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Batem à porta…
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Enquanto a Europa anda distraída com o drama que se vive dentro e fora das suas fronteiras, convém trazer à memória a história de uma Família de refugiados que, há mais de 2000 anos, também foi obrigada a fugir da Sua terra e procurar um lugar mais seguro para viver.

Será que nos poderemos manter indiferentes quando centenas de pessoas continuam a morrer engolidas pelas águas da Europa? Poderemos ignorar que, enquanto dormimos seguros nas nossas casas, inúmeras famílias continuam a atravessar o mediterrâneo, sacrificando tudo, por um futuro de paz para os seus filhos?

Que medo nos paralisa? O da islamização? Dos terroristas? Do desemprego? Onde estão enraizados todos estes sentimentos? No Amor ou no egoísmo? Na confiança ou no preconceito?

Em Portugal, muitos são os que têm respondido que querem estar presentes. Mais de 6000 voluntários, mais de 80 instituições que, com o apoio da comunidade, se disponibilizam para acolher uma família, assegurando não só o alojamento autónomo, mas também a alimentação e o vestuário, o acesso à saúde e à educação, à aprendizagem do português e a ajuda no acesso ao mercado de trabalho para os adultos que compuserem o agregado familiar. Uma enorme generosidade de quem não quer ficar indiferente.

Aproxima-se o tempo da Esperança. Este Advento que nos bate à porta é o tempo em que somos chamados a escolher se queremos ser o bom samaritano ou um dos outros que optou passar ao lado. É o tempo em que somos chamados a compadecermo-nos com os que sofrem, comprometendo-nos com eles no que for preciso.

Quem de nós fecharia a porta àquela Família em busca de refúgio há dois milénios atrás?

«José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto. Ali ficou até a morte de Herodes;»  Mt. 2: 13-15


texto escrito por Rui Marques, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR)

 

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As Equipas de Nossa Senhora a caminho de Fátima

Decorreu em Roma o terceiro Encontro Internacional de Regionais sob o tema “Eis-me aqui, Senhor: envia-me“ (Is 4,6), concluindo assim a primeira etapa percorrida desde o Encontro Internacional 2012 de Brasília até Roma.

Ao começar uma nova etapa que terminará no próximo Encontro Internacional de 2018, em Fátima, realçamos a riqueza que vivemos ao sermos recebidos pelo Santo Padre, Papa Francisco, cujo discurso nos deu fortes orientações para o nosso Movimento.

Este encontro, que precedeu a última Assembleia do Sínodo dos Bispos, vai ter reflexos nos desafios lançados aos casais das ENS no atual contexto em que vivemos, com constantes ameaças dirigidas ao sacramento do matrimónio e à família.

O Santo Padre exortou-nos a “anunciar, testemunhar e comunicar”, a nossa vocação de casais e famílias, encorajando-nos ainda a colocar em prática a espiritualidade conjugal, carisma do nosso Movimento.

Destacou também a importância dos pontos concretos de esforço, que nos fazem progredir com confiança na vida conjugal no caminho do Evangelho, realçando a oração e o diálogo conjugal (dever de se sentar) como tempos preciosos vividos em casal, de agradecimento, de perdão, de respeito mútuo e de atenção pelo outro.

Lembrou-nos que sendo os membros das equipes já missionários pela “irradiação da própria vida, temos de acolher, formar e acompanhar na fé, particularmente os jovens casais, antes e após o Matrimonio.”. Encorajou ainda os casais das ENS a “serem instrumento da misericórdia de Cristo e da Igreja em relação às pessoas cujo matrimónio fracassou”.

O Santo Padre concluiu o seu discurso, renovando a sua confiança e encorajamento às ENS, afirmando que desde o momento em que a causa de beatificação do nosso fundador, padre Henri Caffarel, chegou a Roma “reza para que o Espirito Santo ilumine a Igreja no juízo que a seu tempo deverá pronunciar a seu respeito “.

Este Ano Santo será então um ano em que as expectativas que trazemos de Roma serão assumidas e realizadas com alegria, respondendo assim aos desafios que o mundo e a Igreja nos colocam.

Pôr em prática o Evangelho da misericórdia que nos é dado por Jesus Cristo é repetir o convite que o Padre Caffarel repetidas vezes nos fez, aconselhando-nos a uma escuta no silêncio para que a palavra de Deus nos renove por dentro e nos leve ao grande Encontro com Jesus.

O papa Francisco ao dizer que “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” convida-nos a fixar o nosso olhar Nele para durante o caminho em casal e em família conseguirmos lutar contra a indiferença instalada no mundo e confiarmos que a aliança que fez connosco e alargada a toda a família, levar-nos-á a atingir este amor ablativo a que Jesus se refere.

Este ano jubilar será então “fulcral” para a caminhada do Movimento. Que ele seja tempo de conversão e de renovação, dando enfoque a duas atitudes sugeridas pelo Papa Francisco: na Bula da Misericórdia e que estão ligadas à vida do casal e da família: Escuta e Peregrinação.

Dizer como o fizemos no Encontro Internacional Roma 2015 “Eis-me aqui, Senhor…”, leva-nos a ter de aceitar e experimentar o Seu Amor, que transformará os nossos Corações para sermos sinal de alegria e esperança “neste oceano de indiferença“.

Que o Espírito Santo conduza os nossos passos e nos faça sair das nossas equipas, e com alegria e coragem nos faça mostrar ao mundo que a nossa vocação tem uma missão, a de cooperarmos para a obra de salvação realizada por Cristo: “…. Envia-me!“

Que o Senhor Jesus seja o guia e o apoio das ENS a fim de as ajudar a contemplar o rosto da misericórdia do Pai, para sermos misericordiosos como Ele o é.

