Lisboa |
Início da Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer
“Visita Pastoral diz respeito a todos”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa deseja que a Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer, que teve início no passado dia 26 de setembro, mobilize “a todos”. Em Arruda dos Vinhos, D. Manuel Clemente pediu ainda aos cristãos para estarem “absolutamente” do lado de “todas as fronteiras que precisam de ser alargadas no sentido da justiça, do bem e da paz”.

 

“O empenho na Visita Pastoral diz respeito a todos. Será muito bom que ao longo destas semanas de Visita Pastoral cada um dos membros da nossa comunidade entenda que a missão é encargo de todos os batizados. Porque ser batizado é receber o Espírito de Jesus Cristo para continuar a sua obra no mundo. Todos temos de fazer o essencial, como discípulos de Jesus Cristo”, alertou o Cardeal-Patriarca, na Missa de abertura da Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer, que decorreu no passado sábado, dia 26 de setembro, no salão dos Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos. Apelando, por isso, a “uma atitude verdadeiramente filial a Deus”, em que “cada dia a vida seja acolhida como um dom de Deus”, o Cardeal-Patriarca sublinhou que “as graças que recebemos são os encargos que temos”. “Compete-nos esta missão, que é uma missão da Igreja”, observou.

 

Conversão familiar das comunidades cristãs

‘Confirmados na fé e na missão’ é o lema da Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer, que se prolonga até dia 6 de dezembro. Abrigada, Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Alenquer (Santo Estêvão), Alenquer (Triana), Arranhó, Arruda dos Vinhos, Cabanas de Torres, Cadafais, Cardosas, Carnota, Carregado, Meca, Olhalvo, Ota, Palhacana, São Quintino, São Tiago dos Velhos, Sapataria, Sobral de Monte Agraço, Ventosa e Vila Verde dos Francos são as 22 paróquias da diocese que nos próximos dois meses vão receber a Visita Pastoral do Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, e dos seus Bispos Auxiliares, D. Joaquim Mendes, D. Nuno Brás e D. José Traquina.

Esta é uma vigararia com “três concelhos e tantas freguesias, tantas realidades paroquiais, sociais e humanas”, como lembrou D. Manuel Clemente na sua homilia, desejando a “conversão familiar das comunidades cristãs, que deve valorizar cada uma das suas famílias e também cada um daqueles que a perderam”.

Perante centenas de cristãos das paróquias do Termo Oriental do Patriarcado de Lisboa, cada um com um lenço ao pescoço, de diferentes cores representando os nove párocos desta vigararia, o Cardeal-Patriarca pediu atenção ao outro: “Há tanta gente que precisa de ser confortada no espírito de Deus, no espírito de Jesus Cristo. Reconheçamos o bem que tanta gente boa faz neste mundo, dentro e fora das fronteiras visíveis da Igreja, e estejamos absolutamente desse lado, em cada fronteira onde o bem se pratica, em cada fronteira em que os outros são acolhidos e correspondidos em todas as suas necessidades, em cada fronteira onde a vida é posta em causa, em todas as fronteiras que precisam de ser alargadas no sentido da justiça, do bem e da paz”.

 

Ânimo novo

O vigário da Vigararia de Alenquer, padre Francisco Ludovino, garantiu ao Jornal VOZ DA VERDADE que as 22 paróquias que compõem esta vigararia sentem “uma enorme alegria” por terem entre elas “o Pastor, o senhor Patriarca”. “A presença dos senhores Bispos nas nossas paróquias é uma mais-valia para renovar as comunidades e dar-lhes um ânimo novo”, referiu este sacerdote de 45 anos, que é pároco das duas paróquias de Alenquer: Triana e Santo Estêvão. Vigário desde 2012, o padre Ludovino assegurou ainda que a Vista Pastoral “está a mexer com as paróquias”.

A Vigararia de Alenquer abrange três concelhos, Alenquer, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, tendo por isso diferentes realidades que os Bispos Auxiliares de Lisboa D. Joaquim Mendes, D. Nuno Brás e D. José Traquina vão conhecer nos próximos dois meses. “A vigararia tem quatro centros mais urbanos – Alenquer, Carregado, Arruda e Sobral – e o restante são zonas mais rurais”, descreve o padre Francisco Ludovino, revelando ainda que a Visita Pastoral “dura cerca de uma semana em cada paróquia e 15 dias nos meios maiores”. No tempo de Visita Pastoral, o Cardeal-Patriarca vai marcar presença nos encontros temáticos vicariais (ver caixa).

