Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Prisioneiro do Espírito
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De acordo com os Atos dos Apóstolos (20,22), no final das suas viagens apostólicas, antes de “subir a Jerusalém” como Jesus para daí se dirigir acorrentado para Roma a fim de anunciar o Evangelho na capital do mundo de então e, como Jesus, sofrer o martírio, S. Paulo despede-se dos presbíteros de Éfeso dizendo que está “acorrentado” ou “prisioneiro” do Espírito. A viagem derradeira que então iniciou, não a decidiu com critérios humanos mas foi impelido a ela pelo Espírito Santo.

S. Paulo não diz que tem o seu espírito aprisionado por uma qualquer ideia ou mesmo ideal ou (muito menos) que a sua liberdade é diminuída por uma qualquer vontade humana ou sequer divina. Não diz que possui menos liberdade que qualquer outro ser humano, bem pelo contrário. Mas diz-se “prisioneiro do Espírito Santo”.

Toda a sua vida, desde o momento em que foi encontrado por Jesus ressuscitado no caminho de Damasco, pode bem ser definida por esta expressão. Com efeito, ela indica como S. Paulo entendeu a sua existência: nada mais quis saber senão Cristo crucificado, refere o Apóstolo numa das suas cartas (1Cor 2,2) e, por isso, a sua vida passou a deixar-se conduzir pelo Espírito de Jesus.

Foi o Espírito que o faz partir para terras distantes. Foi o Espírito que o fez afrontar o pensamento e sobretudo o modo de viver do mundo de então. Foi o Espírito que o fez rasgar novos caminhos para a Igreja. Foi o Espírito que o fez regressar a Jerusalém para, acorrentado pelos homens, continuar o anúncio da verdadeira liberdade, aquela que ninguém nos pode tirar porque não depende das opiniões e das vontades humanas.

Ser “prisioneiro do Espírito de Deus” é, afinal, a condição daquele que é verdadeiramente livre porque deixou de estar acorrentado ao modo limitado de ser e de pensar dos homens para tudo perceber e viver com o olhar de Deus. E a condição do Apóstolo Paulo deveria ser, de facto, a condição habitual dos cristãos.

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