Lisboa |
Abertura do Jubileu da Misericórdia, na Sé de Lisboa
Misericórdia de Deus para nós e para chegar a todos
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Fazer chegar a palavra “inesgotável” de Cristo “a quem a aguarda, saiba-o ou não”. Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, “essa é a missão – e a misericórdia atuada”.  Na Missa de abertura da Porta Santa da Misericórdia na Sé de Lisboa, D. Manuel Clemente referiu que este tempo é uma oportunidade de entrar pela porta “que é Cristo” que significa a “opção preferencial pelos pobres”.

 

O Cardeal-Patriarca de Lisboa abriu a Porta Santa, na Sé, dando assim início, na Diocese de Lisboa, ao Ano Jubilar Extraordinário, num tempo que coincide com a conclusão do Sínodo Diocesano. “Um Jubileu que se prolongará até à Solenidade de Cristo Rei – quando estivermos em pleno Sínodo Diocesano, comemorativo dos trezentos anos da qualificação patriarcal de Lisboa. Motivo de redobrado júbilo, como de reforçado empenho missionário, pois a isso mesmo aludiu o título que o Papa Clemente XI nos deu em 1716”, lembrou D. Manuel Clemente, na homilia da celebração, no passado Domingo, 13 de dezembro.

O Cardeal-Patriarca destacou as palavras do Papa Francisco, escritas no início da Bula Misericordiae Vultus, onde proclama o Jubileu da Misericórdia, para lembrar que no nascimento de Jesus “foi-nos revelado inteiramente o amor de Deus; e que tudo quanto Jesus disse e fez é nome e figura da misericórdia divina, (...) misericórdia de Deus para nós e para chegar a todos, também através de nós”, observou. “Em qualquer ponto ou momento em que nos situemos, de toda a geografia do universo ou de toda a geografia da alma, encontramo-nos num tempo não linear mas em círculo, cujo centro-cume é definitivamente ocupado por Cristo. Cristo, Palavra profetizada; Cristo, Palavra dita e feita; Cristo, Palavra inesgotável. Se já a ouvimos e acolhemos, transformamo-nos em seu eco, para que finalmente chegue a quem a aguarda, saiba-o ou não. E essa mesma é a missão – e a misericórdia atuada”, acrescentou D. Manuel Clemente, lembrando que o “amor divino” incide “na fragilidade e no drama da existência humana como misericórdia e definição exata do seu ser e acontecer, connosco e para nós”. “Isto mesmo é o amor, como em Cristo se revela. E só isto Ele nos pede, habilitados pelo seu Espírito – que é Espírito de amor, onde a vida sai de si para ser vida do outro, para ser vida de todos. Sempre com o Papa Francisco, concluamos que neste amor com que Deus assim mesmo se revela está o cerne e alma do Jubileu que iniciamos”, desejou.

 

Os pobres são os privilegiados

A “opção preferencial pelos pobres” foi recordada por D. Manuel Clemente na homilia da Missa que marcou o início do Jubileu da Misericórdia no Patriarcado de Lisboa. “Quando a Doutrina Social da Igreja insiste na ‘opção preferencial pelos pobres’, outra coisa não faz senão escolher quem Deus escolhe, para que ninguém se perca por descuido nosso, e para não nos desviarmos nós do caminho que Ele próprio percorreu e onde unicamente O encontraremos”, frisou o Cardeal-Patriarca, sustentado nas palavras do Papa Francisco: “‘É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia, corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina’ (MV, 15)”.

Na conclusão da homilia, D. Manuel Clemente apelou ainda à missionariedade dos cristãos: “Ouvimos o convite, entrámos pela porta santa, abeiramo-nos da Eucaristia. Assim começamos por onde havemos de concluir, depois dum ano de práticas de conversão e graça. O mundo espera, Deus corresponde em Cristo, sejamos agora o seu eco ativo. Ajuda-nos a Mãe de Misericórdia, para sermos nós como Ela foi”.

 

A porta é Alguém

No final da celebração na Sé de Lisboa, em declarações aos jornalistas, o Cardeal-Patriarca afirmou que o significado de “entrar pela porta” reveste-se de particular importância: “Temos de entrar pela porta e, como sabemos, quer em termos religiosos e sobretudo bíblicos, a porta é algo carregado de significado e é ‘Alguém’, porque Jesus diz: ‘Eu sou a porta, quem entrar por mim ficará saciado’”.

D. Manuel Clemente considerou ainda que “a abertura da Porta Santa, num tempo jubilar, é uma oportunidade para entrarmos decididamente por esta porta, que é Cristo, e nos sentimentos de Deus. Eles resumem-se à palavra ‘misericórdia’, o que significa ter o coração virado para os pobres, os frágeis e todo o tipo de pobreza que temos de atender, como o Papa Francisco repete”. “Este vai ser um tempo forte e certamente muito criativo”, indicou.

