Missão |
Patrícia Alexandra Soares Galeão
“O meu grande desejo é transformar a minha vida numa missão constante!”
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Patrícia Alexandra Soares Galeão nasceu a 29 de Dezembro de 1994, no Porto, local onde continua a viver com os seus pais e irmão. Está a terminar a licenciatura em Serviço Social. Em 2014 conheceu o GAS’África e a sua vida mudou para sempre.

 

O caminho tinha de ser a área social!

Estudou no Colégio de Gaia entre o 5º e o 12º ano e entre o 10º e o 12º ano esteve no Curso de Comunicação e Multimédia. Não se identificava com o curso e não se sentia feliz com a sua escolha, por isso quando escolheu o seu estágio decidiu ir para o Centro Social de S. Nicolau sobre o qual partilha “o objetivo deste estágio era a vertente multimédia, mas o que eu mais gostava era da vertente social: o convívio com as pessoas que frequentavam o centro, as férias a dar aulas de dança as crianças. Na altura de decidir que licenciatura queria tirar, não houve dúvidas que o meu caminho teria que ser a área social.”

 

“O GAS’África foi a melhor coisa que me aconteceu na vida!”

Apesar de ter crescido no seio de uma família cristã considera que sempre esteve muito desligada de Deus. “Não sabia o meu caminho, não sabia se acreditava, se fazia sentido, então preferia nem pensar e não dar a devida importância”, diz. Até que em 2014 se deu um ponto de viragem na sua vida, como partilha: “Em 2014, queria fazer alguma coisa diferente, queria fazer outro tipo de voluntariado, ambicionava África. Conheci o GAS’África, comecei a frequentar as formações até que me apercebo que a organização tem como principal pilar a Oração. Fiquei assustada, confesso. Mas isso não me impediu de continuar e ainda bem! A presença de Deus foi ganhando sentido na minha vida, os retiros espirituais, as orações em grupo – aquilo mexia comigo, arrepiava-me tanto! Dei por mim a pensar em Deus, a rezar sozinha, a querer perceber mais. O GAS’África foi a melhor coisa que me aconteceu na vida! A partir do momento que entrei no GAS’África nunca mais me desviei deste caminho religioso, que durante tantos anos evitei. Sou tão mais feliz agora! Sou completamente grata a quem me deu a conhecer o GAS’África, a quem tornou este sonho realidade. E tenho a certeza que a minha vida vai ser uma eterna missão de atenção e entrega incondicional ao outro!”

 

Viver em missão é viver uma simplicidade constante!

No verão de 2014 foi pela primeira vez em missão para Cabo Verde (Ilha do Sal). Na mesma altura tornou-se coordenadora do GAS’África. “Fiquei tão apaixonada que não consegui parar, e em 2015 voltei a ir em missão pelo GAS’África para Angola, Lubango”, partilha. Sobre a sua vivência em missão, as palavras custam a sair, mas afirma sem qualquer hesitação que a missão mudou a sua vida e que o seu grande desejo é transformar a sua vida numa missão constante! “Em missão sinto-me tão grande e tão pequenina. A verdade é que nem sempre é fácil. Viver em missão é viver uma simplicidade constante, é privar-nos daquilo que temos durante o ano todo em nossa casa, com os nossos amigos, com as pessoas de quem mais gostamos. Mas o olhar, o sorriso, o carinho e o amor que o povo de Cabo Verde e Angola me deram era e é suficiente. Preenche-me tanto o coração que só dá vontade de voltar. Sou mesmo apaixonada por esta vida! Aprendi a dar valor a todos os pequenos pormenores, aprendi a olhar para o Mundo de outra forma. Cresci muito. Foram duas missões muito diferentes, mas sempre com o mesmo propósito e com a mesma essência: viver em função dos outros, fazer com que a vida dos outros seja um bocadinho mais feliz e espalhar amor por todos os que se cruzavam no meu caminho”, conta-nos com emoção. Ser convidada para coordenar o GAS’África foi uma felicidade para ela, sentia que poderia dar continuidade ao projeto que lhe realizou um sonho e que lhe abriu as portas para tantos outros sonhos. Tem sido um desafio difícil mas desafiante e sente que continuou em missão durante todo o ano, ao preparar outros para partir e, no final, a enviar no verão de 2015 duas comunidades: uma para Cabo Verde e outra para Angola (na qual ela também partiu).

 

…é viver sem luxos e ser feliz!

Sobre a sua missão em Angola, partilha connosco, parte do seu diário: “Missão no Lubango, Angola. É sentir arrepios de frio e suores de calor no mesmo dia. É ver paisagens que nos fazem lembrar o filme do Rei Leão a toda a hora. É chegar ao final do dia com os pés cheios de terra vermelha. É ver uma discrepância gigante entre os bairros de lata e os “condomínios”. É ver constantemente a típica imagem de África: crianças pequeninas sozinhas no meio da rua, com moscas à volta e sujas. É ver lixo por todo o lado porque não há caixotes do lixo. É viver sem luxos e ser FELIZ! É querer servir e quase obrigarem-te a deixar ser servido. É perceberes que as Irmãs do Lar comem no chão de uma sala para tu comeres nas mesas da cozinha. É acordares todos os dias para servir e deitares-te com a dúvida “foi suficiente?”É deliciares-te com o olhar, o sorriso e a simplicidade deste povo. É ver Deus em todo o lado e a toda a hora. É chorar de felicidade a ler e-mails de amigos e família. É querer ser mais e melhor! É encontrar um lado da felicidade que só é possível vivendo em missão. Pela segunda vez, estou a ser a mulher mais feliz do mundo. Estou a dar tudo para que não se perca nada!”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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