Missão |
Margarida Castro Caldas
“Viver o ordinário de maneira extraordinária!”
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Margarida Castro Caldas é licenciada em gestão pela Universidade Nova e frequenta atualmente o mestrado em Gestão, com uma área de especialização em empreendedorismo social na mesma instituição. Cresceu numa família católica e estudou no Externato de São José. Pertence ao Movimento de Schoenstatt – um movimento mariano, cujo centro da sua espiritualidade se baseia numa Aliança de Amor com Maria.

 

Selar a Aliança de Amor

Apesar de ter crescido numa família católica, a sua vivência de fé “nunca foi muito mais do que o não faltar à Missa ao Domingo, não me esquecer de rezar à noite e acreditar no poder da oração de cada vez que cruzes (pequenas ou grandes) apareciam na minha vida”, como nos diz. A partir do primeiro ano de faculdade formou um “grupo de vida em Schoenstatt” e foi aí que o seu caminho de fé “começou a tomar forma”. “Em Schoenstatt, cresço todos os dias, através da maior educadora – Maria. Cresce a minha relação com Ela, que me conduz todos os dias ao seu Filho Jesus, cresce a minha dedicação à Sua missão e cresce o meu sim a Deus nas pequenas coisas do dia-a-dia. Essencialmente, cresce a minha vontade de ser uma pequena Maria no Mundo que quer viver o ordinário de maneira extraordinária, como nos ensina o nosso Pai Fundador da Família de Schoenstatt, o Pe. Kentenich”, partilha. É responsável por um projeto que incentiva jovens universitários a viverem o seu semestre de Erasmus “de uma maneira missionária e mais Santa, levando com Eles uma imagem peregrina de Nossa Senhora para os acompanhar e ajudar durante este caminho: o Erasmus com Ela”, como nos diz. O momento mais marcante da sua vida religiosa foi o dia 18 de Abril de 2012: “O dia em que dei um SIM eterno a ser Aliada de Nossa Senhora e por sua vez, Ela me entregou a Sua missão. Foi o dia em que selei a minha Aliança de Amor. Assim comecei um novo caminho. Eu sou a mesma, a minha vida é a mesma, com a pequena diferença de que sendo agora Aliada de Maria, tenho comigo uma grande missão: a Sua missão”.

 

Japão: o semestre da sua vida!

Durante o curso teve a oportunidade de fazer Erasmus no Japão. No início ficou assustada pois “tinha 19 anos, nunca tinha vivido sozinha, nem estado tanto tempo longe de casa (e tão longe de casa)” e o Japão assustava-a “por ser tão desconhecido e tão diferente de Portugal e da Europa no geral”. Ainda assim, aceitou o desafio e considera que foi “o semestre da sua vida”. “Viver cinco meses no Japão foi incrível: um mundo tão diferente que em palavras é difícil descrever; uma cultura que me fascina pela ordenação, pelo respeito uns pelos outros, pelo acolhimento, pela segurança, e pelo desenvolvimento. No entanto, o que mais marcou o meu Erasmus foi a missão que Deus me confiou: levar Jesus a quem não O conhece! E não é preciso ir para tão longe para encontrar quem não O conheça. Mas no Japão, dentro de um grupo de 40 estudantes de todos os cantos do mundo, apenas quatro eramos católicos. E pela primeira vez na minha vida cruzei-me com alguém que não só não era católico como nunca tinha conhecido ninguém católico – isso impressionou-me muito e fez-me ver que a minha missão poderia ser por ali”, diz-nos. Em breve voltará ao Japão enquanto estudante de intercâmbio de um mestrado internacional em gestão.

 

Ser chamada a estar e a servir

Em Janeiro de 2014 foi como voluntária, durante seis meses, para S. Tomé e Príncipe com mais quatro pessoas na equipa MOVE (projeto que promove o desenvolvimento económico local através do empreendedorismo). Além de se dedicar aos projetos do MOVE, no tempo livre, procurava “estar ao serviço de quem pudesse ser útil” e, entre outras atividades, acompanhou um grupo de jovens católicos com reuniões semanais onde conversavam, debatiam vários temas relacionados com a vida cristã e rezavam. Mais recentemente, neste verão, embarcou numa nova missão: uma missão em Calcutá com as Irmãs da Caridade, durante três semanas. Foram muitos os sentimentos durante este tempo de missão em Calcutá, como nos diz: “Um desconforto constante, poluição, cheiros, chuva, calor, doenças, o trabalho psicologicamente impressionante, um barulho constante que não me deixava rezar aliado à certeza de que, apesar de todas as cruzes do caminho, era ali que Jesus me chamava a estar e a servir. Em Calcutá, na missa diária ou em cada momento de oração Jesus diz-nos “I thirst” (tenho sede) e nós, sentindo-nos constantemente pequeninos, impotentes e inúteis no meio de tanta pobreza, tentamos saciar a Sua sede em tarefas simples como lavar o chão, lavar a roupa, dar o almoço, lavar a louça, mudar fraldas, dobrar compressas, fazer massagens, entreter, sorrir, tentar conversar… sim, porque a barreira da língua em Calcutá, faz-nos aprender uma linguagem diferente: a linguagem do serviço, a linguagem do amor, onde um obrigado é substituído por um sorriso e um pedido de ajuda e de compaixão substituídos por um olhar. De facto, olhares e sorrisos, que são banalizados nos dias de hoje onde todas as relações se tornaram tão impessoais, são o maior bem e a maior conquista que, ao fim de um dia de trabalho, se entrega a Jesus em Calcutá.” De regresso a Portugal, diz-nos que a missão também é no nosso próprio mundo, em Portugal e também em Lisboa e por isso, desde que entrou na universidade que participa todos os anos na Missão País (projeto missionário que une estudantes universitários numa mesma missão de, durante uma semana, servir Portugal, oferecendo o seu tempo, esforço e alegria a uma vila/terra/cidade de Portugal) e é voluntária no projeto Just a Change (projeto que reabilita casas de pessoas carenciadas, em Lisboa).

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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