 

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Ano Jubilar da Misericórdia: perguntas e respostas

 

O que é um Jubileu e porque é que este é ‘Extraordinário’?

A ideia de um ano jubilar vem da Bíblia, nomeadamente do Antigo Testamento. Em Israel, de 50 em 50 anos, existia um ano especial em que se focava a misericórdia de Deus. A tradição foi recuperada na Igreja Católica pelo Papa Bonifácio, para assinalar o ano 1300. A partir de então, os jubileus realizaram-se a cada 25 anos ou a cada 50 anos. São anos em que a Igreja enfatiza a misericórdia de Deus, incentivando as peregrinações a lugares santos, incluindo Roma, e oferecendo indulgências aos fiéis que cumpram os requisitos e essas peregrinações.

Pontualmente, um Papa convoca um Ano Santo fora do ‘período normal’ – os Jubileus Extraordinários, que têm normalmente um tema ou uma motivação especial.

 

O que é a Porta Santa e onde posso encontrar uma?

As portas santas servem como símbolo e destino físico das peregrinações dos anos jubilares. Estas portas foram estabelecidas para haver locais onde os fiéis, atravessando-as, “possam ser abraçados pela misericórdia de Deus e se comprometam a serem misericordiosos com os outros, como o Pai o é connosco”, como escreve o Papa Francisco na bula com que anunciou o Jubileu da Misericórdia. A passagem pela porta santa assinala o final da peregrinação dos fiéis e concede-lhes a indulgência plenária, caso estejam em estado de graça, comunguem e rezem pelas intenções do Papa.

Para além das quatro portas santas que existem em Roma, e para que todos fiéis possam beneficiar dos privilégios do Jubileu, o Papa ordenou que cada diocese do mundo tivesse pelo menos uma Porta Santa. No Patriarcado de Lisboa existe uma Porta Santa na Sé e noutras 17 igrejas jubilares, uma por vigararia (lista disponível em www.patriarcado-lisboa.pt).

 

O que é uma indulgência?

Segundo o ensinamento cristão, um pecado tem dois efeitos para quem o pratica. Por um lado, a pessoa fica com culpa por aquilo que fez; por outro, o ato cometido deixa uma marca, ou uma mancha, na alma do fiel. Enquanto a confissão absolve o penitente da culpa dos seus pecados, essas marcas, ou manchas, permanecem. Quando uma pessoa morre, essas manchas na alma devem ser eliminadas, ou purificadas, antes de o fiel se poder apresentar diante de Deus. Na doutrina católica é para isso que serve o purgatório, um local que não é de castigo mas de purificação, deixando a alma em estado de graça para poder gozar da presença de Deus.

As indulgências permitem precisamente fazer esta “purificação” da alma ainda em vida. Para receber indulgências, uma pessoa deve estar confessada e precisa ainda de comungar e rezar em comunhão com o Papa, pelas suas intenções.

 

Onde posso encontrar mais informação sobre o Ano da Misericórdia?

O Pontifício Conselho para a Nova Evangelização disponibilizou um site (www.im.va), com uma versão em português, onde se pode encontrar informação sobre o Jubileu da Misericórdia. Foi produzida, pelo mesmo dicastério, uma coleção de oito pequenos volumes que servem como guia para aprofundar o Jubileu da Misericórdia. Cada volume do livro aborda um aspecto diferente do conceito de misericórdia, de uma forma simples e acessível. Em Portugal, estes livros são editados pela Paulus Editora e encontram-se à venda na Livraria Nova Terra, no Patriarcado de Lisboa.

Brevemente, o site do Patriarcado (www.patriarcado-lisboa.pt) vai ter um espaço dedicado ao Ano Jubilar da Misericórdia, onde será possível localizar as 18 igrejas jubilares da diocese. Também o Jornal VOZ DA VERDADE irá apresentar conteúdos que possibilitem aos leitores um incentivo para a celebração do Ano da Misericórdia.

Fonte: RR

 

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APP – Missas em Lisboa

A aplicação para smartphones do Patriarcado, ‘Missas em Lisboa’, disponibiliza a geolocalização das 18 igrejas jubilares na diocese. Com a recente atualização da aplicação, passa também a ser possível a pesquisa dos horários e localização das Confissões na diocese, a visualização das transmissões em direto que são efetuadas pelo Patriarcado e dos vídeos semanais do projeto ‘iVangelho’ (www.ivangelho.com).

A aplicação ‘Missas em Lisboa’ está disponível, de forma gratuita, nas lojas iTunes (iOS) e Google Play (Android).

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