Missão |
Paula Almeida
É o “elixir” do amor que nos leva a ser Missão!
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Paula Cristina Semedo de Almeida nasceu em São Jorge de Arroios, a 26 de Agosto de 1978, fruto de uma relação afro-portuguesa. Foi criada nas Portas de Benfica (Venda Nova / Amadora). Manteve sempre patentes as suas raízes cabo-verdianas. “O meu cartão-de-visita e a minha bi-culturalidade, o privilégio de ser, estar e viver intensamente na juncão destas duas realidades culturais. Apresentam dinâmicas distintas, no entanto igualitárias a minha essência humana”, diz-nos.

 

Ser agente de transformação no mundo!

Sonhou ser um agente de transformação no mundo e tirou a sua formação tecnológica em animação sociocultural, de seguida licenciou-se em Estudos Africanos e posteriormente a Formação Pedagógica de Formadores. “Todo o processo académico, formativo, pessoal e comunitário teve maior ênfase, com a participação ativa na ação missionária em Moçambique e com a intervenção comunitária e pastoral no Bairro 6 de Maio. No entanto, o maior veículo transformador começa na Escola de casa, o grande marco. Quando deixo de ser “inocente” e observo, um dos maiores pilares da minha vida, a minha mãe. Observo a sua disponibilidade serena, o cuidado intensivo que ela tem comigo e outros 5 irmãos. A missão inteira, completa. Lembro-me, fortemente desta imagem, chuva torrencial lá fora e um cesto de roupa húmida e molhada, ao seu lado, que ia secando, um a um, com o ferro de engomar, para o nosso aconchego do dia seguinte. Sem qualquer tipo de dramatização ou cânticos líricos, a missão começa a ser experienciada, aqui, com esta doação cuidadora”, partilha.

 

O amor como determinante no seu caminho!

Na sua infância enfrentou alguns problemas económicos que foram minimizados pelo amor, amor esse que a tornou “resiliente e capaz de olhar o Mundo com amor e é, este amor” e que delineou os seus percursos profissionais, com crianças e jovens nos lares de acolhimento na Santa Casa de Misericórdia de Lisboa. Sobre este trabalho que encarou como uma missão teve como lema uma citação de Gandhi ‘A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita!’. No seu entender “o olhar, o trabalho de cuidador e protetor de cada criança e jovem é uma constante interpelação e reafirmação para a minha vocação profissional e missionária, não estão desassociadas, complementam-se na ação-reflexão-ação, deteriorando atitudes caducas e tentando inovar com o bem-estar de cada público-alvo.” Encara a missão como uma resposta às questões “Para o que fomos feitos? Ao que somos chamados? Para onde direcionar a nossa ação/missão?” e diz-nos que esta veracidade e este caminho ganham ênfase em si “pé ante pé e não de rompante, com muito trabalho ainda por ser feito”.

 

Um “elixir” que a faz estar continuamente em missão!

“As experiências de missão em Moçambique (2003,2004,2006 e 2008, com a Equipa d’África), a experiência no Brasil, com o Movimento dos Encontros de Jovens Shalom em 2001, a intervenção pastoral no Bairro 6 de maio com as Irmãs Dominicanas do Rosário foram e serão labutas missionárias para o meu crescimento, enquanto cristã, impelindo sempre a forca comunitária e a riqueza que esta inserida, neste mesmo “elixir, relata-nos. Abre-nos o coração e partilha que este foi um elixir que foi também “beber a academia Ubuntu, a vida em comunidade esteve sempre altiva. Foi sem dúvida uma “ academia” de revisitação das minhas capacidades e potencialidades e da valorização dos membros envolvidos, baseado na filosofia Ubuntu-“ Eu sou porque Tu és”, na voz de John Volmink, “a filosofia Ubuntu é uma filosofia de vida, uma maneira de ver o mundo e uma ética social. É um complexo código moral de valores interligados que guia as ações dos indivíduos. Pode ser descrito como um sistema cujos valores incluem a compaixão, o respeito, a dignidade humana (…)” Esta filosofia reafirmou de forma voraz, a minha vida  Cristã, reacendeu a “ luz de Cristo”, com o estudo intensivo de várias luzes, como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Desmond Tutu, Aung San Suu Kyi, Aristides Sousa Mendes , Homens, seres reais, agentes transformadores, “con-criadores” com O Criador. Trazem a mensagem que todos somos chamados a cuidar e a ver o outro ser, como irmão, que todos somos chamados a intervenção comunitária e que ser cristão, não e ser e estar paralelo à sociedade”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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