Missão |
Sofia Silva e Diana Salgado, dos Leigos Boa Nova
“Partir para ficar ao lado de quem mais precisa ajuda-nos a situar na vida e no mundo, longe do centro, no nosso lugar!”
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Sofia Silva nasceu a 4 de dezembro de 1974, em França, cresceu e vive em Santa Maria da Feira e é licenciada em Serviço Social. Diana Salgado nasceu a 1 de agosto de 1979 em Guimarães e tem duas licenciaturas: Relações Internacionais- Económicas e Políticas e Serviço Social. Com o mesmo ideal embarcaram com os Leigos Boa Nova para o Brasil por um período de 2 anos (2005/06) e dez anos depois para Moçambique por mais 2 anos (2015/16). Nesse intervalo de 10 anos nunca deixaram de ser missionárias na sua própria terra e sempre trabalharam em conjunto.

 

Duas vidas, um mesmo ideal

A Sofia teve um “percurso de vida igual a tantos outros, no passado não era muito ligada a Igreja mas sempre consciente das misérias do mundo e das injustiças sociais”. Participou em alguns projetos de voluntariado e sentia a “necessidade de dar um voo mais alto”. Os Leigos Boa Nova (LBN) foram a oportunidade para dar sentido ao que pretendia. Ingressou na formação dos LBN, e partiu para o Maranhão, Brasil, e “com essa experiência e convivendo de perto com verdadeiros missionários fizeram-me ver a “Igreja “como a maior forma de transformação da realidade e da dignidade humana”. A Diana teve um percurso “intimamente ligado ao movimento da JOC (Juventude Operária Católica), quer pela sua realidade local e como quase uma herança de família.” Foi dirigente livre e sempre ligada à luta pela justiça e igualdade de oportunidade. Ligada à igreja teve “a oportunidade de ouvir alguns testemunhos missionários da Boa Nova, o que lhe fez crescer a vontade de partir para ficar ao lado de quem mais precisa.”

 

“O Brasil foi o concretizar do ideal da missão!”

Ambas consideram que “o Brasil foi o concretizar do ideal da missão: uma igreja ativa, de anúncio e denúncia; o testemunho e vida dos missionários que encontraram no terreno e a alegria vivida da fé onde se coloca o evangelho no dia-a-dia.” Após esta experiência dizem que não foram mais as mesmas. “Sentimos a responsabilidade e o compromisso de não colocar estes dois anos na gaveta e deixar que esta experiência fortalecesse a nossa atitude perante a vida, no dia-a-dia e que fosse um caminho para continuar a caminhar.” Entre 2007 e 2014 estiveram em Portugal “dedicadas a ações de sensibilização, trabalho com emigrantes leste (receber quem chega), animação missionária (semear mais atitudes de gratidão e compromisso), trabalho com os frágeis (idosos) e angariação de fundos para os missionários em campos de missão.”

 

“Sentimo-nos pequenas pela bondade e generosidade de certas pessoas”

Por ocasião dos 20 anos dos LBN, surge um novo projeto em terras de missão ad gentes, em Moçambique, na cidade do Chibuto, diocese de Xai-Xai. Abraçam-nos sem olhar para trás. Juntas, uma vez mais. “Este Serviço de Deus impele-nos a andar nos bairros, comunidades e viver de perto a realidade do outro. É aí que sentimos o peso do mundo e que vimos situações de limite humano. A realidade social, para quem tem os sentidos apurados é dura, desde a fome (com a seca as machambas estão secas, não há água, tudo que se semeia morre; e a inflação terrível do país não deixa ter oportunidade de compra daqueles que vivem da enxada), solidão, abandono (idosos que são desprezados e acusados de curandeiros e feitiçarias…), doença, morte precoce que deixa as crianças à sua sorte… Mediante esta realidade e com os nossos olhos frescos e inconformados e ainda não acomodados, realizamos alguns projetos que inserimos no Ministério da Cáritas, sendo estes os protagonistas de toda acção. Apenas acompanhamos e gerimos os projetos”, partilham. Consideram que tiram “grandes lições de vida e sentimo-nos pequenas pela bondade e generosidade de certas pessoas que cruzam o nosso caminho! É um serviço duro, não tem muitos elementos, a maior parte é composto por “mamãs” com alguma idade que viveram e sofreram a guerra. É um trabalho feito de gente que também sofre mas trabalha para o outro!”

 

Três modelos no seu caminho!

A Sofia e a Diana estão em Moçambique desde 2015 e lá permanecerão até meados de 2017. Ao terminar a sua partilha conjunta, lembram e citam três “grandes missionários da Sociedade Missionária da Boa Nova”, que são modelos e inspiração para o seu caminho conjunto: “Partir significa deixar e encontrar; renunciar e ganhar; distanciar-se e aproximar-se; despojar-se e enriquecer-se; anunciar e acolher; testemunhar e constatar; significa ir e ficar…” (Padre Bastos); “Ser missionário, deixar sua família e cultura, não é sacrifício, mortificação, renúncia… É livre preferência, alegre investimento, imensa alegria e enriquecimento….” (Padre Neves) e Padre Jerónimo: “ Espero que onde estiverdes sintais excessivamente; onde viverdes sejais excessivamente; onde vos dispersardes, sede unificadamente. Não me importa que volteis diversas, mas análogas a Ele.”

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