitidos valores cristãos e humanos muito importantes. Foi aí que tive o primeiro contato com o voluntariado que preenche hoje uma parte da minha vida, que vejo como missão”, conta-nos. Frequentou a catequese na paróquia de Odivelas, onde viviam os seus avós paternos e com quem viveu alguma parte da sua vida, “onde passava o domingo da folga”, como nos diz. Mesmo trabalhando em Lisboa e motivada pelas suas patroas, continuou a catequese na sua paróquia e foi crismada pelo falecido Patriarca D. António Ribeiro, em 1979, na capela da Serra da Amoreira. Mas era em Campolide que vivia a sua cristã como membro da Igreja, participando na Eucaristia. Durante esse tempo viveu dois momentos que a marcaram muito: “Um encontro de jovens da Diocese de Lisboa inserida no grupo de jovens da paróquia de Campolide com quem tinha algum contato e o encontro do papa João Paulo II com os jovens no parque Eduardo VII aquando da sua primeira visita a Portugal. De faixa roxa, a gritar “totus tu” vivi e fiz parte de uma grande manifestação de fé, respeito e admiração pelo então chefe da nossa igreja, bebi cada palavra, cada sorriso, que me fortaleceu sem dúvida a minha fé”, partilha.

 

Ser escuteira: um sonho da sua vida

Aos 23 anos casou-se e foi morar para a freguesia do Beato, para a mesma casa onde tinha passado algum tempo da sua infância com a sua avó materna e para a única casa que tinha sentido como sua até aí. “De vida nova e afastada da minha habitual paróquia tive algum tempo também mais afastada da igreja como membro ativo”, partilha. Retomou os estudos depois de estar já casada e ser mãe de duas filhas e concluiu os estudos até ao 12º ano. Trabalhou durante algum tempo numa loja de artesanato mas a sua vontade de trabalhar com crianças fê-la decidir ser ama, “amar, cuidar e ajudar a crescer as crianças que me são confiadas”, profissão que exerce há 20 anos e a qual ama. Quando a sua filha mais velha fez 6 anos, inscreveu-a na catequese e nos escuteiros do agrupamento 760 inserido na sua atual paróquia, S. Bartolomeu do Beato. “Ser escuteira tinha sido um sonho meu, ao longo da minha adolescência em Campolide tive contato com alguns escuteiros e sentia uma vontade imensa de ser como eles mas o trabalho não permitia, admirava imenso aquela filosofia de vida, via o escutismo como uma missão. Com a entrada da minha filha também eu vim concretizar o meu sonho e tornar-me mais ativa na minha paróquia, aos 34 anos em 1998, entrei para o escutismo a convite do agrupamento que estava a necessitar de adultos.” Tem trabalhado com os lobitos, a quem dedica as suas tardes de sábado, alguns fins-de-semana ou semanas e algumas horas, conforme a atividade exigir. “Com eles tenho aprendido, vivido experiências e momentos incríveis. Encaro o escutismo como uma missão, a missão de ajudar a formar pelo método escutista que é tão rico as crianças que me são confiadas, a ser testemunho de fé, a ser instrumento”, partilha.

 

Receber muito mais do que o que se dá

Em 2006, conheceu a Comunidade Vida e Paz através da leitura de um livro, instituição que se dedica às pessoas sem-abrigo. Tornou-se voluntária. Faz também parte da equipa do Apoio Espiritual e Religioso desta instituição, “sempre num “contacto muito direto com as pessoas sem-abrigo mas já em recuperação nos seus centros”. Dinamiza e participa em alguns retiros, passeios, preparação para os Sacramentos e percurso Alfa. Partilha connosco que sente que o que faz é pouco. “Quatro noites por mês inserida em duas equipas de pessoas incríveis e com itinerários diferentes vou ao encontro destas pessoas com a missão de os escutar, levar um sorriso, criar laços, ajudá-los a fazer o click para uma mudança de vida se assim o desejarem. O que tenho recebido e aprendido é muito mais do que aquilo que dou, que não é mais do que por em prática o Evangelho aquilo que fizerdes a um dos mais pequenos é a mim que fazeis!”. Ao terminar a nossa conversa, diz-nos que “a vida deve ser vivida como uma missão e para mim, cristã, ainda se torna mais importante vivê-la em missão!”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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