O “sim” que demos em Roma será o lema que nos conduzirá até Fátima, onde debaixo do olhar terno e protetor de Maria festejaremos a alegria de sermos filhos de um Pai que sempre nos espera e perdoa para participarmos no grande banquete que para todos nós preparou.

 

testemunho de Tó e José Moura Soares

  

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6 conselhos do Papa Francisco para as famílias durante a sua viagem aos EUA

Uma semana antes do Sínodo da Família, na conclusão da viagem aos Estados Unidos da América, o Papa Francisco esteve reunido com as famílias do mundo inteiro em Filadélfia. Muitas coisas haveria a dizer sobre a mensagem tão entusiasmante que o Papa deixou ao mundo acerca da missão da família. Gostaria apenas de relembrar alguns excertos do discurso que fez no Festival da Família e da homilia na missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias. Luísa Restrepo, leiga consagrada da Fraternidade Mariana de la Reconciliación, sintetizou nestes 6 conselhos a mensagem do Santo Padre:

1. Deus bate à porta das famílias

“Deus bate sempre às portas dos corações. Ele gosta de fazê-lo. Vem do seu interior. Mas sabeis do que Deus mais gosta? Bater às portas das famílias. E encontrar as famílias unidas, encontrar as famílias que se amam, encontrar as famílias que educam os seus filhos e seguem em frente com eles, e criam uma sociedade de bondade, verdade e beleza”.

2. A família tem carta de cidadania divina

“A família tem uma carta de cidadania divina. Está claro? A carta de cidadania que a família tem foi Deus que lhe deu para que no seu seio crescesse cada vez mais a verdade, o amor e a beleza. Certamente, alguns de vós podeis dizer-me: «Padre, o senhor fala assim porque é solteiro». Na família há dificuldades. Nas famílias discutimos. Nas famílias, às vezes, «voam os pratos». Nas famílias os filhos dão dor de cabeça. Não vou falar das sogras. Mas nas famílias sempre, sempre, existe a cruz. Sempre. Porque o amor de Deus, o Filho de Deus, também nos abriu este caminho. Mas nas famílias também, depois da cruz, há ressurreição, porque o Filho de Deus nos abriu esse caminho”

3. As crianças e os avós: Dois pontos da família em que devemos ter um especial cuidado

“crianças e os jovens são o futuro, são a força, aqueles que levam as coisas para frente. São aqueles em colocamos a esperança. Os avós são a memória da família. São aqueles que nos deram a fé, transmitiram-nos a fé. Cuidar dos avós e cuidar das crianças é a demonstração de amor, não sei se maior, mas – eu diria – mais promissória da família, porque eles prometem o futuro. Um povo que não sabe cuidar das crianças e um povo que não sabe cuidar dos avós é um povo sem futuro, porque não tem nenhuma força e nenhuma memória para seguir em frente”.

4. Como a felicidade, a santidade está sempre ligada aos pequenos gestos.

“A fé abre a «janela» à presença operante do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a felicidade, está sempre ligada aos pequenos gestos. «Seja quem for que vos der a beber um copo de água – um pequeno gesto – por serdes de Cristo, (...) não perderá a sua recompensa», diz Jesus (Mc 9, 41). São gestos mínimos, que uma pessoa aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida diária, mas que fazem cada dia diferente do outro. São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho, de irmãos. São gestos de ternura, de afecto, de compaixão. Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o pequeno almoço de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida sempre tenha sabor de casa. A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas domésticas: são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida cresce na fé”.

5. Abrir-se quotidianamente aos milagres de amor

“Oxalá todos fossemos profetas. Oxalá cada um de nós se abrisse aos milagres do amor para o bem da sua própria família e de todas as famílias do mundo, e estou a falar de milagres de amor, e dessa maneira poderia superar o escândalo de um amor mesquinho e desconfiado, encerrado em si mesmo e impaciente com os demais. Deixo-lhes como pergunta para que cada um responda: Em minha casa há gritos ou fala-se com amor e ternura?”

6. Que as famílias sejam profetas do gozo do Evangelho

“Que Deus nos conceda a todos, ser profetas do gozo do Evangelho, do Evangelho da família, do amor. Ser profetas como discípulos do Senhor e nos conceda a graça de ser dignos desta pureza de coração que não se escandaliza do Evangelho”.

  

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Vai Acontecer

“Família - Fundamentos Antropológicos, Missão e Vocação” - 14 de novembro

A ACAR – Associação Cultural Amor e Responsabilidade tem a alegria de vos convidar a participar na JORNADA DE FORMAÇÃO, a decorrer em Lisboa, sob o tema "Família - Fundamentos Antropológicos, Missão e Vocação". É nosso convidado-palestrante o Professor Padre José Granados, perito convidado no Sínodo da Família e vice-presidente do Instituto João Paulo II para o Estudo do Matrimónio e da Família.  A JORNADA terá lugar no auditório da Igreja de São João de Deus em Lisboa, no próximo dia 14 de Novembro, com início pelas 9h. A entrada está sujeita a inscrição prévia e tem um custo de participação por pessoa de 25 euros.

 

Métodos Naturais de Planeamento Familiar - 14 de novembro

A Associação Família e Sociedade vai realizar mais uma edição do curso de Métodos Naturais de Planeamento Familiar, nos dias 14 e 21 de novembro de 2015 (das 14h30 às 19h), em Lisboa, no Auditório da Rádio Renascença (R. Ivens 14). A inscrição inclui, para além do curso teórico: documentação, entrevista com médico/ monitor de PFN; aconselhamento semanal ou quinzenal do casal, para reforço da aprendizagem durante 3 meses. Informações: familiasociedade@sapo.pt

 

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