Papa |
A uma janela de Roma
Papa apela ao cuidado da “casa comum”
<<
1/
>>
Imagem

Foi publicada a encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia, intitulada ‘Laudato si’. Na semana em que o Papa se associou à celebração do Dia Mundial do Refugiado, foi noticiado que o arcebispo acusado de abusos sexuais de menores vai ser julgado no Vaticano. Francisco destacou o contributo do escutismo para a família e vai visitar África, pela primeira vez, em novembro próximo.

 

1. Na véspera da publicação, o Papa Francisco revelou que a sua próxima encíclica, ‘Laudato si’, quer ser um apelo à “responsabilidade” ambiental e em favor dos mais pobres. “Amanhã, como sabeis, será publicada a Encíclica sobre o cuidado da “casa comum” que é a criação. Esta nossa casa está-se arruinando e isso prejudica a todos, especialmente os mais pobres. Portanto, o meu apelo é à responsabilidade, com base na tarefa que Deus deu ao ser humano na criação: “cultivar e preservar” o “jardim” em que ele o colocou (cfr Gen 2,15). Convido todos a acolherem com ânimo aberto este Documento, que se coloca na linha da Doutrina Social da Igreja”, salientou o Papa, na saudação em italiano, no final da audiência-geral de quarta-feira, dia 17 de junho.

Já no Angelus do passado Domingo, 14 de junho, Francisco tinha-se referido à encíclica ‘Laudato si’. “Convido-os a acompanharem este acontecimento com uma renovada atenção para a degradação ambiental, mas também para a recuperação, nos seus próprios territórios. Esta encíclica é dirigida a todos: rezemos para que todos possam receber a sua mensagem e crescer na responsabilidade para com a casa comum que Deus confiou a todos”, salientou o Papa, a propósito da encíclica ‘Laudato si’ que foi publicada esta quinta-feira, 18 de junho.

 

2. O Papa associou-se, no Vaticano, à celebração do Dia Mundial do Refugiado, que a ONU promove este sábado, 20 de junho, pedindo que a comunidade internacional atue de forma “concertada e eficaz” para prevenir as causas das “migrações forçadas”. “Rezemos por tantos irmãos e irmãs que procuram refúgio longe da sua terra, que procuram uma casa onde possam viver sem medo, para que sejam respeitados na sua dignidade”, apelou o Papa, no final da audiência-geral de quarta-feira, dia 17. “Convido-vos a todos a pedir perdão pelas pessoas e instituições que fecham a porta a estas pessoas que procuram um lar, uma família, que procuram ser protegidos”, prosseguiu.

 

3. O arcebispo Józef Wesołowski, ex-Núncio Apostólico da Santa Sé na República Dominicana, vai ser julgado pelo tribunal do Vaticano, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé. Este é o primeiro caso em que um bispo acusado de abusos sexuais de menores é julgado em tribunal por este crime. O arcebispo, de nacionalidade polaca, viu-se envolvido num escândalo de abusos sexuais de menores, em 2013 e saiu do país, onde era representante diplomático do Vaticano. Contudo, uma vez na Santa Sé, Wesołowski foi detido. Devido a questões de saúde, foi sujeito a prisão domiciliária enquanto decorria contra ele um processo canónico, que em primeira instância determinou a sua laicização, e um inquérito criminal, cujo resultado foi anunciado esta segunda-feira, dia 15, confirmando a realização de um julgamento, que terá início a 11 de julho.

Recorde-se que o Papa Francisco aprovou, recentemente, um novo tribunal no Vaticano para julgar os bispos acusados de pactuar com abusos sexuais de menores. Trata-se de uma nova instância judiciária no interior da Congregação para a Doutrina da Fé.

 

4. O Papa encontrou-se, no Vaticano, cerca de 80 mil escuteiros vindos dos mais diversos pontos de Itália, destacando-os como um “bem precioso da Igreja” e enaltecendo o contributo que o escutismo dá às famílias.

“Vocês oferecem um apoio importante à missão das famílias na educação das suas crianças, adolescentes e jovens. Os pais confiam-nos a vós porque acreditam na generosidade e sabedoria do método escutista, baseado nos grandes valores humanos, no contacto com a natureza, com a religião e a fé em Deus”, disse Francisco, no dia 13 de junho, aos dirigentes e guias, na Praça de São Pedro.

Perto de 1600 agrupamentos peregrinaram até Roma, chegando de autocarro, de comboio e de avião, para mostrarem a Francisco o seu carinho e que estão com ele na missão de transformar a Igreja e o mundo. Na sua intervenção, o Papa enalteceu “um método que educa para a liberdade na responsabilidade” e recordou a importância de investir “na espiritualidade e na fé, fundamentais para um crescimento equilibrado e pleno de cada pessoa”. O Papa mostrou-se certo de que, através da sua missão, os escuteiros podem “mostrar à Igreja novas formas de evangelização e de comunicar com a sociedade”. “Façam pontes, façam pontes numa sociedade onde o habitual é fazer muros”, incentivou.

 

5. O Papa Francisco vai visitar, pela primeira vez, África, no próximo mês de novembro. O anúncio foi feito no passado dia 12 de junho, num encontro entre Francisco e sacerdotes do mundo inteiro. Respondendo espontaneamente a várias perguntas, o Papa disse a um padre africano que tenciona visitar alguns países africanos, em novembro deste ano. Confirmados para já estão a República Centro-Africana e o Uganda. Se for possível, disse o Papa, a visita passará também pelo Quénia.

As dificuldades que atravessam muitos países africanos justificaram duras críticas por parte de Francisco. Alvo: os países ricos. “África é um lugar atrativo para os espoliadores. As potências vão lá buscar madeira, ouro, metais… Arrasam e abandonam”, criticou. “Em África, são necessários desenvolvimento e promoção social. E estamos a ver quantas pessoas de África vêm para a Europa à procura de um lugar melhor. E a posição da Europa é ver onde se pode alojar esta gente. Mas isso não basta, isso é uma urgência… O que é necessário é que a Europa vá a África, não para saquear coisas de África, mas para investir em África, para que em África haja indústria, trabalho e as pessoas não tenham de vir para aqui”.

Aura Miguel, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES