Missão |
Sara Ferreira
Aprender a ser simples e a aceitar o outro na sua verdadeira essência
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Sara Ferreira nasceu a 19 de abril de 1988 em Lisboa. Vive desde sempre na Ameixoeira com os seus pais. É licenciada em Educação de Infância pela Escola Superior de Educação de Lisboa. Entre 7 de agosto e 25 de setembro de 2015 esteve em missão em Moçambique com a Associação Equipa d’África.

 

Amadurecer e descobri a sua fé

Foi batizada na paróquia da Ameixoeira, em Lisboa, no dia 25 de dezembro de 1988 e desde essa altura essa é a paróquia onde tem feito o seu percurso de crescimento na fé. Em maio de 1995 recebeu o sacramento da Eucaristia e em junho de 2003 o sacramento do Crisma. Nesse mesmo ano entrou no GJA (Grupo de Jovens da Ameixoeira) no qual permaneceu durante alguns anos “amadurecendo e descobrindo a minha Fé e procurando a missão que Deus tem para mim”, como partilha. No mesmo ano começou a ser catequista na paróquia e até hoje esta é uma atividade que continua a desempenhar. Na passagem de ano de 2004/2005, com o Encontro Europeu de Jovens em Lisboa, conheceu a comunidade de Taizé e partilha que “desde então, as orações de Taizé têm estado presentes na minha vida e a pequena vila francesa de Taizé, onde passo habitualmente a semana Santa constitui uma peça chave no crescimento da minha Fé que me tem, também alargado os horizontes para conhecer e aceitar outras culturas e outras religiões.­­” O seu contacto com o voluntariado iniciou-se durante o ensino secundário, acompanhando o capelão do Hospital Dona Estefânia nas visitas às crianças e com um trabalho na ludoteca. Participa desde essa altura nas recolhas de alimentos para o Banco Alimentar e no respetivo armazenamento no armazém.

 

“O desejo de ajudar o próximo foi crescendo cada vez mais!”

Em 2012 realizou um estágio profissional na Quinta do Mocho como Educadora de Infância e considera que foi uma “grande escola de vida” para si, como nos diz: “Aí tive contacto com a população Africana e pude observar e conhecer muitos costumes, comportamentos e tradições bem diferentes do que estava habituada. Vi nas crianças e nas suas famílias uma alegria e simplicidade que contrastavam com a realidade com que tinha trabalhado até então. Aí, ganhei o interesse pela cultura Africana.” Desde pequena que sentia o desejo de fazer voluntariado em África, no entanto “era uma ideia que, por preguiça, não explorava”. Em janeiro de 2015 foi convidada por um amigo para ir a uma reunião da Equipa d’África e nem hesitou. “Sinto que no caminho que tenho percorrido até aqui, Deus tem aberto as portas certas e me tem mostrado os lugares e as pessoas indicadas para que eu possa crescer na Fé e consiga viver no meu dia-a-dia o seu exemplo e transmiti-lo aos outros. Na Equipa d’África, durante o tempo de formação, consolidei muito mais a minha fé e desenvolvi as minhas competências sociais. O desejo de ajudar o próximo foi crescendo cada vez mais. Propus-me para realizar Missão num país africano, embora não me sentisse 100% segura de estar preparada para esse desafio. Tinha também um grande receio de deixar a minha família, pois sou, há três anos, uma das cuidadoras da minha avó. Coloquei nas mãos de Deus a decisão de me guiar para onde Ele precisasse de mim”, partilha.

 

“Queira eu o que Deus quer!”

Foi escolhida para integrar o grupo que realizou missão em Moçambique (na cidade de Lichinga, província de Niassa) entre agosto e setembro de 2015. Partiu com outros quatro voluntários, dois rapazes e duas raparigas e confiante de que “estava a dar o passo certo e que por cá tudo correria bem porque Deus assim o desejava”. Sobre essa experiência partilha connosco: “Trabalhei na escolinha, ajudei a organizar e informatizar os registos de batismo da paróquia e ajudei a realizar pinturas na capela. Queria abraçar tudo o que me ia sendo proposto e fazia-o com alegria, mesmo que, no momento me apetecesse mais fazer outra coisa, pois servir pela Equipa d’Africa (EA) é isso mesmo, é arregaçar as mangas e dizer sim ao que nos for pedido. Aprendi a abdicar da minha vontade para servir e honrar a camisola da EA e para me dar ao outro. Aprendi a ser simples e a aceitar o outro na sua verdadeira essência, respeitando-o e amando-o mesmo quando os seus ideais e costumes eram, muitas vezes, o oposto do que o que eu tinha como certo. Na minha Missão senti que Deus me colocou várias vezes à prova. Descobri que, só unida a Ele e para O servir, conseguiria tudo o que Ele quisesse de mim. Assim, ganhei as ferramentas necessárias para superar os vários desafios que Ele me colocava, vivendo com o lema ‘queira eu o que Deus quer’ e percebi que, podia tirar todas as ‘máscaras’ e ser apenas eu. Sei que só conseguimos realizar tudo o que esperavam de nós porque Ele nos levou sempre ao colo.” No regresso, continua a fazer caminho na Equipa d’África e afirma que “não sei onde esse caminho me levará mas vou procurar perceber sempre o que Deus quer para mim e aproveitar cada oportunidade que me surgir. Desejo voltar a fazer missão em Moçambique e até Missão de Longa duração mas, quero também realizar Missões em Portugal. Só Deus sabe onde me quer e eu irei onde Ele quiser.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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