De mãos vazias e impotentes perante a tragédia que está a fazer sucumbir o Iraque e a Síria, os Patriarcas D. Sako e D. Gregorios imploram as nossas orações e pedem-nos um dia de jejum. Tudo o resto já falhou. É a nossa fé que está agora a ser questionada…

As imagens de atrocidades, de cidades devastadas, de pessoas em fuga no Iraque e na Síria atropelam-se já na nossa memória e parecem anestesiar-nos com tanto horror. Podemos mesmo dizer que as palavras já estão gastas para descrever tudo isto e que o número de mortos, feridos e desalojados já pouco dizem. O horror banalizou-se. A Síria e o Iraque são dois países devastados pela guerra. As comunidades cristãs foram expulsas de suas casas e perderam praticamente tudo o que tinham. Nunca, nos tempos recentes, uma comunidade religiosa viveu uma tragédia com uma dimensão assim. É preciso recuar até à II Guerra Mundial para se compreender, com o drama dos judeus, o que está a acontecer aos Cristãos no Médio Oriente.

Gesto concreto

O mundo viu as primeiras imagens de atrocidades e nada fez. O mundo assistiu, quase indiferente, a cidades inteiras a serem esvaziadas, a populações em fuga, a homens, mulheres e crianças em pânico e em lágrimas. O avanço jihadista em países como a Síria ou o Iraque está a levar à extinção do Cristianismo nesta região. De mãos vazias e impotentes perante esta tragédia imensa, os Patriarcas da Síria e do Iraque escreveram à Fundação AIS para nos implorarem que não os esqueçamos. Pedem as nossas orações e um dia de jejum. Pedem-nos, no início desta Quaresma, um gesto concreto que mostre ao mundo que os Cristãos do Médio Oriente não foram esquecidos. Que os Cristãos do Médio Oriente não podem ser esquecidos.

Duas cartas

Estas cartas são apelos dramáticos de quem sabe que só pode mesmo contar com Deus para voltar a conhecer o dom da paz. São duas cartas distintas, mas muito próximas. D. Gregorios e D. Sako pedem-nos um dia de súplica a Deus. Os Patriarcas da Síria e do Iraque falam da tragédia que atingiu as respectivas comunidades cristãs por causa da guerra. O que se vive nestes países tem já “dimensão apocalíptica”, dizem. Só Deus pode reverter esta catástrofe humanitária. Escreve D. Sako, Patriarca dos Católicos Caldeus e presidente da Conferência Episcopal do Iraque: “Cidades foram reduzidas a escombros. Os que puderam fugir, fugiram. Milhões de crianças esperam o pão de cada dia em campos de refugiados…” Por sua vez, D. Gregorios, Patriarca da Síria - “berço do Cristianismo”, como sublinha -, afirma que há já cinco anos que os Cristãos do seu país percorrem o deserto e que a guerra civil, que ganhou uma dimensão dantesca, tem posto à prova a fé do seu povo, dia após dia. E acrescenta: “Testemunhamos o sofrimento das crianças e a agonia dos pais. Estamos rodeados pelo ódio e pela morte.”

Dia de jejum e oração

Tanto D. Sako como D. Gregorios já estiveram no nosso país e conhecem bem o esforço solidário dos Portugueses para com os Cristãos do Médio Oriente. Como diz Louis Sako, “sem a AIS, muitos de nós estaríamos mortos, teríamos morrido de fome ou de frio, ou já teríamos fugido. A AIS é como uma mãe para nós. Sei que também fazem isso por amor a Cristo”.

Ambos os patriarcas pedem as nossas orações e o gesto concreto de um dia de jejum pela paz no Médio Oriente. A Fundação AIS não podia ignorar este dramático apelo e, por isso, decidiu convocar os Cristãos de todo o mundo para rezarem e jejuarem na Quarta-feira de Cinzas pelos irmãos e irmãs que sofrem no Iraque e na Síria. Desde há cinco anos que vivem por lá uma verdadeira via-sacra. Agora, no início da Quaresma de 2016, pedem-nos um gesto concreto. Estão impotentes e de mãos vazias. Só nos pedem um dia de jejum e de oração. Como escreve D. Gregorios, “é impossível que o Senhor não escute as orações e os sacrifícios dos Seus filhos unidos”. É já esta quarta-feira… E isto é connosco!

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Quer levar a cruz com eles durante um dia?

Quarta-Feira de Cinzas

Jejum e Oração pelo Iraque e pela Síria

Igreja da Encarnação (metro Baixa-Chiado)

18h30 Oração do Terço seguido da Eucaristia

#AshWednesday #fastandpray