Missão |
Miguel Jarimba
“Somos missionários quando vivemos a missão no nosso dia-a-dia!”
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Miguel Jarimba nasceu a 25 de Julho de 1984 em Macau, veio para Portugal em 1995 e reside atualmente em Lisboa. É licenciado em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e está neste momento a fazer o mestrado em População, Sociedade e Território no IGOT.  É um missionário de alma e coração e membro da Equipa d’África.

 

Sentir-se sempre junto d’Ele

Nasceu numa família católica e a sua infância e dos seus três irmãos foi sempre passada perto da igreja pois “era um espaço onde as famílias em Macau se juntavam”. O seu padrinho de batismo é padre, a sua madrinha era legionária de Maria e os seus pais e avós fizeram o curso de cristandade. “Fiz a minha primeira comunhão em Macau, a profissão de fé no Cacém e o Crisma nos Açores, foram 3 etapas do meu caminho de fé em 3 terras muito diferentes e foi em África que me senti ainda mais junto d’Ele através do testemunho das equipas missionária”. Após a conclusão da sua licenciatura e do primeiro ano de mestrado em 2008, começou a trabalhar, tendo várias experiências em diferentes áreas. Considera que o grande marco da sua vida foi o casamento com a Bruna com quem já namorava e com quem fez missão em Moçambique por um ano e com quem está agora a dar os primeiros passos enquanto família. “Queremos muito continuar a servir, a sermos missionários mas agora muito mais enquanto casal e acreditamos que podemos fazer a diferença”, diz.

 

Fazer os outros felizes!

Quando saiu de Macau e veio para Portugal viveu primeiro no Cacém, depois em S. Miguel e agora vive em Lisboa. No final de 2010 decidiu ir para Macau com intenção de se afastar um pouco. No entanto, não permaneceu por lá como nos diz: “No final de 2010 fui para Macau a pensar que queria ‘afastar-me’ desta vida mas foi sol de pouco dura, em 2011 surgiu o convite para ir viver para o Sri Lanka num projeto de cooperação pela AMI junto da comunidade Burgher”. Em 2006/2007 viveu um ano muito importante para o seu percurso: foi o ano no qual conheceu a Equipa d’África e que preencheu o vazio que sentia. Também em 2007 viu o seu pai partir e sente que ficou muito marcado por isso e que esse foi um ponto de viragem na sua vida, como partilha: “Deu-me um click: senti que a vida era demasiada curta, que tinha que fazer algo que me fizesse e fizesse os outros felizes.” Nesse ano partiu para a sua primeira missão de 2 meses, em Macomia – Cabo Delgado – Moçambique e “o bicho da missão, do voluntariado nunca mais saiu…” Diz que esta missão o marcou muito e que “o primeiro amor nunca se esquece”. Nessa missão foi convidado para ser o responsável da Equipa d’África pelo responsável da altura: “Ainda me questiono o que viram em mim para me terem escolhido, um miúdo novo, com um ano complicado e sem experiência de missão. Não há um dia que não agradeço a Deus esse voto de confiança pois a Equipa d’África mudou a minha vida, como olho para os outros e no meu dia-a-dia”, partilha.

 

Contagiar a alegria da missão!

Em 2008 voltou a Moçambique por um mês e meio com a missão de apoiar a paróquia de Nossa Senhora de Mecanhelas. Nessa missão, em conjunto com os seus colegas de missão, criou o projeto “ler e escrever” (alfabetização das crianças do infantário. A partir daí o seu percurso esteve sempre ligado á missão como nos conta: “Em 2009 e 2010 faço as avaliações dos projetos e acompanhamento dos voluntários juntamente com uma pessoa da direção da Equipa d’África, andámos de norte a sul de Moçambique de chapa, à boleia, sem dúvida que foi das melhores formas de conhecer e amar aquele povo…Em 2011 faço uma missão de 6 meses, no Sri Lanka nos distritos de Ampara, Batticaloa e Trincomalee – Sri Lanka. Retorno à Equipa d’África em Novembro de 2011 e em 2012 volto a pisar Moçambique agora por 2 meses no Metoro – Cabo Delgado, uma missão que já tinha conhecido quando fiz as visitas e o trabalho foi no apoio à Paroquia do Cristo Rei do Metoro. Em 2013 faço missão pela primeira vez em Portugal, em duas aldeias do Alentejo: Vale de Água e S. Domingos. Em Janeiro de 2014 partimos para a nossa “casa” durante 1 ano que foi Mecanhelas – Niassa. Tivemos alguns contratempos, o normal em Missão, Mecanhelas iria ser entregue à Diocese de Lichinga em Outubro e depois fomos para Entrelagos, uma terrinha perto de Mecanhelas na fronteira do Malawi com Moçambique, local onde já tínhamos estado a ajudar e que foi também a nossa casa até ao final da missão. Sem dúvida que foi dos melhores anos da minha vida, acho que ainda não voltei realmente pois a minha cabeça ainda viaja muito para lá”. Não consegue escolher uma missão da qual tenha gostado mais e considera que todas são importantes. “O que importa é o bem que fazemos e é tão bom sentir isso, dedicar-nos a algo que dará frutos… em nós, neles, é contagiar a alegria da missão por todos e tudo que nos rodeia. Em missão estamos lá para servir um povo, para ajudar no que for preciso, sempre na certeza que não estamos sozinhos, temos não só a comunidade, a equipa missionária, os manos de projeto, a Equipa d’África, as nossas famílias e acima de tudo, temos Deus que nunca nos abandona… Estou ao serviço d’Ele e tento fazer tudo para o bem comum, que é ver o Amor em tudo que nos rodeia…Acredito que somos missionários quando vivemos a missão no nosso dia-a-dia, é um caminho por vezes complicado mas um caminho tão bonito! Fiz 9 anos de Equipa d’África, este ano saí e gostava tanto de estar lá por tudo o que me deu, sinto uma dívida muito grande e porque gosto muito de estar perto dos jovens, de os ver a iniciar esta caminhada porque é bom ver a alegria que eles têm em querer começar esta vida e poder dar o meu testemunho, poder acompanhar, é uma missão!”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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