Na visita às escolas de Alenquer, por ocasião da Visita Pastoral, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, recebeu o reconhecimento da direção do agrupamento de escolas pelo trabalho da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e, junto dos alunos, respondeu a perguntas ‘inesperadas’.

Na Escola Secundária Damião de Goes, em Alenquer, D. Nuno Brás tinha à sua espera um pequeno auditório, repleto de adolescentes que não hesitaram em fazer perguntas sobre as cores escuras das roupas, que são normalmente vestidas pelos Bispos, sobre as dificuldades da vida de um Bispo ou se sempre esteve certo da sua vocação. Por entre as respostas, o Bispo Auxiliar foi alertando os adolescentes para que “não se confunda felicidade com facilidade” e foi referindo que “a amizade é muito mais importante do que a Matemática”, ideia com a qual a maioria dos adolescentes concordou. “Isso é certo!”, ouviu-se da parte de alguns alunos.

Na visita ao Agrupamento de Escolas Damião de Goes, em Alenquer, na passada terça-feira, 1 de dezembro, por ocasião da Visita Pastoral à paróquia alenquerense, D. Nuno Brás teve também oportunidade de visitar a Escola Básica nº 1 e explicar aos alunos dos primeiros anos de escolaridade a importância da amizade e do tempo de Natal, que se aproxima. Junto dos professores coordenadores do agrupamento, o Bispo Auxiliar de Lisboa recebeu o reconhecimento pela importância do trabalho realizado pelos professores da disciplina de EMRC, nas escolas de Alenquer, e que é visível nos 73% de alunos do 1º Ciclo que, no ano letivo 2014/2015, estiveram inscritos na disciplina.

Concretizar o Sínodo

A Visita Pastoral à paróquia de Alenquer, que se iniciou no passado dia 24 de novembro e termina este Domingo, 6 de dezembro, foi uma forma de “incentivar um trabalho que já se está a fazer”, garante o pároco de Alenquer, padre Francisco Ludovino. Para este sacerdote, a Visita Pastoral tem sido vista como “o concretizar do Sínodo Diocesano, marcado pela ‘saída’ e apelo para a missão”. “Foi muito interessante visitar as empresas onde encontrámos pessoas da paróquia e não só”, frisa ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Francisco.

A pouco mais de 30 minutos de Lisboa, a vila de Alenquer é hoje uma localidade com cerca de 12 mil habitantes, segundo os Censos de 2011. Das cinco paróquias que existiam há 500 anos, dentro das muralhas históricas, sobram hoje as paróquias de Santo Estêvão e Triana. É uma terra que concentra um grande número de serviços públicos, que dá emprego a uma grande parte da população. “A zona mais antiga, tradicional e com algum comércio, está em vias de extinção. No concelho de Alenquer as maiores entidades empregadoras são a Misericórdia e a Câmara Municipal”, explica o padre Francisco Ludovino.

Nesta paróquia de Alenquer existem cinco igrejas, abertas ao culto, dentro da vila (Espírito Santo, Santa Catarina, São Francisco, São Pedro e Triana). Fora do centro, existem outros três locais de culto (Camarnal, Cheganças e Casais Novos).

A participação total nas Missas Dominicais, nas duas paróquias da vila de Alenquer, “ronda as 800 pessoas”, segundo o sacerdote, que recentemente acumulou as funções de pároco de Santa Ana da Carnota, uma paróquia da mesma vigararia.

Alpha

Chegado a Alenquer em 2011, o padre Ludovino tem apostado nos cursos Alpha como forma de evangelização. “Os cursos Alpha são uma ferramenta que tem dado fruto. Já passaram por lá cerca de 250 pessoas. Esta proposta existe também para jovens, uma vez por ano. Desta forma, a comunidade vai sendo remodelada aos poucos”, observa o pároco, reconhecendo alguma dificuldade no trabalho com os jovens. No entanto, a pastoral juvenil da paróquia está representada na equipa dos cursos Alpha, que “ajuda os outros jovens a fazerem a mesma experiência”. “É um público que não é fácil”, reconhece. “Alenquer tem muitos jovens que estudam fora, porque estão na universidade, e há também muitas solicitações, como aniversários e festas com amigos, e não é fácil mantê-los”, justifica o padre Francisco Ludovino.

Catequese

O Corpo Nacional de Escutas tem em Alenquer um agrupamento com cerca de 120 escuteiros, de várias idades. Já a catequese tem uma maior expressão com cerca de 300 crianças e adolescentes que se dividem pelos habituais 10 anos de caminhada, sendo que existe maior número de crianças nos quatro primeiros anos. “Do 1º ao 4º volume existe mais do que um grupo para cada ano”, revela o padre Francisco, assinalando que conta com 50 catequistas para esta missão.

A dimensão caritativa da paróquia é assegurada pela Irmandade de Santa Cruz e Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo de Alenquer. Esta obra, com um protocolo com a Câmara Municipal, garante o apoio, através de cabazes mensais com alimentos, a cerca de 150 famílias.