Vivemos num tempo pobre em expressões de arte sacra. Talvez seja a pobreza da fé que vivemos. Por vezes a vida de Jesus é-nos mostrada como se fosse uma estória de banda desenhada, irreal. Outras vezes procura-se de tal modo apresentar o homem de Nazaré no seu meio e na Sua humanidade que nos esquecemos da Sua natureza divina.
Não podemos ignorar a encarnação e a sua verdade. Os evangelhos não são “histórias da carochinha”, fábulas ou mitos que tenham eventualmente uma “lição moral”, inventados por gente piedosa. Isso mesmo nos diz a Segunda Carta de S. Pedro (1,16): “demo-vos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, não por havermos ido atrás de fábulas engenhosas (mitos), mas por termos sido testemunhas oculares da Sua majestade”. A encarnação significa que Deus se fez verdadeiramente homem em Jesus de Nazaré. Isso mesmo celebramos no Natal.
Por isso, Deus pode ser pintado, representado. Nesse momento caíram as prescrições do Antigo Testamento que proibiam representar Deus.
Contudo, não podemos ignorar que em Jesus de Nazaré não encontramos simplesmente um homem, ainda que excepcionalmente bom. Em Jesus de Nazaré encontramos Deus. É Deus que vem até nós.
Isso significa que todas as representações artísticas de Jesus – as pinturas, as imagens, a arquitectura, as músicas – não podem ficar fechadas no homem de Nazaré. Por muito que seja importante – e é mesmo essencial – não nos basta saber, ver, escutar como foi a vida na Palestina no tempo de Jesus. Não nos basta ver o homem pregado na cruz: isso seria dizer que tudo tinha terminado na morte e no sepulcro.
A arte sacra é uma profissão de fé. Ela proclama que Deus se fez homem em Jesus de Nazaré, e que Jesus de Nazaré é a presença de Deus no meio da história e da vida humana. E proclama igualmente que Aquele que vemos pregado na cruz é o Ressuscitado, que abriu para nós o caminho da vida eterna – proclama que a vida eterna é uma realidade oferecida a todos, particularmente a quem se deixa interpelar por essa obra de arte. Na cruz há-de estar sempre presente o mistério da ressurreição.
A editora Paulus acaba de publicar a obra “Imagens da fé” onde nos são apresentadas algumas das principais obras de pintura do Senhor D. João Marcos, Bispo Coadjutor de Beja. Nelas encontramos essa constante procura de mostrar a encarnação de Deus e o Seu convite de ressurreição de todos e cada um de nós. Trata-se de mostrar que o Mistério Pascal nos diz respeito, e que somos convidados a passar constantemente da morte à vida com Jesus e em Jesus.
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