 

Sinal de Cristo Pastor

A Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer teve início com um encontro do Cardeal-Patriarca com os Conselhos Pastorais e Económicos das paróquias da vigararia, que decorreu antes da Eucaristia que marcou a abertura da visita. “Somos cristãos porque a todos nos une a certeza de que Jesus Cristo está no meio de nós”, começou por frisar D. Manuel Clemente, no salão dos Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos. Lembrando depois que “Cristo se apresenta a si próprio como o Bom Pastor”, o Cardeal-Patriarca sublinhou que “a realidade da Igreja é uma realidade pastoral”. “Todos os dias da vida da Igreja, começando pela sua primeira expressão que é a Igreja Doméstica da família de cada um, são uma vida pastoral: continuar no mundo a ação de Cristo, o Bom Pastor da humanidade inteira”, salientou.

Neste primeiro contacto com os cristãos do Termo Oriental da diocese, D. Manuel Clemente reforçou que “numa Visita Pastoral, como esta que agora começa na vigararia”, existem, “de uma maneira ainda mais forte, todos os sinais da presença de Cristo Pastor”, exemplificando com a presença dos Bispos nas paróquias e nas instituições civis ou através dos diversos encontros pastorais temáticos que vão acontecer até dezembro. “O grande fruto da Visita Pastoral, quando se concluir, será quando todas as comunidades cristãs, todas as famílias católicas, todas as instituições católicas ou onde estejam presentes católicos sintam reforçada a sua identidade de serem no mundo sinais de Cristo Pastor. Se isto acontecer, nós teremos cumprido a missão que a Visita Pastoral se propõe”, realçou.

 

A importância do ensaio

No diálogo que se seguiu, um dos leigos presentes reconheceu “dificuldades nas ações missionárias e de nova evangelização” propostas pela caminhada sinodal da diocese e questionou o Cardeal-Patriarca sobre “os frutos que realisticamente se podem esperar do Sínodo Diocesano de Lisboa”. D. Manuel Clemente considerou que “os ensaios deviam ser mais partilhados” pelos grupos sinodais: “É muito importante que no final de cada trimestre do Sínodo Diocesano, quando os grupos nos mandam as suas respostas, refiram o que organizaram para levar isto à prática”.

O Cardeal-Patriarca partilhou depois um exemplo concreto de uma paróquia dos arredores de Lisboa. “É uma paróquia com muitos milhares de habitantes, com gente de todos os continentes, que tem diversos casais e famílias que se reúnem com o respetivo pároco e que, a partir do Evangelho e de certas passagens bíblicas, prepara uma reflexão que depois partilha com os seus vizinhos de prédio que queiram ir. Está a ser muito interessante e é claramente um ensaio. Tenho a certeza que será a partir dos ensaios que começaremos a ver iniciativas que resultam”, contou, desafiando as famílias ao anúncio: “As famílias cristãs têm que ser protagonistas da missão e, à sua maneira, também têm de ser pastoras do mundo. Há muita coisa que se pode fazer e não há nada como ler os capítulos da exortação apostólica do Papa Francisco, ‘A alegria do Evangelho, pedir a inspiração divina e arriscar”.

 

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Visita Pastoral decorre até dezembro

Durante a Visita Pastoral vão decorrer seis encontros vicariais, de diferentes temáticas, com a presença do Cardeal-Patriarca de Lisboa: Evangelização, no dia 6 de novembro, na Quinta de Vale Flores, no Carregado; Liturgia, a 13 de novembro, na Santa Casa da Misericórdia na Merceana; Autarcas, que será a 24 de novembro, na Cidadela na Abrigada; Sociocaritativo, no dia 4 de dezembro, no Cineteatro do Sobral; e Jovens e Família no último dia da Visita Pastoral, que tem encerramento marcado para o dia 6 de dezembro, Domingo, em Alenquer, a partir das 11h00, com Missa às 17h00.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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