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Roma
“Um Jubileu para nos tornarmos testemunhas mais convictas e eficazes”
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O Papa deu início ao Ano Santo da Misericórdia. Foi na terça-feira, 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição. Francisco lembrou ainda a cimeira do clima, em Paris.

 

1. O Papa Francisco, na catequese da audiência-geral de quarta-feira, dia seguinte ao início do Jubileu da Misericórdia, explicou a necessidade deste Ano Santo. “Na nossa época de profundas mudanças, a Igreja é chamada a oferecer o seu contributo peculiar, tornando visível os sinais da presença e da proximidade de Deus. Este Jubileu é um tempo favorável para todos nós, fazendo-nos contemplar a Misericórdia Divina que ultrapassa todo e qualquer limite humano e consegue brilhar no meio da obscuridade do pecado, para nos tornarmos suas testemunhas mais convictas e eficazes”. Segundo Francisco, o Ano Santo da Misericórdia vai permitir dirigir o olhar para o conteúdo essencial do Evangelho: Jesus Cristo. “Dirigir o olhar a Deus, Pai misericordioso, e aos irmãos necessitados de misericórdia, significa concentrar a atenção no conteúdo essencial do Evangelho: Jesus Cristo, a Misericórdia feita carne, que torna visível aos nossos olhos o grande mistério do Amor trinitário de Deus. Celebrar um Jubileu da Misericórdia equivale a meter de novo no centro a nossa vida pessoal e das nossas comunidades o específico da fé cristã”, apontou o Papa.

 

2. Está aberta a Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma. No dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, poucos minutos depois das 10h00, Francisco transpôs a porta seguido do seu antecessor Bento XVI e depois cardeais, bispos e representantes de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. Foi o momento alto da cerimónia de início do Jubileu da Misericórdia. Durante a homilia, Francisco explicou o que pretende deste Jubileu. “Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia. Por isso, oxalá o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir participantes deste mistério de amor. Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”.

Esta celebração assinalou também a passagem de 50 anos do encerramento do Concilio Vaticano II, uma efeméride que, para Francisco, não é apenas um conjunto de importantes documentos, mas marca a abertura da Igreja a todos. “Hoje, ao cruzar a Porta Santa, queremos também recordar outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio Vaticano II escancararam ao mundo. Esta efeméride não pode lembrar apenas a riqueza dos documentos emanados, que permitem verificar até aos nossos dias o grande progresso que se realizou na fé. Mas o Concílio foi também, e primariamente, um encontro; um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma, para retomar com entusiasmo o caminho missionário”, apontou.

O gesto simbólico de abertura da Porta Santa vai repetir-se em todas as dioceses do mundo neste Domingo e o próprio Papa vai presidir à Missa com a abertura da Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma.

Depois de aberta a Porta Santa, na oração do Angelus, o Papa evocou a celebração da Solenidade litúrgica da Imaculada Conceição e apresentou a Virgem Maria como “ícone” da misericórdia de Deus e explicou como deve ser vivido este dia. “Celebrar esta festa implica duas coisas. Primeiro, acolher plenamente Deus e a sua graça misericordiosa na nossa vida, e segundo, tornarmo-nos agentes de misericórdia através de um autêntico caminho evangélico. A festa da Imaculada pode então tornar-se a festa de todos nós, se, com os nossos 'sim' quotidianos conseguirmos vencer o nosso egoísmo e tornar mais alegre a vida dos nossos irmãos levando-lhes esperança, enxugando algumas lágrimas e dando um pouco de alegria”, referiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

 

3. Não tenham medo nem vergonha de receber o dom da Misericórdia. A mensagem foi deixada pelo Papa Francisco, esta terça-feira à tarde, na homenagem junto ao monumento à Imaculada Conceição, em Roma. O Papa relacionou esta devoção com o tema do Jubileu da Misericórdia. “Hoje, aqui, no coração de Roma, ouvimos a vossa voz de Mãe que chama todos a porem-se a caminho em direção ao Pai para aquela porta, que representa Cristo. Vós dizeis a todos: Vinde, aproximai-vos, confiantes; entrai e recebei o dom da Misericórdia; não tenhais medo, nem vergonha; o Pai espera-vos de braços abertos para vos dar o seu perdão e acolher-vos na sua casa. Vinde todos à fonte da paz e da alegria”, declarou o Papa.

Depois da cerimónia de homenagem junto do monumento dedicado à Imaculada Conceição, na Praça de Espanha, em Roma, o Papa Francisco cumprimentou dezenas de doentes e pessoas com deficiência que ali estiveram.

 

4. O Papa espera que os trabalhos da cimeira do clima, em Paris, tenham em conta o futuro das próximas gerações. Falando no passado Domingo, depois da oração do Angelus, no Vaticano, Francisco pediu empenho aos decisores num acordo para mitigar os efeitos das alterações climáticas. O Papa lembrou ainda que a promoção do bem comum é um dever dos políticos e que o combate às alterações climáticas é um passo fundamental na luta contra as desigualdades. “Para o bem da casa comum de todos nós e das futuras gerações, todos os esforços em Paris devem ir no sentido de mitigar os impactos das mudanças climáticas, para assim se combater a pobreza, promovendo a dignidade humana. Estas duas vertentes não devem ser isoladas uma da outra. Parar a mudança climática, combater a pobreza é fundamental para promover a dignidade humana”, frisou.

Os líderes mundiais que participam na Conferência do Clima (COP21) alcançaram um acordo provisório no sábado, que foi agora remetido aos ministros do Ambiente dos 192 países representados na cimeira.

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